Embora previsões sobre o preço do dólar sejam apostas de mercado que podem ou não se confirmar, analisá-las sempre é uma ferramenta a mais na hora de definir a compra da moeda norte-americana, como para uma viagem ao exterior. 
Nas últimas duas semanas, a persistência do dólar próximo a R$ 2,10 -acima da faixa de R$ 2,00 a R$ 2,05 em que se manteve por praticamente seis meses até meados de novembro- reforçou a percepção de que a moeda americana encontrou um novo nível de preço, mais alto. 
Nesse cenário, especialistas ouvidos pela Folha aconselham a compra da moeda americana tão antecipada quanto possível para casos de viagem fora do país. 
"Se a pessoa vai viajar neste fim de ano -ou nas próximas férias de julho- e tem reais suficientes para comprar toda a quantia em dólares de que precisa, deverá quitar a fatura agora", diz Mauro Calil, educador financeiro. 
Há também a possibilidade de dividir a compra em lotes para diluir o risco de apostar em uma cotação que vai se revelar pouco vantajosa. 
Nesse caso, no entanto, é preciso avaliar se as taxas de serviço cobradas na hora da venda não acabarão encarecendo demais a aquisição total. 
RESPALDO 
A aposta na alta do dólar ganhou respaldo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou, no último dia 23, que o dólar acima de R$ 2 "veio para ficar". 
E também foi reforçada pelo fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre. 
O crescimento de 0,6%, abaixo do esperado, encorpou os argumentos dos que acreditam que o governo quer o dólar mais alto para favorecer a indústria exportadora e engordar um pouco o desempenho do país. 
"Está muito claro que o foco do governo agora é estimular o crescimento econômico, e não controlar a inflação", diz Daniel Cunha, economista da XP Investimentos. 
Em tese, o dólar valorizado é um fator de aumento da inflação, pois faz com que os brasileiros paguem mais, em reais, pelos itens importados. 
PESQUISA DE PREÇOS 
É importante ter em mente que o dólar é um produto como outro qualquer e é preciso pesquisar preços, especialmente em tempos de cotações mais alta. Analisar os valores cobrados em diferentes modalidades -como dinheiro vivo, travel cheque e cartão- também vale a pena. 
"Consulte diferentes pontos de venda. Centavos a menos podem fazer uma grande diferença no valor total da compra", diz Cunha. 
VALOR DE COMPRA DA MOEDA VARIA ATÉ 9% EM BANCOS
Não apenas as cotações do dólar estipuladas em cada instituição financeira, mas também as tarifas cobradas pesam no valor final da compra do dólar e devem ser comparadas com cuidado. 
Levantamento feito pela Folha com os cinco maiores bancos do país -desses, o Itaú não forneceu os dados- calculou quanto um correntista pagaria, no total, para comprar US$ 1.000 em diferentes modalidades. 
Em dinheiro vivo, modalidade para qual foram fornecidos valores pelo maior número de bancos, a diferença entre o preço mais baixo (da Caixa) e o mais alto (do Bradesco) chegou a 9,1%. 
Além da diferença das cotações, R$ 2,05 na Caixa e R$ 2,20 no Bradesco, pesaram na conta as tarifas cobradas por transação, de R$ 20 na Caixa e R$ 60 no Bradesco. 
Vale destacar que as cotações informadas são do último dia 28 e que elas oscilam conforme data e horário. 
Os cartões de crédito são a alternativa mais cara. 
Em comparação com o custo do dinheiro vivo, o valor em reais do pagamento de US$ 1.000 na fatura do cartão foi 5% maior na Caixa e 6% no Santander - os dois bancos que informaram dados nessa modalidade. Também foram consideradas cotações do dólar do dia 28. 
(Fonte : Jornal Folha de São Paulo / imagem divulgação)

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