O acordo, costurado em parceria com as entidades, a alíquota que
começou a valer em 1o de janeiro, de 25%, seria reduzida para uma de
6,38% – não por acaso, a mesma cobrada de IOF em transações internacionais em
cartão de crédito

Em entrevista coletiva, os
presidentes da Clia Abremar (associação das operadoras de cruzeiros), da
Braztoa (das operadoras), da Belta (intercâmbio), da Abav (agências) e da Abeta
(ecoturismo e turismo de aventura), disseram estar em contato frequente com diferentes
figuras do governo federal –incluindo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques
Wagner, e o vice-presidente, Michel Temer.
Todos, de acordo com as
entidades, têm reafirmado o compromisso estabelecido pelos ministérios do
Turismo e da Fazenda em dezembro passado.
Segundo o acordo, costurado em
parceria com as entidades, a alíquota que começou a valer em 1o de
janeiro, de 25%, seria reduzida para uma de 6,38% – não por acaso, a mesma
cobrada de IOF em transações internacionais em cartão de crédito.
Até este ano, o envio de dinheiro
para o exterior em viagens era isento de impostos. Para montar pacotes
internacionais, agências de viagens contratam serviços fora do país e remetem
dinheiro para pagar por eles –por isso, são diretamente afetadas com a nova
tributação.
"Nunca tivemos portas tão
abertas no governo federal como hoje, por causa dessa situação. E em todas as
conversas que tivemos, com as mais diferentes instâncias, vemos que o governo
tem esse compromisso", disse Edmar Bull, presidente da Abav.
"O ministro do Turismo
[Henrique Eduardo Alves] está exaustivamente ao nosso lado, e sentimos nele
preocupação, envolvimento, parceria", afirmou Magda Nassar, da Braztoa.
"Estamos tendo sucesso, mas é um sucesso demorado, porque estamos lidando
com leis".
Na semana passada, as entidades
se reuniram em Brasília com representantes do Ministério da Fazenda e da
Receita Federal e obtiveram
o compromisso de uma resolução para esta terça-feira (19) – que não se
cumpriu.
Agora, apesar do clima de
otimismo, preferem não prever uma data para a publicação da medida provisória
que vai rever a alíquota. "Pode ser nas próximas horas, nos próximos dias.
Só não podemos esperar muito mais", disse Magda.
Segundo as entidades, nesses 20
dias do ano operadoras e agências estão cobrando a taxa de 6,38% (que deve
entrar em vigor de forma retroativa até 1o de janeiro) e evitado
fazer novas remessas, já que o que está valendo é a alíquota de 25%.
"Associados fizeram
adiantamento de remessas em dezembro, ainda com a isenção, e hoje estão
liquidando esses créditos e negociando com os fornecedores no exterior, que têm
se mostrado compreensivos", disse Marco Ferraz, da Clia Abremar.
A demora para a edição da MP,
segundo apurou a Folha, se deve
à necessidade de o governo encontrar uma forma de compensar, no Orçamento da
União deste ano, as perdas com a redução da alíquota, conforme determina a Lei
de Responsabilidade Fiscal; o Orçamento foi sancionado pela presidente Dilma
Rousseff na semana passada prevendo a arrecadação com a alíquota cheia, de 25%.
Procurado, o Ministério da
Fazenda não se pronunciou.
(Fonte
: J. Folha SP – 20-01-16 - Imagem divulgação)