quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ABAV 2010 ABRE INSCRIÇÕES


Associados terão limite de inscritos para acesso gratuito e os demais contarão com desconto em credenciamento realizado até 1º de outubro

As inscrições para o 38º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens - ABAV 2010 e Feira das Américas começaramm na ultima quarta-feira (1º). O formulário de inscrição esta disponível no site www.feiradasamericas.com.br e as credenciais serão retiradas diretamente no local do evento, de 20 a 22 de outubro, no Riocentro, Rio de Janeiro.
Para preencher a ficha de inscrição, o participante deverá clicar na área demarcada para credenciamento on-line e selecionar a sua identificação (associado, afiliado, não associado, estudante, visitante internacional ou imprensa). O sistema informará automaticamente o valor a ser pago ou se há isenção da taxa. Em seguida, será solicitado um e-mail e senha e deverão ser respondidos os campos do cadastro. Após finalizar o processo, o participante receberá um e-mail de confirmação com seu código de inscrição. Com ele, poderá dirigir-se às centrais de autoatendimento, localizadas na entrada do Pavilhão 1 do Riocentro, para retirada da credencial.

Associados ABAV: 10 inscrições gratuitas por agência

Agências de viagens associadas têm direito a 10 inscrições gratuitas para o evento. Aos demais serão oferecidos descontos, desde que o credenciamento seja realizado até o dia 1º de outubro. Nesse período, não associados e agências internacionais pagam R$ 137, estudantes R$ 74 e sócios afiliados R$ 95. Após a data, a inscrição passa a custar R$ 168 para não associados e agências internacionais, R$ 84 para estudantes e R$ 116 para sócio afiliado.

Este ano, por conta da reestruturação do Congresso, não haverá inscrição prévia para as sessões plenárias e seminários. Dentro do novo modelo, denominado "Rodadas de Oportunidades", serão ministrados de oito a 10 cursos, simultaneamente, durante dois dias do evento (21 e 22 de outubro) e a participação dos profissionais ficará sujeita à lotação das salas. Os seminários acontecerão das 10h às 12h, antes da realização das sessões plenárias, que seguem das 12h às 14h.

Saiba como se credenciar

Associados e Afiliados ABAV: inscrição feita pelo site, bastando informar o código de associado (formado pela sigla do Estado mais quatro dígitos) para identificação e obtenção de inscrição. Caso haja alguma irregularidade em seu cadastro, procure sua ABAV Estadual para regularização.

Agentes de Viagens Internacionais: inscrição feita pelo site. Visitantes internacionais devem procurar a associação dos agentes de viagens de seu país para obter um código de identificação e promoção (válida para associações internacionais parceiras da ABAV).

Não Associados: inscrição feita pelo site, por qualquer profissional do turismo. O credenciamento é confirmado mediante ao pagamento da inscrição.

Jornalistas: o credenciamento é gratuito. Jornalistas que participaram da Edição 2009 do congresso receberão, por e-mail, um credenciamento facilitado para apenas confirmar ou modificar os seus dados. Os demais interessados em realizar a cobertura do evento, precisam acessar o site, na área reservada à Imprensa, e seguir as instruções. As solicitações novas serão avaliadas pela assessoria de imprensa da ABAV e, sendo aprovadas, as credenciais poderão ser retiradas durante o evento, mediante apresentação de documentação do veículo (crachá funcional).

Estudantes: podem visitar a feira em grupos ou individualmente. Inscrições individuais poderão ser feitas pelo site, informando o código da carteira de identificação de estudante. O mesmo documento deverá ser apresentado para entrada na feira, obrigatoriamente. A visita de grupos (mínimo de 15 pessoas) deverá ser monitorada por um coordenador do curso.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 2129-6303 begin_of_the_skype_highlighting (11) 2129-6303 end_of_the_skype_highlighting ou pelo e-mail credenciamento@feiradasamericas.com.br.

(Fonte : Ascom ABAV)

REAL GIRA US$ 28 BI POR DIA EM CONTRATOS DE CÂMBIO NO MUNDO


O mercado de câmbio no Brasil mais que dobrou de 2007 a 2010, passando de US$ 5,8 bilhões para US$ 14,2 bilhões por dia, na média, revela o Banco Internacional de Compensação (BIS), espécie de banco dos bancos centrais. O volume no país representa 0,3% do mercado mundial de moedas. É várias vezes maior do que o mercado da Argentina, que gira US$ 1,6 bilhão por dia, mas menor que o do México, com US$ 17 bilhões, e da China com US$ 19,8 bilhões.
O BIS mostra também a fatia do giro dos contratos de câmbio envolvendo o real em todo o mundo alcançou US$ 28 bilhões por dia, em abril, quase dobrando de 0,4% para 0,7% das transações globais (como duas moedas são envolvidas em cada transação, a soma das percentagens é de 200% ao invés de 100%). Em comparação, os negócios com o yuan chinês representam 0,1% do total mundial, enquanto o peso mexicano tem fatia de 1,3%.
As transações envolvendo o par real/dólar americano atingem agora US$ 26 bilhões por dia, comparado a apenas US$ 5 bilhões no relatório de 2007 do BIS. Isso se explica também pelo fato de o banco pela primeira vez ter incluído dados dos outros países sobre as transações com a moeda brasileira, e não apenas os números fornecidos pelo Banco do Brasil.
Em junho, o banco dos bancos centrais destacou que o real se tornara a segunda moeda mais utilizada nos derivativos no mundo, só superada pelo dólar americano, mesmo se o volume no mercado à vista representar menos de 1% do total global.
O relatório mostra também que o giro dos derivativos com taxas de juros no Brasil chega a US$ 7,5 bilhões por dia (0,3% do total global) comparado a apenas US$ 100 milhões em 2007. Globalmente, essas transações cresceram 24%, totalizando US$ 2,1 trilhões em abril.
Para o especialista de câmbio Sidney Nehme, da NGO Corretora de Câmbio, em São Paulo, a atração do real se explica por duas razões. Primeiro, "é uma moeda extraordinária para ser especulada, porque o país tem um grau de risco muito baixo e taxas de juros muito elevadas, estimulando essas operações". E, segundo, nota que o mercado de câmbio tem limitação legal e só pode operar à vista, e as outras operações acabam sendo desviadas para o mercado de derivativos. "Não temos um mercado livre, o monopólio é dos bancos, que por sua vez têm posição vendida de uns US$ 12 bilhões hoje."
O mercado global de moedas já movimenta US$ 4 trilhões por dia, 20% a mais do que em 2007 e quase três vezes o tamanho do PIB do Brasil, diz o BIS. Para o BIS, o maior giro do mercado de moedas globalmente está associado a mais transações por parte de "outras instituições financeiras", categoria na qual o BIS junta hedge funds, fundos de pensão, companhias de seguros e bancos centrais.
A instituição destaca que o mercado de câmbio está cada vez mais global. Ainda mais, como notam certos analistas, porque muitas empresas continuam apostando no setor para tentar reduzir suas exposições ao risco, apesar dos desastres dos derivativos cambiais em países como o Brasil.
A parte das transações em dólar dos EUA continuou a declinar desde abril de 2001, quando o BIS começou a pesquisar o mercado de câmbio. Passou de 90% do total mundial em 2007 para 85% agora, enquanto o euro e o iene japonês ganharam 2% cada um. A fatia de moedas de 23 países emergentes cresceu para 14% comparado a 12,3% em 2007. As altas mais significativas envolvem a lira da Turquia, o won da Coreia do Sul, o real brasileiro e o dólar de Cingapura.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

EM LISBOA, UM JARDIM DE SURPRESAS, COM CERTEZA


Algumas pessoas se assustam logo na entrada. Um gato preto sobre o muro, em posição de ataque, é o primeiro animal que se vê. É preciso chegar mais perto para perceber que ele está imóvel e só aí se dão conta de que ele também faz parte das travessuras de Rafael Bordalo Pinheiro, um dos artistas portugueses mais importantes do século XIX, cuja obra renasce com força numa exposição montada no jardim do Museu da Cidade, em Lisboa.
O Jardim Bordalo Pinheiro, como foi batizado, traz um verdadeiro zoológico de cerâmicas que surpreende o visitante com suas cores e proporções exageradas. Além de gatos sobre muros, há gafanhotos com mais de um metro altura subindo em plantas, cobras serpenteando em arbustos, caracóis que sobem pelas paredes, macacos pendurados em árvores, sapos cuspindo jatos d ' água, lagostas voadoras e mais uma imensa fauna fantástica que nos transporta ao mundo idealizado por esse artista cuja obra se mantém atual por mais de um século.
Com a intenção de criar uma "indústria artística nacional", como ele mesmo vaticinou, em 1884 Rafael Bordalo Pinheiro fundou a Fábrica de Faianças de Caldas da Rainha, na cidade de Caldas da Rainha, a 100 quilômetros da capital. Funcionou sob sua direção até 1905, ano de sua morte. Dali saíram as peças que ganharam espaço em museus de todo o mundo e, principalmente, no cenário artístico lusitano, do qual Bordalo é figura eminente.
Com a morte do artista, a fábrica passou pela mão de herdeiros, foi comprada e vendida por empresários, passou por várias crises financeiras, mas se manteve em funcionamento, reproduzindo as peças a partir dos moldes deixados pelo artista. Hoje, está sob a tutela do grupo Visabeira, que divide com o governo português a missão de mantê-la em atividade.
A nova versão do Jardim de Bordalo foi inaugurada no fim de 2009 e não tem data para sair de sua nova casa, o Museu da Cidade. A ideia de recuperá-lo nasceu da parceria entre a jornalista portuguesa Catarina Portas e a designer Joana Vasconcelos, que visitaram a Fábrica de Caldas da Rainha e se encantaram com a existência de centenas de moldes ainda em condições de uso. "Mais de um século se passou e começamos a recuperar teimosamente esses moldes de animais, quebra-cabeças de tantas peças que faziam surgir obras gigantes que pouca gente tinha visto expostas", conta Catarina Portas. "Foi aí que surgiu a pergunta: e se reuníssemos todos esses bichos numa bela 'garden party', num jardim que seria uma verdadeira festa? Foi o que fizemos", completa a jornalista.
Além de seu gigantismo, o Jardim Bordalo Pinheiro chama a atenção do visitante por suas cores. As cobras são pintadas em tons de verde cintilante, os gafanhotos são de um amarelo intenso, os caranguejos são furta-cor, as lagostas são de um vermelho forte e as conchas, verdes limão. Em uma fonte, os peixes são cinzas e parecem flutuar, fincados ao fundo da água por hastes de metal. Em outra, menor, são abelhas gigantes que sobrevoam a água como se fosse mel, ou como se matassem a sede no liquido inquieto que parece lhes dar vida própria. Tudo nos convida a sentar e observar, deixar de lado a rotina dos passeios rápidos, atentar para minúcias, entrar no delírio do artista.
Os que desejam se aprofundar na história de Lisboa e na obra de Bordalo têm mais duas opções bem próximas dali: o Museu da Cidade, que é na verdade onde está instalado o jardim, e o Museu Bordalo Pinheiro, do outro lado da rua, dedicado exclusivamente à obra do artista.
O primeiro é indispensável a quem visita a cidade, principalmente por possuir um acervo que recupera todo o percurso evolutivo da cidade, desde a sua pré-história até o século XIX. Além de ferramentas primitivas, algumas datadas de 200 mil anos a.C., traz peças que nos remetem, por exemplo, à sua época Romana, quando a cidade era chamada de Olisipo e era um grande entreposto comercial sob o governo de Júlio César. Há também muitos detalhes da reconstrução de Lisboa depois do terremoto de 1755, que destruiu toda a cidade e a fez renascer com o traçado que possui hoje. Os projetos arquitetônicos desenvolvidos e encomendados pelo Marquês de Pombal, responsável por reconstruí-la, também estão expostos ali. Outro destaque é uma maquete construída na década de 1950 pelo artista Ticiano Violante, que reproduz a cidade nos mínimos detalhes, tal como era antes do terremoto. Hoje, a maquete faz parte de um projeto do museu chamado LISBOA 3D, que transformou o cenário produzido por Ticiano em imagens em três dimensões, disponíveis numa tela de computador ao lado da maquete. É possível ver detalhes precisos dos edifícios que faziam parte da capital portuguesa antes do cataclismo.
Os que desejarem visitar o Museu Bordalo Pinheiro só precisam atravessar a avenida.
Fundado em 1916, o museu tem origem em uma importante coleção reunida pelo poeta Cruz Magalhães (1864-1928), amigo do artista. Embora seja um local pequeno, um antigo casarão na avenida Campo Grande, nos ajuda a entender (com muito humor e sagacidade) o contexto político de um país que passava da monarquia à república de forma conturbada. Nascido em 1846, Bordalo também se dedicou à pintura, à charge e ao jornalismo, sempre reconhecido por seu humor ácido e ferino, que abalou as estruturas da conservadora sociedade portuguesa do fim do século XIX.
Um bom exemplo dessa provocação social está nas gravuras de animais que Bordalo usou para metaforizar os descalabros da política: um papagaio representa a retórica parlamentar, um grande cão magro com cara de mau representa as finanças e uma porca gorda simboliza a própria política.
Outra peça que impressiona é a Escarradeira Usurária. Numa época em que escarrar era usual, Bordalo fez desse ato uma crítica social ferrenha aos que não desperdiçam nada. Seu escarrador é um homem com óculos de intelectual, pinta de aristocrata e com a boca aberta, sorrindo para receber o escarro.
O artista também foi o criador do Zé Povinho, uma espécie de Jeca Tatu lobatiano, um matuto que representa o povo português em suas agruras políticas e sociais. É tratado sempre com descaso por políticos e pela aristocracia e se transformou em um símbolo popular.
Mas claro, o museu não reúne apenas peças de crítica social, nem tampouco a arte de Bordalo Pinheiro limita-se a isso. Ele também nos brinda com momentos de delicadeza e sensibilidade, traduzidos principalmente por suas obras de argila. É o caso dos pratos natureza-morta, dos vasos de cerâmica em forma de cesto de vime, das canecas recheadas com sapos e outras maluquices que encantam o visitante.
Mais uma vez, é preciso estar atento às surpresas preparadas pelo artista. Logo você vai perceber que um gato preto colocado na entrada do jardim não é sinal de mau agouro, mas de arte da melhor qualidade, dessas que atravessam o tempo sem perder a cor e a grandeza.

SERVIÇO

As peças de Bordalo Pinheiro estão à venda em lojas especializadas em decoração e antiquários de Lisboa. A loja A Vida Portuguesa é um boa opção. Fica na rua Anchieta, 11, no Bairro do Chiado, bem próximo ao famoso café A Brasileira. Tel.: 00 351 213 465 073 00 351 213 465 073 . Mais informações www.avidaportuguesa.com

Museu da Cidade ( www.museudacidade.pt ), av. Campo Grande, 245. Tel.: 00 351 217 513 200 00 351 217 513 200 .

O Jardim Bordalo Pinheiro fica aberto no mesmo horário do museu: de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. A entrada no jardim é grátis, mas para o museu paga-se € 2,76.

Museu Bordalo Pinheiro ( www.museubordalopinheiro.pt ), av. Campo Grande, 382. Tel.: 00 351 218 170 667 00 351 218 170 667 . Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h. A entrada custa € 2.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)