sexta-feira, 4 de março de 2011

COM CÂMBIO FAVORÁVEL, BRASILEIROS GASTAM EM LOJAS URUGUAIAS


Atraídos por uma taxa de câmbio favorável, 5.000 brasileiros do Rio Grande do Sul percorrem até 500 quilômetros todos os fins de semana para gastar seus reais nas lojas de livre comércio de Rivera, um paraíso do consumismo situado na fronteira uruguaia.
"Viemos para Rivera porque tudo é muito mais barato", afirma à AFP Roberto Pereira, enquanto paga com seu cartão de crédito um secador de cabelo e alto-falantes para o carro.
Os brasileiros desfrutaram neste ano do melhor verão desde 1947 para o turismo pela forte valorização do real, que encerrou 2010 com uma alta de 4,6% após ganhar 3,9% em 2009. Apenas em janeiro gastaram US$ 1,741 bilhão em viagens ao exterior.
Em Rivera, uma cidade de 70 mil habitantes, isto se traduziu em uma chegada em massa de brasileiros, atraídos por uma enorme gama de produtos livres de impostos, num momento em que o real é cotado a US$ 1,65 e a 11,8 pesos uruguaios. Prevê-se que as 60 lojas "Free Shop" presentes na cidade alcancem neste ano os US$ 240 milhões em lucros, segundo a Intendência.
"Compram os produtos cuja diferença de preços é maior", afirma Gandhi Abdullah, presidente das Lojas Free Shop de Rivera, acrescentando que o faturamento das lojas aumentou 40% de 2009 a 2010.
Perfumes, maquiagem, óculos de sol, sapatos, malas, raquetes de tênis, vinhos e champanhe, doce de leite, batatas fritas, micro-ondas, antenas parabólicas... Mas a estrela, sem dúvida, é o ar condicionado.
"Na loja temos uns 80 aparelhos de ar condicionado. Mas temos mais no estoque. Hoje podemos vender mais de cem. Valem uns US$ 600, em função da marca, mas no Brasil custam o dobro", explica Alicia Batista, uma das responsáveis pela loja Mega, enquanto manda colocar sete destes aparelhos junto à porta de entrada.
"PARQUE TEMÁTICO"

Famílias inteiras passeiam pelas ruas de Rivera como se estivessem em um parque temático. Com a lista nas mãos, os brasileiros percorrem loja por loja à caça de produtos. São uma clientela particular, que sabe o que quer e não precisa dos conselhos dos vendedores para se decidir.
"Ostentam muito a marca, vestem o que compram. As mulheres gastam mais que os homens. Elas sabem antes de nós os últimos lançamentos, e às vezes acontece de não termos o produto que procuram", explica Natalia González, uma das 110 funcionárias da loja Siñeriz.
O fenômeno deste ano não é novo, embora tenha confirmado uma tendência que começou há cinco anos, explica à AFP o intendente de Rivera, Marne Osorio.
"Em janeiro fomos muito, muito bem. Há lojas que chegaram a faturar até US$ 750 mil em um dia. O sistema de Free Shops está gerando um faturamento impressionante", diz Osorio.

IRMÃ BRASILEIRA

Enquanto isso, do outro lado da rua, a tranquilidade reina nas lojas de Sant'Ana do Livramento, a cidade irmã de Rivera no Brasil, com cerca de 82.000 habitantes. Mas a prefeitura aguarda com ansiedade a chegada de brasileiros, já que a cidade do Brasil absorve tudo o que Rivera não consegue gerir.
"Nós temos mais hotéis e mais restaurantes do que Rivera. Se em Rivera não há lugar, as pessoas vêm para Sant'Ana. Comemoramos que existam tantos brasileiros comprando nos Free Shops porque também é bom para nós", conta à AFP o prefeito Weinar Machado.
No entanto, atenta ao fenômeno dos Free Shops, Sant'Ana já pediu autorização ao governo do Brasil para criar uma zona livre de impostos, onde os brasileiros também possam comprar.

FISCALIZAÇÃO

Ante as compras em massa de produtos no Uruguai, o contrabando é um problema. O Brasil se encarrega de supervisionar que seja cumprida a lei que limita a US$ 300 o gasto por pessoa nas lojas sem impostos. A cinco quilômetros de Sant'Ana, um posto de controle alfandegário verifica o porta-malas de todos os veículos.
"Hoje podem passar até 10 mil veículos, por isso temos uma operação especial, com funcionários de outros postos fronteiriços entre Uruguai e Brasil", afirma à AFP Carlos Luciano Sant'Anna.
Parados em fila, os carros aguardam o registro de um funcionário que controla o número de passageiros e revisa as notas fiscais de cada compra.
"Vale a pena pagar a diferença (quando o valor supera os US$ 300), porque continua sendo mais barato do que no Brasil", contam dois casais de Porto Alegre, que visitaram Rivera pela segunda vez no ano.
"As pessoas devem declarar no escritório de Impostos Federal se têm bens que superam os US$ 300 por pessoas. Do contrário, aqui ficamos com as coisas", garante um dos responsáveis pela operação.
Um caminhão aguarda na sombra a chegada dos produtos apreendidos. Os primeiros do dia verificados pela reportagem foram dois aparelhos de ar condicionado, apesar dos apelos de seus proprietários.

(Fonte : France Presse, em Rivera)

TERMINA SEM ACORDO AUDIÊNCIA PARA MUDAR HORÁRIO DO AEROPORTO DE CONGONHAS


Terminou sem acordo a segunda audiência para conciliar o horário de funcionamento do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Em 2007, três associações de moradores do entorno do terminal entraram com uma ação civil pública na Justiça Federal para que as aterrissagens e decolagens comecem uma hora mais tarde, às 7h.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que a alteração do horário é inviável e propôs o estudo de algumas medidas para mitigar o barulho dos aviões, principal queixa dos moradores. Entre as possibilidades, a agência aponta a restrição de horário para aeronaves mais barulhentas e a alteração dos procedimentos para pousos e decolagens.
As propostas foram recebidas com desconfiança pelos moradores. “Há quatro anos estamos esperando alguma proposta de mitigação. Agora, na hora de fazer acordo, eles aparecem com uma proposta. Ou eles são muito lentos, ou tão querendo enrolar a gente”, criticou o presidente da Associação dos Verdadeiros Amigos e Moradores do Jardim Aeroporto, Eduardo Moreira.
Sem o acordo, o processo, que estava suspenso, prosseguirá o trâmite normal e irá agora para a fase de produção de provas. O juiz federal substituto da 2ª Vara Federal Cível, Paulo Cezar Neves Júnior ponderou, entretanto, que as partes podem entrar em acordo a qualquer momento durante o correr do processo. Além da Anac, respondem à ação sete companhias aéreas, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o município de São Paulo.

(Fonte : Ag. Brasil de Notícias)

BRASIL E EUA RETIRAM MÁSCARAS DE OXIGÊNIO DE BANHEIROS DE AVIÕES


Por medo de terrorismo, Estados Unidos e Brasil removeram em sigilo, nas últimas semanas, os suprimentos e as máscaras de oxigênio do banheiro dos aviões comerciais de passageiros registrados nos dois países.
Obtida com exclusividade pela Folha, a medida foi tomada por iniciativa da FAA (agência de aviação americana) e seguida pela Anac, a equivalente brasileira. Cerca de 6.000 aviões foram submetidos a mudança nos EUA, dono do maior volume de tráfego aéreo no mundo; no Brasil, foram cerca de 400 aeronaves de todas as companhias de transporte regular de passageiros -TAM, Gol, Avianca, Azul e Webjet, entre outras. O prazo para conclusão no Brasil terminou hoje.
A FAA e inteligência americana detectaram a ameaça de o dispositivo, que fica na parte de cima do banheiro, ser usado como explosivo. A partir de então, a agência orientou o Brasil, a Comunidade Europeia e outros países. A Icao (sigla em inglês da Organização Internacional de Aviação Civil) informou, na terça-feira, que não tinha conhecimento da determinação.
Sem a máscara de oxigênio, os passageiros que estiverem no banheiro ficam mais expostos em caso de despressurização. A partir de agora, comissários terão de abrir o lavatório e socorrê-los. A possibilidade de que isso ocorra é rara, segundo a FAA e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Em altitudes de cruzeiro, cerca de 12 mil metros, há risco de perda de consciência e morte caso o passageiro fique sem a máscara por muito tempo.
As agências sustentam que os pilotos são instruídos, em casos assim, a reduzir a altitude da aeronave imediatamente.

(Fonte : Folha Online)