sexta-feira, 14 de setembro de 2012

BRASILEIRO GASTA MAIS COM ALIMENTAÇÃO E PASSAGEM QUE COM HOTEL


Em suas viagens, os brasileiros gastam mais com o deslocamento e com a alimentação durante a estada do que com o alojamento. É o que mostra a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As despesas com transporte (aéreo, rodoviário etc) correspondiam a 48,6% do gasto total com viagens esporádicas - aquelas que não fazem parte da rotina diária. O percentual superou as despesas com alojamento (11,6%).
A cifra também foi menor do que com hotéis e afins (22,6%) e do que o gasto com pacotes turísticos (12,8%), segundo os dados de 2008-2009 do IBGE.
O gasto médio do brasileiro com viagens era de R$ 50,16. Desse total, quase metade era destinado à compra de passagens ou despesas com o veículo próprio: R$ 24,44.
O principal motivo das viagens era lazer e férias (37,9%), seguido por visita a parentes e amigos (22,3%), negócios (15,8%) e tratamentos médicos (8%). Foi a primeira vez que o tema foi pesquisado pela POF, pesquisa que mede o padrão e o perfil de despesas do brasileiros.

REGIÕES

Regionalmente, os moradores do Sul eram os que mais viajavam de férias: 44% do total de deslocamentos. No Sudeste, esse percentual era um pouco inferior. Já no Norte, correspondia a 27%, menor marca dentre as regiões.
Por outro lado, o Norte tinha a maior frequência de viagens de negócios (26,7%), motivo apresentado por apenas 12% dos viajantes do Sudeste.

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo / imagem divulgação)

DILMA DESONERA 40 SETORES E TERCEIRIZAÇÃO JÁ É REAVALIADA


A medida beneficia principalmente empresas que precisam de muita mão de obra.
Isso porque, sem o tributo, a folha de pagamento (salários e tributos) fica mais barata, o que pode tornar compensatório empregar em vez de contratar terceirizados.
Mesmo com custo menor, a terceirização pode implicar perdas no futuro, por causa de ações trabalhistas.
O anúncio de ontem já faz várias empresas beneficiadas estudarem rever suas políticas de terceirização e suspender planos de demissões.
A medida é um alívio para as companhias aéreas, que vêm acumulando prejuízos sucessivos e vivem um momento de forte alta de custos.
No setor de transporte aéreo, a ordem é reavaliar contratos de terceirização para verificar se haverá benefícios.
O presidente da Associação Brasileiras das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, calcula em R$ 300 milhões a redução de custo no primeiro ano da medida.
No setor de tecnologia da informação, que aderiu em dezembro à desoneração da folha, a avaliação é que a medida incentivará a formalização de funcionários que prestam serviço como empresas (os PJs, ou pessoas jurídicas).
O setor emprega 1,2 milhão de trabalhadores e cerca da metade deles é de PJs.
Para a Brasscom (reúne médias e grandes empresas do setor), a formalização ficou menos onerosa com a nova regra e é uma chance para eliminar despesas com passivos trabalhistas.

RENÚNCIA FISCAL

No total, serão beneficiados 40 setores, que representam 13% do emprego formal do país, 16% da massa salarial do setor formal e 59% das exportações de manufaturados.
A medida implica perda de arrecadação de R$ 12,83 bilhões em 2013, pouco mais de 1% das receitas tributárias previstas para este ano (R$ 949 bilhões).
Em quatro anos, a desoneração será de R$ 60 bilhões.
O ministro Guido Mantega prometeu também mais cortes de impostos em 2013.
A medida, porém, pode acabar provocando desequilíbrios dentro de um mesmo setor, já que empresas que mais se automatizaram e enxugaram mão de obra serão menos beneficiadas, avalia José Luiz Diaz Fernandez, presidente da associação dos fabricantes de móveis.
"Quem terceiriza mais pode ser mais penalizado", diz Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário. O ramo têxtil, com 1,6 milhão de empregados, está entre que já estavam desonerados.
Empresários de alguns setores chegaram a comemorar não terem sido incluídos.
Parte deles acredita que a medida só seria eficiente se atingisse todos os setores.
"O governo acerta na ideia, mas erra na velocidade de implementação", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp. "Se tivesse adotado antes, poderia agora estar anunciando a ampliação do prazo de recolhimento de impostos das empresas, por exemplo."

REVENDO CORTES

Enquanto os setores que trabalham com terceirizados reavaliam o modelo, indústrias que passam por dificuldades reveem demissões.
"A medida ajudará a reduzir impactos da crise e manter empregos", diz Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura.
Com margens de lucro apertadas devido à disparada nos preços dos grãos -principal matéria-prima para a indústria de aves e suínos-, os produtores diminuem o ritmo de atividade.
Pedro de Camargo Neto, presidente da associação dos exportadores de carne suína, concorda que a medida estimula o emprego e torna o setor mais competitivo em relação a rivais como os EUA e a Europa, com maior automatização e, portanto, menor custo com mão de obra.
Para papel e celulose, a medida dará mais competitividade, mas não é suficiente, diz a presidente da associação do setor, Elizabeth Carvalhaes.

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

GRANDES REDES TERÃO 200 NOVOS HOTÉIS EM 2015


As principais redes hoteleiras do Brasil devem inaugurar aproximadamente 200 hotéis no país até 2015.
O país passará de 515 para 700 empreendimentos ao final de três anos, de acordo com os cálculos realizados pelo Fohb, entidade que reúne 24 grandes bandeiras.
O patrimônio dos hotéis juntos vai subir dos R$ 13 bilhões, que totalizam atualmente, para R$ 17,5 bilhões no período, de acordo com o levantamento.
"São projetos que abrangem todas as regiões do país. A expansão representa cerca de 30 mil novos quartos, majoritariamente da categoria econômica, seguidos por padrão médio, luxo e resorts", afirma o presidente do Fohb, Roberto Rotter.
Hoje dominante, a categoria de empreendimentos de padrão médio, conhecida como "midscale", vai perder espaço para a econômica, de acordo com o executivo.
O padrão médio atualmente participa com 63% dos hotéis. Em 2015, terá cerca de 50%, segundo o estudo.
"O econômico sobe praticamente esses 13%", afirma Rotter.
A concentração, que hoje está nas regiões Sul e Sudeste, passará para o Norte e o Nordeste.
"Essa área sai de uma participação de 4% para 14%. Basta verificar que há várias cidades sedes na região", diz.
Outros investimentos são responsáveis pelo avanço, segundo ele.
"Não são só as várias cidades sede. Há também os investimentos como os da Vale, o polo tecnológico de Recife, os navios e outros, coisa que no passado não acontecia", afirma.

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo / imagem divulgação)

SENAC SÃO PAULO PROMOVE SEMANA DEDICADA À HOSPITALIDADE


Atento a necessidade de fomentar o diálogo sobre ações, produtos, roteiros e serviços voltados para potencializar os resultados do turismo no Estado, o Senac São Paulo realiza a Semana Senac de Hospitalidade, de 24 a 28 de setembro. O evento gratuito acontece nas unidades Ribeirão Preto, no interior do Estado, Aclimação, na capital, e Bertioga, no litoral, além do Centro Universitário Senac campi Santo Amaro, na capital, Águas de São Pedro e Campos do Jordão, ambos no interior, e conta com a participação de profissionais convidados e da instituição.
Estudantes e interessados na área poderão assistir palestras, mesas redondas ou acompanhar visitas técnicas, que abordarão, de maneira abrangente, a hospitalidade e sua importância para o fortalecimento do turismo local, com temas voltados para o mercado de hotelaria, turismo, lazer, eventos, sala e bar e gastronomia.
Com programação diversificada, a Semana Senac de Hospitalidade recebe para a mesa redonda na unidade Aclimação, A Hospitalidade como Diferencial nos Eventos da Cidade de São Paulo, Luiz Sales, diretor da Spturis. No Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, o destaque fica para a palestra Gestão da Sustentabilidade em Eventos, ministrada por André Dornelles.
As atividades são gratuitas e inscrições podem ser feitas pelo site www.sp.senac.br/hospitalidade, que também oferece a programação completa das unidades participantes.

Serviço

Semana Senac de Hospitalidade
Data: 24 a 28/9
Gratuito

(Fonte : Vitrine Hotel)

TAM REDUZ NÚMERO DE COMISSÁRIOS EM PARTE DOS SEUS VOOS


Depois de fechar o segundo trimestre com prejuízo de quase R$ 1 bilhão, a TAM reduziu de 4 para 3os comissários a bordo em um terço dos seus voos domésticos. Em maio, a Gol havia feito o mesmo emparte da frota.
A iniciativa vale desde o início de setembro para todos os voos operados como Airbus A319. Esse modelo de avião faz, por exemplo, rotas que ligam Congonhas aos aeroportos de Florianópolis, Curitiba e Confins (Minas Gerais).
O A319 tem capacidade para 144 passageiros. Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), 32% dos voos da TAM dentro do território brasileiro usam esse tipo de aeronave.
A prática é adotada no exterior, especialmente por companhias de baixo custo.
No Brasil, a Webjet foi a primeira a obter autorização para usar três comissários, em 2010

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

REDUÇÃO DE TRIPULANTES PREOCUPA SINDICATO


A redução de quatro para três comissários em aviões da TAM com capacidade para cerca de 150 passageiros é vista com preocupação pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas. Na segunda-feira, sindicalistas se reúnem com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para discutir o tema.
Várias companhias, como Gol, Webjet e Avianca, já obtiveram autorização da agência para reduções similares. Procurada pelo Valor, a Anac informou que "o requisito de segurança de voo estabelece o mínimo de um comissário para cada 50 passageiros e isso sempre foi assim. O número mínimo é definido no processo de certificação das aeronaves."
A TAM informou ontem que desde o início do mês promoveu uma redução de quatro para três comissários na aeronave A319, que representa 20% da frota da companhia. Por meio de comunicado, a companhia acrescentou que não fará demissões, mas realocação de pessoal.
A TAM está reduzindo a oferta no mercado doméstico. Deverá encerrar 2012 com 124 aeronaves para voos nacionais, sete a menos do que no ano passado. A companhia está renovando a frota doméstica em 10%, com 13 modelos novos do A320. Nos voos ao exterior, a companhia recebe, ainda neste ano, quatro aviões da Boeing, modelo 777.
"Grupos de comissários já estão passando por treinamento para assumir a operação em voos internacionais. Não necessariamente são os mesmos tripulantes que antes operavam os A319. Estes poderão assumir o posto deixado pelos colegas que passarão a fazer voos internacionais", informou a TAM.
Em março, a Gol anunciou planos de reduzir de três para quatro a quantidade de comissários no 737-700. A redução seria efetivada em maio. A companhia está em processo de adequação de tamanho de quadro de funcionários ao seu novo tamanho de malha de voos, 10% menor, e de frota. Até o fim deste ano, vai acumular o desligamento de 2,5 mil pessoas.
"Estamos muito preocupados com a redução do número de comissários, é uma questão de segurança de voo", diz Graziella Baggio, da direção do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Ela também lembra que a Paralimpíada de 2016 vão aumentar o fluxo de passageiros com necessidades especiais.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

AÉREAS ECONOMIZAM R$ 300 MI AO ANO COM DESONERAÇÃO


Incluídas na segunda leva do plano de desoneração da folha de pagamentos apresentado pelo governo federal, as companhias aéreas pagarão menos INSS a partir de janeiro. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), as companhias deixarão de pagar os 20% de contribuição patronal sobre o INSS e o pagamento será atrelado ao faturamento. A partir de janeiro, as empresas aéreas pagarão o equivalente a 1% sobre o faturamento. “A inclusão do setor é positiva e abre uma agenda de diálogo e avanço que nos estimula a continuar construindo um meio de transporte cada vez mais acessível”, comentou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
Segundo a Abear, a redução de custos com a medida pode ultrapassar os R$ 300 milhões anuais para as cinco empresas que integram a associação – Avianca, Azul, Gol, Tam e Trip, responsáveis por 99% da aviação civil brasileira. “Há duas questões prioritárias neste momento para o setor: esta, tributária, que hoje vemos atendida pelo governo federal, e a revisão dos custos de combustível, que representam quase 40% do preço do bilhete aéreo hoje”, completou Sanovicz.
As empresas aéreas fazem parte de um grupo de 25 setores beneficiados pela desoneração. Eles passarão a contribuir com entre 1% e 2% do faturamento para o INSS, segundo o setor. Além das empresas aéreas, a lista traz o transporte rodoviário coletivo, transporte marítimo, fluvial e navegação de apoio, bicicletas, papel e celulose, cerâmicas e aves, suínos e derivados, entre outros. Com a medida, a renúncia fiscal do governo chega a R$ 60 bilhões na arrecadação nos próximos quatro anos. Somente em 2013, esse valor é de cerca de R$ 12,8 bilhões.
A desoneração da folha de pagamento foi uma das demandas dos empresários apresentadas à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na terça-feira, em encontro com representantes da Câmara Empresarial de Turismo da CNC.

(Fonte : Panrotas)

PASSAREDO QUER OPERAR NO NORDESTE EM 2013


Dirigentes do turismo do Nordeste voltaram a ser reunir nesta quinta-feira (13) na sede da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Recife. Em pauta, investimentos na malha aérea da região.
O vice-presidente executivo da Passaredo, Eduardo Bush, e o diretor de Planejamento da empresa, Ricardo Merenda, apresentaram na ocasião seus planos para operar no Nordeste a partir de 2013.
A ideia da companhia aérea é transportar 45 mil passageiros no ano que vem em sete Estados da região. A aeronave utilizada será o ATR-72, com capacidade para 70 passageiros.
A Passaredo montou quatro rotas, de Norte a Sul e de Leste a Oeste da região Nordeste. Já a alíquota ficaria unificada em 3% para o QAV (querosene de aviação), em toda a região.

(Fonte : Panrotas)

GOL VOARÁ PARA NOVA YORK COM MILHAS


A Gol vai lançar voos para Nova York, sua terceira frequência para os Estados Unidos. A oferta será restrita a clientes do seu programa de fidelidade, o Smiles. O modelo é o mesmo usado pela companhia nos voos para Miami e Orlando.
A companhia aérea pretende começar os voos para Nova York entre o fim de outubro e a segunda quinzena de novembro, afirmou o diretor do Smiles, Flavio Vargas. A Gol não definiu a data porque ainda não conseguiu o aval de todas as autoridades aeroportuárias. "Já solicitamos tudo", disse Vargas.
O voo partirá do aeroporto de Guarulhos, na sexta de madrugada ou no sábado, e fará uma escala em Punta Cana, na República Dominicana. A meta da Gol é oferecer cinco voos semanais para os Estados Unidos até fevereiro, sendo dois deles para Nova York. Cada trecho custará a partir de 25 mil milhas. A passagem também poderá ser comprada com um parcela de milhas e outra em dinheiro.
A Gol começou a voar para os Estados Unidos em junho, com uma frequência para Miami. A empresa realizou apenas cinco voos, todos exclusivos para os clientes Smiles.
"São voos não regulares para atender à demanda do cliente Smiles. Eles são uma espécie de laboratório para a Gol", explicou Vargas. "Existe na Gol uma iniciativa para avaliar voos regulares para o exterior."
Essa é a segunda vez que a Gol tenta avançar no mercado externo. Uma das razões que levaram a empresa a comprar a Varig, em 2007, foi a operação internacional da companhia, que voava para os EUA e para a Europa.
Mas, em 2008, as rotas para esses destinos foram canceladas e a Gol assumiu um foco no mercado doméstico. Hoje a companhia só oferece rotas internacionais de curta distância, principalmente na América do Sul.
O cenário do mercado brasileiro, no entanto, ficou adverso. A expansão da frota de Gol e TAM e a entrada de novos competidores, como a Azul, levou a um excesso de oferta no Brasil e à corrosão dos lucros.
A Gol reagiu com a eliminação de voos não rentáveis. Em agosto, a oferta de passagens no mercado doméstico caiu 8,5% ante o mesmo período do ano passado. A suspensão de voos no Brasil favoreceu o projeto de voos internacionais do Smiles, por deixar aeronaves disponíveis para a operação, segundo Vargas.
Além de testar a operação internacional, a Gol usa a iniciativa para valorizar seu programa de fidelidade. A empresa estuda mudanças para o Smiles há 18 meses e uma possibilidade é a abertura de capital, em uma estratégia semelhante ao que fez a TAM com a rede Multiplus em 2010.

(Fonte : Jornal O Estado de São Paulo / imagem divulgação)

US AIRWAYS TENTA BARRAR GOL NOS EUA


A US Airways tenta atrapalhar os planos da Gol de renovar a sua autorização para fazer voos charter (fretados) para os Estados Unidos, num desdobramento de uma disputa sua com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero sobre o direito de usar o aeroporto de Guarulhos.
Recentemente, a Gol pediu ao Departamento de Transportes (DOT) dos Estados Unidos a prorrogação por um ano de sua autorização para fazer voos charter. Numa carta entregue às autoridades americanas, a US Airways diz ter objeções ao pedido da Gol.
A companhia americana reclama que tenta, há dois anos, ter acesso a sete slots (direitos de pouso e decolagem) no aeroporto paulista de Guarulhos (Cumbica). Para ela, o DOT não deveria renovar a autorização para voos charter da Gol enquanto as autoridades brasileiras não resolverem o assunto.
A Infraero informou que, em meados de junho, foi oferecido à US Airways o horário de pouso e decolagem compreendido entre 11h30 e 13h25, mas a companhia não aceitou. A Anac acrescentou que o horário solicitado pela US Airways é "bastante disputado e estava indisponível".
A US Airways quer usar os sete slots em Guarulhos para inaugurar um voo diário entre São Paulo e Charlotte, na costa leste dos EUA. Para os americanos, o mercado aéreo brasileiro é um dos mais promissores do mundo. Projeções da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) preveem um crescimento anual de 6,2% no número de passageiros entre Brasil e Estados Unidos até 2031.
As chances de sucesso da US Airways em bloquear o pedido da Gol são pequenas. Em junho, a empresa americana apresentou objeção semelhante à renovação de autorização da TAM, que acabou sendo ignorada pelo DOT.
Na maior parte das vezes, o DOT aprova de forma praticamente automática as autorizações para a realização de voos charter das companhias brasileiras. Os voos entre o Brasil e os EUA são regulamentados por um acordo de transporte aéreo de 1989, atualizado em 2011. Nele, está definido que charters de aéreas brasileiras dependem da autorização do DOT.
Em 9 de agosto, a Gol entregou carta ao DOT pedindo a prorrogação de sua autorização para fazer voos charter aos Estados Unidos. Como é de praxe nessas situações, o DOT colocou o pedido sob consulta pública para ouvir eventuais interessados.
O único a se manifestar foi a US Airways. "A US Airways tem objeções ao pedido da Gol", afirma a carta da empresa. A US Airways diz que, em abril de 2011, chegou a um acordo com a Infraero que estabelecia que ela teria acesso aos slots em fins de 2012. Um ano depois, porém, a Infraero teria afirmado à US Airways que, devido à concessão do aeroporto, a entrega dos slots não poderia ser feita no prazo estipulado.
A Infraero negou que tenha fechado qualquer acordo com a US Airways. Também enfatizou que não afirmou à companhia que a entrega dos slots tinha relação com o novo operador de Cumbica.
Para a US Airways, se o DOT renovar a autorização dos voos charter para a Gol, haverá um desequilíbrio competitivo entre as companhias brasileiras e americanas nos voos entre os dois países. Dados da Anac, no entanto, mostram que as empresas aéreas americanas operam 175 voos semanais regulares para o Brasil. A TAM, única companhia que opera voos regulares aos EUA, voa 76 vezes por semana para o mercado americano.
A Gol contestou junto ao DOT as objeções da US Airways, alegando não ter nenhuma responsabilidade pelo atraso na concessão dos slots. A Gol também cita o precedente criado pelo DOT, que rejeitou alegações semelhantes feitas pela US Airways em um pleito semelhante feito pela TAM.
"Não temos declaração adicional além das objeções que fizemos", afirmou Davien Anderson, um assessor de imprensa da US Airways. "Mas estamos muito animados em começar o serviço entre Charlotte e São Paulo. Hoje há questões que nos impedem de prestar esse serviço, mas temos a expectativa de conectar clientes entre o Brasil e os Estados Unidos com voos adicionais."

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

GOVERNO ESTUDA LEVAR TREM-BALA PARA PR E MG


Em encontro com engenheiros e executivos brasileiros e estrangeiros de empresas do setor de transportes, o superintendente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Hélio Mauro França, disse ontem que é "uma decisão de governo" ir além do trem-bala que vai ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e criar uma malha ferroviária de transporte de passageiros por meio da tecnologia de trens de alta velocidade (TAV). Estudos de demanda para os trechos SP-Curitiba, SP-Belo Horizonte e SP-interior paulista-Triângulo Mineiro são conduzidos pelo Ministério dos Transportes e ficarão prontos em 2014, logo após a assinatura do contrato com o vencedor do leilão do trem-bala SP-RJ, previsto para novembro do ano que vem.
Segundo França, a garantia expressa pelo governo de que a opção pelo trem-bala envolve vários projetos é "um aceno" ao setor privado, que passaria a enxergar maior escala para investimentos no setor. Além disso, a ideia afasta a possibilidade de repetir o fracasso do primeiro leilão do TAV SP-RJ, em julho de 2011, quando nenhum empresa apresentou propostas.
"É um aceno para o leilão. Existe uma visão no país de que é preciso ampliar o modal ferroviário de passageiros, considerando aspectos locais e regionais. O TAV é uma das etapas. É um aceno para o programa de transferência de tecnologia [para a implantação do trem-bala]. É mais atrativo para a indústria se eu ofereço uma perspectiva de escala", disse França, que participou de um painel da 18ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, seminário que ocorre em São Paulo.
Para Nelson Cabral, diretor- comercial da multinacional Bombardier, a maior fabricante mundial de trens de alta velocidade, a notícia é animadora. "A tendência é de melhorar as condições de transferências de tecnologia, um dos critérios para ganhar a concorrência do trem-bala", avalia. "É importante que o governo mostre que tem um plano de investimento para uma malha e não um único projeto, pois facilita o planejamento e as perspectivas de retorno do investimento privado, que é bastante específico", completa.
A intenção do governo de levar o trem-bala para Curitiba, Belo Horizonte e Triângulo Mineiro é conhecida desde 2010, mas desde então não havia notícia sobre o andamento dos estudos. Segundo o dirigente da ANTT, há evidências de viabilidade comercial para se explorar esses trechos. "São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba são cidades com bom fluxo, agora é preciso fazer avaliação de tempo de viagem e necessidade da demanda", ponderou França.
"Estamos avançando nas análises, que contemplam uma linha de alta velocidade de 416 quilômetros de São Paulo a Curitiba", informou. Quanto a Minas, uma linha sairia de São Paulo rumo a Belo Horizonte e outra para o norte paulista, sentido Triângulo Mineiro. França apresentou uma transparência com fotos de satélite destacando os traçados do futuro trem-bala, mas não quis dar mais detalhes do projeto.
Ele concentrou sua palestra no projeto atual do trem-bala, que está em fase de realização de audiências públicas e tem leilão marcado para maio de 2013. O governo exige que as empresas vencedoras do leilão invistam pelo menos R$ 35 bilhões. Em troca, as companhias terão o direito de explorar a operação ferroviária por 40 anos.
A extensão do trem-bala para outras regiões do país foi comemorada por alguns empresários. Um deles, que preferiu não se identificar, questionou a ligação Campinas-São Paulo do atual projeto e cobrou agilidade na conexão com Curitiba. "Campinas e região são muito bem servidas por ótimas rodovias. O trajeto pela Régis Bittencourt para o sul do país é um inferno, a estrada é péssima e sempre tem acidentes que interrompem a viagem. Além disso, o aeroporto Afonso Pena em Curitiba está sempre fechado por causa do mau tempo. O governo poderia deixar de lado o trecho de Campinas e priorizar o trecho sul, cuja viagem é mais dramática."

(Fonte : Jornal Valor Econômico)