quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

EMPRESAS DEVEM INVESTIR R$ 11 BILHÕES NO SETOR DE TURISMO NOS PRÓXIMOS 4 ANOS

O ministro do Turismo, Luiz Barreto, informou no sábado (13) que o setor hoteleiro deverá investir cerca de R$ 11 bilhões nos próximos quatro anos, visando à Copa do Mundo e às Olimpíadas. Segundo ele, já foram apresentados projetos de construção de 266 hotéis no país.
Barreto assistiu aos desfiles das escolas do Grupo Especial no Sambódromo e comemorou os números favoráveis do setor de turismo. "O ano está muito bom, o turismo está ganhando muito, a hotelaria está repleta. Estive em Recife, em Salvador, em São Paulo e se confirma a forte presença do turismo nacional e estrangeiro. O Rio cresceu 10% em relação ao ano passado e a média de ocupação, três dias antes do carnaval, estava em 94% e deve chegar a 100%", disse o ministro.
Segundo ele, as altas taxas também servem de alerta para a necessidade da continuidade dos investimentos, sendo que só de créditos públicos estão sendo alocados R$ 2 bilhões. "Nós fechamos o mês passado com R$ 11 bilhões de investimentos [privados] previstos até 2014. Significam 266 novos hotéis, que já estão em construção. Então estou otimista quanto a isso. Mas há gargalos na infraestrutura, no setor aeroportuário, que são um grande desafio", afirmou.
Barreto disse ainda que não pretende concorrer a cargo eletivo nas próximas eleições e que pretende ficar até o fim do governo, em dezembro.

(Fonte : Ag. Brasil de Notícias / 15-02-10)

REDUÇÃO DAS TARIFAS GARANTE BOA OCUPAÇÃO NO CARNAVAL DO RIO

A comercialização dos apartamentos dos hotéis cariocas para o Carnaval deste ano foi considerada positiva por Alexandre Sampaio, presidente do SindRio e diretor financeiro da ABIH Nacional, apesar da mudança no perfil do público.
"A grande procura dos turistas para o período é a Zona Sul da cidade. Como o Rio de Janeiro, os destinos que recebem muitos visitantes estrangeiros notaram uma queda na procura deste mercado", acredita.
Ainda de acordo com o profissional, mesmo com o crescimento do mercado interno, uma adequação dos empreendimentos hoteleiros foi necessária. "Os hotéis do Rio começaram a comercializar o Carnaval com valores fora da realidade atual. Foi necessária uma readequação das tarifas para atrairmos os turistas internacionais", opina Sampaio.

(Fonte : Hôtelier News / 12-02-10)

CARNAVAL DE RUA CRESCE NO RIO E TEME PRIVATIZAÇÃO

O crescimento dos blocos de rua do Rio, que se tornaram a principal atração para boa parte dos turistas que vão a cidade no Carnaval, vem despertando o medo da privatização da folia.
Uma faixa erguida no desfile do Cordão do Boitatá, domingo, no centro, afirmava: "Contra a baianização do Carnaval de rua do Rio". Embora a tradição de abadás de Salvador não exista no Rio, começam a aparecer camisas que dão direito a banheiro e outros confortos.
Sem banheiros suficientes, um dos principais problemas, a Prefeitura do Rio de Janeiro havia detido, até a tarde de ontem, 277 pessoas por urinar na rua. Segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública, desse número, 12 são mulheres e sete estrangeiros.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Cotidiano / 17-02-10)

GOVERNO QUER LEILOAR CINCO PORTOS ATÉ O FIM DO SEMESTRE

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, diz que, até o fim do semestre, cerca de cinco áreas em diferentes pontos do país estarão prontas para serem leiloadas. O Governo Federal, segundo ele, promete iniciar até abril um pacote de licitação de terminais portuários com contratos de concessão com a validade vencida.
No total, são cerca de 100 terminais com contratos vencendo até 2013 que terão de passar por leilão. E acrescentou que a agência aprovou, na semana passada, o processo de licitação de dois terminais que estão com o contrato vencido. O primeiro deles é o terminal de granéis líquidos que hoje é administrado pela Vopak, no Porto de Santos (SP).
A Antaq, segundo ele, quer as participantes do leilão ofereçam a maior proposta pela oportunidade de negócio, pois assinará contrato de concessão de 25 anos, prorrogáveis por mais 25. O vencedor ainda terá de arcar com investimentos mínimos de R$ 10,8 milhões e desembolsar R$ 33,8 milhões a título de sítio-padrão (referente ao pagamento da estrutura existente).
Além disso, a nova concessionária pagará mensalmente arrendamento de R$ 2,5 por tonelada movimentada e valor patrimonial de R$ 2,5 por metro quadrado usado.
- As regras vão determinar novas metas de movimentação e de investimentos nos portos.

PORTOS PARA GRANDES NAVIOS NA COPA TERÃO R$ 700 MILHÕES

O governo vai investir R$ 700 milhões para ampliar os portos de sete cidades brasileiras para que possam receber transatlânticos durante a Copa do Mundo de 2014. "Vamos construir terminais dedicados para transatlânticos que poderão servir como alternativa para a escassez hoteleira de algumas cidades", disse nesta quinta-feira o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos.
A estratégia é semelhante à utilizada por outros países que sediaram grandes eventos. Segundo o ministro, o Rio de Janeiro receberá a maior parte dos recursos, cerca de R$ 300 milhões, que serão aplicados na construção de três novos píeres, dobrando assim a capacidade de recebimento de turistas.
As melhorias previstas também poderão ser aproveitadas pela cidade durante as Olimpíadas de 2016. Santos, Fortaleza, Recife, Natal, Salvador e Manaus completam a lista de cidades que receberão recursos. Além de garantir condições melhores para a entrada de turistas, a medida também evitará prejuízos para o transporte de carga.
Pela legislação vigente, navios com passageiros têm preferência para atracar nos portos brasileiros. Sem terminais dedicados, as autoridades são obrigadas a liberar um dos pontos de embarque e desembarque de mercadorias para o recebimento de passageiros.
As licitações para as obras serão lançadas este ano e a expectativa do ministro é que as ampliações estejam concluídas em 2012. Os investimentos para estas obras serão adicionais ao planejamento definido pela Secretaria para 2010. Este ano, a pasta investirá R$ 1,2 bilhão para completar o Programa Nacional de Dragagem (PND) dos principais portos do país. As escavações do leito dos canais portuários devem ser concluídas até o início de 2011, disse Fabrizio Pierdomenico, subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário, e permitirão a entrada de navios de maior porte.
O programa elevará em 30% a capacidade de operação dos terminais. LONGO PRAZO - Paralelo à conclusão das obras previstas no PND, a Secretaria de Portos analisa atualmente a lista de projetos do setor que deverão ser incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o período de 2011 a 2015. Até o final de fevereiro, o ministro encaminhará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva os projetos que deverão ser contemplados, incluindo a segunda dragagem do porto de Santos, mais as operações nos portos de Areia Branca, em Natal (RN), e de Maceió (AL), que não entraram no PND, lançado em 2007.

(Fonte : Monitor Mercantil / 17-02-10)

COPA NO BRASIL CUSTA MAIS QUE O DOBRO DA AFRICANA

A quatro anos e meio de seu início, a Copa do Mundo do Brasil-2014 já tem previsão de gastos 120% maior que o investido na África do Sul-2010. Ou seja, o evento brasileiro tende a custar mais que o dobro do africano. Detalhe: o Mundial no território nacional tem estimativa de custo incompleta, enquanto o torneio deste ano está próximo da conta definitiva.
No início de fevereiro, o governo federal divulgou uma primeira lista de projetos para a Copa-2014. Incluiu 59 obras, sendo 12 delas em estádios.
O custo total previsto é de R$ 17,52 bilhões, incluindo verba federal, estadual e privada. Desse valor, são R$ 5,343 bilhões para construção e reforma de arenas. O restante é para transporte e obras nos entornos das praças esportivas.A Copa da África do Sul tem gasto total previsto de 33 bilhões de rands (R$ 7,968 bilhões), montante informado à Folha pela porta-voz do Tesouro Nacional sul-africano, Thoraya Pandy. "Esse valor inclui infraestrutura, estádios, comunicação, segurança e desenvolvimento esportivo", explicou.
O investimento em arenas foi de 13 bilhões de rands (R$ 3,1 bilhões) e, em transporte, atingiu 14 bilhões de rands (R$ 3,38 bilhões). "Acho que esse valor é muito maior. Tenho convicção de que é maior que isso", afirmou o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., a respeito das cifras sul-africanas.
Há dinheiro para reforma de aeroportos que não entra na conta da África do Sul. Mas o Brasil também não incluiu o setor aéreo em suas obras.
Ressalve-se que o Mundial brasileiro tem número maior de sedes do que a África do Sul: são 12 contra 9. Também terá mais arenas: 12 contra 10.
Proporcionalmente, isso justificaria aumento de um terço no investimento total e de um quinto em estádios. A diferença, porém, é de R$ 9,5 bilhões.E há tendência de alta. Os custos de estádios, únicos que tinham estimativa feita no projeto da CBF, já mais do que dobraram em relação a 2007.
Mais: ainda não houve previsão sobre os gastos com segurança, tecnologia e infraestrutura esportiva, como CTs.
Em comum, Brasil e África do Sul tem onipresença estatal para bancar as obras.
Um total de 94% dos custos dos estádios será de responsabilidade dos governos federal e estadual, segundo documentos do Ministério do Esporte. O restante será pago pelos clubes - Atlético-PR, São Paulo e Internacional, donos de arenas.
Estados, clubes e União assinaram termo em que foi estabelecida a fatia de cada um.
Todos os gastos em infraestrutura estarão na conta dos governos, sendo dois terços deles financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Na África, a presença estatal é mais forte, já que o governo federal bancou quase tudo. Houve, em menor porte, aportes privados e de municípios.
Também em comum, Brasil e África do Sul têm renda per capita próxima, em torno de US$ 10 mil (R$ 18,7 mil). O país africano tem desigualdade social um pouco maior, o que é indicativo de mão de obra mais barata. O eventual custo menor com salários dificilmente cobriria a diferença de mais de R$ 2 bilhões entre as obras de estádios no Brasil e na África do Sul.

MINISTRO PÕE EM XEQUE CIFRA SUL-AFRICANA

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., demonstrou descrença sobre o custo anunciado pela África do Sul para sua Copa do Mundo, em torno de R$ 8 bilhões. Para ele, o valor é bem maior.
"Você já foi lá? Eles têm problemas de infraestrutura. O transporte público precisa de bem mais coisa que o nosso", afirmou o ministro.
Ele não quis fazer comparações com o orçamento brasileiro até agora por não ter certeza sobre os dados de gastos sul-africanos. "Não vou especular sobre números. Estou surpreso."
Silva Jr. tem tido contato constante com dirigentes organizadores da Copa-2010, com viagens para intensificar essa interação.
Segundo números não oficiais da mídia sul-africana, o custo da Copa no país já dobrou em relação ao previsto inicialmente, em 2006. A estimativa inicial era de 15 bilhões de rands (R$ 4 bilhões), dizem jornais do país.
Para o ministro do Turismo brasileiro, Luiz Barretto, o Brasil vai investir mais do que os africanos para ter uma melhoria nas 12 cidades-sedes do Mundial.
"O país optou por fazer investimentos em infraestrutura, que vão trazer mais retorno para a população", declarou Barretto.
Ele lembrou que, além dos gastos com transporte e estádios, também já está confirmada a destinação de dinheiro para o setor hoteleiro.
Por meio de dois bancos, o governo federal abriu duas linhas de financiamento para construção e reforma de hotéis, no total de R$ 2 bilhões.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financia obras de transporte e em estádios, também abriu a possibilidade de atuar em outras áreas para incrementar os preparativos do Mundial. Entre essas áreas, está a de tecnologia de informação, que é considerada deficiente em algumas cidades, segundo levantamentos feito por consultorias contratadas pelo governo federal.

ALEMANHA GASTOU AINDA MAIS EM 2006

A Copa da Alemanha-2006 teve custos superiores ao investimento previsto até agora para o Brasil-2014. Mas o valor brasileiro deve se aproximar do dos alemães após a inclusão de novas despesas ainda não estimadas e o início das obras.
O Mundial no país europeu teve gastos entre 8 bilhões e 10 bilhões.
Considerando o câmbio atual e a inflação alemã nos últimos três anos, esses valores giram entre R$ 21,2 bilhões e R$ 26,5 bilhões.
Só que essa conta foi fechada pelo governo alemão após a realização do Mundial, com todas as despesas incluídas.
O total de custos dos estádios brasileiros e alemães já é quase igual. Foram 12 arenas por lá, como será no Brasil. Em valores atualizados, os estádios europeus custaram R$ 5,55 bilhões, cerca de R$ 200 milhões a mais do que os brasileiros.
A renda per capita alemã é de US$ 34,2 mil, mais que o triplo da brasileira, o que indica salário mais altos e, portanto, mais custos na mão de obra.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Esportes / 17-02-10)

SETORES VEEM EXPANSÃO DE 2 DÍGITOS COM COPA DO MUNDO

Enquanto o mercado projeta avanço de cerca de 5% para a economia neste ano, alguns setores preveem taxas de até dois dígitos por causa da Copa. Meses antes do início do torneio, em junho, diversas empresas investem no incremento da produção, no lançamento de produtos e na criação de campanhas especiais. Os objetivos são comuns -aumentar as vendas e fortalecer as marcas.
"Eventos dessa natureza acabam criando um pacote de consumo em torno de si", diz o professor da FGV Management Robson Gonçalves. Os principais beneficiados são os fabricantes de cerveja, televisores e material esportivo.
O Sindicerv, que reúne a indústria de cerveja, projeta crescimento acima de 10% sobre 2009. No fim do ano passado, a AmBev, que tem quase 70% do mercado nacional, anunciou investimentos de R$ 1,5 bilhão para ampliar entre 5% e 10% a capacidade de produção em 13 Estados. Um dos motivos é a boa expectativa com a Copa.
A Brahma, uma das principais marcas da empresa, pela primeira vez patrocina não só a seleção brasileira mas também a competição. Desde o fim do ano passado, veicula anúncios cobrando o "espírito guerreiro" da equipe. Também "vestiu" todos os seus produtos com embalagens alusivas ao torneio.
"Até agosto, não falamos de outra coisa, só de Copa do Mundo", diz o diretor de marketing Marcel Marcondes. A estratégia prevê até filmes específicos para o caso de fracasso da seleção na África.
O setor de televisores também se estrutura para a competição. O lançamento de modelos, que normalmente ocorre em abril ou maio, está sendo antecipado. Segundo o diretor da Samsung Marcio Portella Daniel, pesquisas apontam avanço de 40% do mercado como um todo. "Como queremos ampliar nossa liderança, prevemos crescer ainda mais", diz.
O vice-presidente de marketing da Semp Toshiba, Caio Ortiz, diz que, neste ano, é esperado um fenômeno parecido ao de 1974, quando a Copa incentivou a troca dos televisores em preto e branco pelos coloridos. Desta vez, a mudança será dos aparelhos de tubo para os de tela fina. De olho nesse cenário, a empresa ampliou as linhas de produção dos aparelhos LCD.
Na Panasonic, a expectativa é que, pela primeira vez, as vendas de tela fina superem as de tubo. "Estamos constatando no campo que as pessoas estão se preparando para um troca de TV", diz Daniel Kawano, analista de produto da empresa. "Em 2006, o preço era bastante alto, ultrapassando a casa dos R$ 10 mil, mas hoje estão muito atraente e com funções mais avançadas que naquela época."
Como reflexo do maior tempo que o brasileiro passará na frente da TV -e também de outros veículos de comunicação -, o otimismo é grande no setor de publicidade. "Este vai ser o ano em que o mercado vai voltar a crescer a dois dígitos", afirma Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, que aposta em expansão entre 10% e 12%.
Segundo ele, a competição fará com que as empresas voltem a investir em peças institucionais. "Em 2009, tivemos uma pegada mais de varejo. Como foi um ano duro, as marcas adotaram um tom promocional para alavancar as vendas."Nike e Adidas também se dizem otimistas. Com a Copa, o uniforme da seleção, uma das nove vestidas pela Nike, assume a liderança de vendas na linha de produtos para o futebol. A Adidas, com a bola oficial do torneio e 12 seleções, também vê seu apelo. "É um grande momento para a marca e para os negócios", diz Paulo Ziliotto, porta-voz da empresa.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed.Dinheiro / 17-02-10)

FAENA NO BRASIL

Após erguer um hotel durante a crise argentina e apostar em um bairro de US$ 300 milhões, o excêntrico Alan Faena fará um cinco-estrelas em São Paulo

O empresário argentino Alan Faena é tido como uma pessoa excêntrica no mundo da hotelaria. Para começar, ele sempre usa roupas brancas (não por superstição, mas porque acha que lhe caem bem), está sempre de chapéu e tergiversa sobre os assuntos mais distintos. Frases como "o mistério é caminhar em pensamento" ou "sou um grande respeitador do presente" são parte do modo Faena de se expressar - e não de se fazer entender. Mas que ninguém se engane: Faena só delira quando usa o vocabulário, pois é um craque no campo dos negócios. Aos 45 anos, ele comanda um dos hotéis mais badalados de Buenos Aires, o Faena Hotel + Universe. Paralelo a isso, está investindo US$ 300 milhões na criação do Faena Art District, um bairro inteiramente novo, ao lado de Puerto Madero, onde se encontra o seu hotel. Agora, esse argentino que anda de um lado para o outro do alto de suas botas de caubói vai pisar em um novo terreno. "Vou abrir um hotel em São Paulo dentro de dois anos", disse Faena com exclusividade à DINHEIRO. A ideia é criar um empreendimento que mescle hotelaria com residências no bairro dos Jardins. "Estamos em um processo inicial, mas, com certeza, criaremos um hotel que una as características do Faena com o espírito da cidade."
Os investidores que entrarão com o argentino nesse negócio são o russo Len Blavatnik, presidente da Access Industries (empresa americana que atua no setor de energia e mineração), os irmãos Christopher e Robert Burch, do fundo de investimento Red Badge, e Austin Hearst, neto do lendário magnata da mídia William Randolph Hearst (1863-1951), tido como um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna pessoal de US$ 1,4 bilhão. Para dar forma ao novo empreendimento, o grupo contratou a consultoria imobiliária americana Jones Lang LaSalle. A meta dos investidores é criar um hotel para competir, em termos de prestígio e luxo, com ícones de São Paulo como o Fasano, o Emiliano e o Unique. O investimento, estimado por especialistas do setor é de R$ 700 mil por quarto. Ou seja, se a unidade brasileira for do mesmo tamanho que a do Faena + Universe, consumirá cerca de R$ 75 milhões. "A chegada de um concorrente é sempre interessante para o mercado", aponta José Ernesto Marino Neto, presidente da BSH International, consultoria especializada em hotéis. "Mas é importante ter em mente que o sucesso de um projeto não significa o sucesso do próximo", alerta Marino.
De fato, Faena carrega grandes feitos no seu currículo. Ele é um dos responsáveis diretos pela revitalização do bairro de Puerto Madero, hoje um dos mais valorizados da capital Argentina. É que seu hotel, o Faena Hotel + Universe, começou a ser construído em 2002, com um investimento de US$ 30 milhões, em plena crise na Argentina. Logo, o estabelecimento tornou-se um dos destinos de luxo mais procurados da cidade. No ano de 2007, numa jogada com altas doses de ousadia, Faena começou a construção do Faena Art District, que será um complexo de condomínios, hotéis, praças e museu. Detalhe: 65% do projeto já está concluído. Outros negócios de Faena incluem unidades hoteleiras em Punta del Este, no Uruguai, e na cidade de Bariloche, na Argentina - este último ao custo de US$ 100 milhões. "Estou fazendo os projetos para serem obras de arte", conta Faena.
Não há meio-termo para definir o empresário: é amado ou odiado. Seus críticos consideram o hotel Faena uma ilha de excentricidade que não dialoga com a realidade da Argentina. De estilo belle Époque, com toques surrealistas, o hotel impressiona os visitantes ao abrigar um restaurante com cabeças de unicórnio nas paredes e outras maluquices. "Alan Faena consegue, através do design e da arquitetura, marcar seu nome no mercado", aponta Eduardo Rodrigues, coordenador do curso de design de interiores da Escola Panamericana de Arte. E, para os críticos, Faena dispara: "Ao me ver de chapéu, as pessoas pensam que não podem me levar a sério. Bom... Eles que continuem pensando isso. Embaixo do chapéu, sigo pensando e construindo."

(Fonte : Revista Isto É Dinheiro / Edição 645 / 17-02-10)

O HOMEM DE US$1,5 BILHÃO

O presidente do Carlyle, Fernando Borges, adquiriu o controle da CVC. Foi o primeiro cheque de muitos que ele pretende assinar no País

O empresário que chega ao número 3.900 da avenida Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi, em São Paulo, pode se sentir intimidado ao pisar no décimo segundo andar. Do lado esquerdo do elevador, o touro do Merrill Lynch encara o visitante. No oposto, a arquitetura sóbria em tom bege traz letras encravadas na parede, onde se lê Carlyle Group. Frente a frente estão dois modos diferentes de fazer negócio: um banco de investimentos, que cobiça o ganho rápido com a abertura de capital das empresas, e um fundo de private equity, que investe com paciência em companhias fechadas para levá-las, um dia, à bolsa de valores. Nas últimas semanas, o touro da Merrill parece estar domado e o movimento, voltado para o lado direito.
Fernando Borges, presidente do Carlyle no Brasil, acabou de assinar um cheque de R$ 800 milhões para marcar a estreia do gigante americano no País. Após dois anos trabalhando em silêncio no Brasil, o Carlyle comprou 64% da operadora de turismo CVC, do empresário Guilherme Paulus, em janeiro. Na mesa de trabalho de Borges, está se formando uma pequena pilha de relatórios de companhias que podem receber o capital financeiro e intelectual do fundo de private equity, que faz a gestão mundial de 260 empresas, com ativos de US$ 88 bilhões (R$ 158 bilhões), dos quais US$ 30 bilhões em caixa para novas oportunidades mundo afora. Aqui, o cacife inicial do executivo é de US$ 1,5 bilhão, o equivalente a R$ 2,7 bilhões. Ou seja, ainda restam quase R$ 2 bilhões para futuras aquisições, valor que pode aumentar com o tempo. Poucos investidores têm esse tamanho. "As pessoas iniciaram o ano querendo fazer negócio e dispostas a conversar conosco", diz Borges.
Os planos estão bem amarrados para os próximos cinco anos. Nesse período, o dinheiro deve ser dividido entre os setores de consumo, logística e agronegócio. A força do mercado doméstico, considerada fundamental para a resistência do Brasil à crise, é onde o fundo americano de private equity deve concentrar sua atenção. Pelo menos 70% do US$ 1,5 bilhão inicial serão alocados em companhias de varejo, educação, saúde e serviços financeiros. O restante deve ser repartido igualmente entre os negócios relacionados à agricultura, que desponta mundialmente com a exportação de alimentos e do etanol, e os gargalos de infraestrutura, que têm os estímulos da Copa do Mundo, da Olimpíada e do pré-sal para receber investimentos. "Este é o nosso plano", afirma Borges. Antes de rubricar a última folha de cada contrato, ele não vai revelar o endereço de suas visitas, embora deixe escapar a sua lógica. "A exploração do petróleo não é nosso foco, mas as indústrias relacionadas a ela, sim. As cidades vão precisar se estruturar com escolas, supermercados e drogarias com o fenômeno do pré-sal", sugere.
Quando o grupo americano manifestou sua intenção de ingressar no Brasil, há cinco anos, o foco escolhido era somente o mercado imobiliário. Parecia o tiro certo a ser dado pelo potencial de crescimento desse segmento. Mas o projeto não vingou. Para recuperar seu prestígio, o Carlyle contratou Borges, ex-presidente da AIG Capital no Brasil, no segundo semestre de 2007. E lhe deu carta branca. "Borges é um nome tradicional e muito conceituado nesse mercado", diz Alberto Tamer Filho, sócio da Axial Consult. Com a mão na massa, o executivo manteve a visão de que o aumento da renda e a ascensão da classe C deveriam ser explorados, mas focou a estratégia no setor de serviços, em vez da construção. Borges não pensou duas vezes e bateu na porta da companhia mais cobiçada por todos os seus concorrentes, a CVC.
Parecia uma missão impossível de realizar, tamanha a quantidade de "nãos" que Guilherme Paulus distribuiu aos interessados nos últimos anos. Mas Fernando Borges tinha um diferencial histórico: a operação vitoriosa com a Gol Linhas Aéreas quando estava à frente da AIG Capital. Ele acreditou no potencial da empresa de aviação criada pela família Constantino e aportou US$ 25 milhões em 2003. A Gol melhorou sua governança corporativa e, no ano seguinte, realizou uma oferta pública de US$ 280 milhões na Bovespa. "Existiram vários pretendentes, mas o Fernando teve o jeito certo de convencer o Guilherme", afirma Valter Patriani, presidente da CVC e funcionário mais antigo da operadora de turismo, com 33 anos de casa. "O Guilherme sonha em fazer da CVC uma empresa global. E ela será uma das cinco maiores do mundo", afirma o presidente do Carlyle.
Borges investiu pesado nessa negociação. Fechou as portas para todas as outras companhias e concentrou a atenção de sua equipe de sete pessoas na CVC. O entrosamento entre todos precisava ocorrer rapidamente, porque a aposta correu risco de naufragar. O início das conversas ocorreu em setembro de 2008, duas semanas antes da quebra do banco de investimento Lehman Brothers. "As crises tiram o referencial de preço para o vendedor e para o comprador", diz Borges. Mas são elas também que criam as oportunidades. Foi nesse período que o Carlyle confirmou estar à frente de uma empresa fortalecida, com caixa confortável e rapidez para manobras em períodos de tormenta.
Daqui para a frente, os passos do Carlyle estarão sendo analisados com todo o cuidado. O fundo não pretende fazer aventuras, como muitos de seus pares fizeram durante a febre dos IPOs antes da crise. "Queremos negócios que tenham dono e não buscamos contos da carochinha prontos para ir à bolsa", diz Borges. A concorrência vai aumentar. Uma série de fundos estrangeiros está de olho nos gordos prêmios que as companhias brasileiras podem oferecer no médio prazo. "O Brasil é o caminho natural do private equity americano e europeu", diz Tamer Filho. Será? "Ninguém vai chegar e assinar um cheque de US$ 500 mil para uma companhia sem conhecer bem o mercado", retruca Borges. Seus 15 anos de experiência, dois deles no comando do Carlyle, podem ser uma vantagem para domar as feras que apareçam na sua frente.

(Fonte : Revista Isto É Dinheiro / Edição 645 / 17-02-10)

PARQUE DA MÔNICA DEIXA O ELDORADO E DEVE VOLTAR EM 2011 EM NOVO ENDEREÇO

Depois de 17 anos de funcionamento no shopping Eldorado, o Parque da Mônica fechou as portas ontem, reunindo cerca de 3.000 pessoas.Segundo o cartunista Mauricio de Sousa, o parque deve ser reaberto no Shopping Nova 25, na zona sul, daqui a um ano e meio. A mudança acontece porque o Eldorado solicitou de volta a área ocupada pelo parque. Em nota, a administração afirmou que pretende ocupá-la com atrações que atendam à "nova demanda do público frequentador, cujo perfil vem se alterando nos últimos anos".
"Não tenho mágoa, isso é um negócio", disse Mauricio de Sousa ontem, durante uma visita ao parque.
Mônica, a filha de Sousa que inspirou a criação da personagem famosa, também foi prestigiar o fim das atividades. "Ainda não caiu a ficha que o parque vai fechar. Mas estou esperançosa. Será um recomeço em outro espaço."
O público lamentou. "Nunca colocarei os pés nas lojas que forem inauguradas aqui. Achei um absurdo a expulsão do Parque da Mônica", disse o engenheiro Sérgio Paz, 50, que tinha levado as duas sobrinhas.
Uma festa para os funcionários, na noite de ontem, encerrou as atividades do local.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Ed. Cotidiano / 17-02-10)