Os
presidentes das maiores linhas de cruzeiros do mundo ressaltaram nesta
terça-feira em Miami a pujança deste setor turístico, o de mais rápido
crescimento, com uma "ínfima incidência" de acidentes, um investimento
previsto de US$ 8,3 bilhões e a inauguração de 24 navios nos próximos dois
anos.
A parte
puramente expositiva da Feira Internacional de Cruzeiros, da qual participam
900 expositores procedentes de 123 países, abriu hoje suas portas com a
conferência sobre o estado global da indústria dos cruzeiros.
Os quatro
principais dirigentes das principais empresas de cruzeiros do mundo se
encontraram uma sala lotada de jornalistas no Centro de Convenções de Miami
Beach, onde debateram sobre o estado do setor e, com comentários empolgados,
mostraram total confiança no presente e futuro deste galho do turismo.
"Apesar
de ser preciso ser um pouquinho cauteloso, a indústria de cruzeiros se mantém
muito forte, com uma crescente demanda" e um comportamento excelente
durante a recente crise global, destacou Arnold Donald, presidente e gerente
geral da Carnival Corporation, a maior operadora de cruzeiros do mundo.
O mesmo
otimismo ficou visível nas opiniões de Richard Fain, presidente de Royal
Caribbean, Kevin Sheehan, presidente de Norwegian Cruise Lines, e Pierfranceso
Vago, presidente da MSC Cruzeiros.
De fato,
o italiano Vago classificou como "sexy" o setor, com uma
"incrível capacidade de evolução e atração do viajante", apesar de
que a Europa enfrentou "muitos problemas nos últimos três anos".
Segundo
as projeções de analistas, o setor crescerá este ano cerca de 5%, especialmente
no Caribe.
Nenhum
aspecto negativo, seja a crise econômica e financeira global ou os focos de
instabilidade geopolítica, parecem afetar a boa saúde do setor.
Nem mesmo
os acidentes registrados nos últimos anos, como o do naufrágio do "Costa
Concordia" e o incêndio no "Carnival Triumph", além
contaminações por vírus declarados em outros navios.
Sobre
esses trágicos e graves incidentes, os líderes do setor coincordaram que se
trata de "casos muito, muito raros", "incomuns".
Concretamente,
o número de pessoas infectadas por vírus a bordo dos cruzeiros é, por exemplo,
"ínfimo", comparado aos 29 milhões de pessoas que sofrem de gripe em
terra todos os anos, indicou Sheehan.
Asseguraram
os líderes dessa indústria que foram implantadas "voluntariamente"
novas medidas de segurança operacional nos navios, com total
"transparência" e iniciativas que favorecem os turistas, como a Lei
de Direitos dos Passageiros.
Antes,
Christine Duffy, presidente da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro
(CLIA), destacou que o setor cresceu 50% nos últimos cinco anos e criou 775 mil
postos de trabalho em todo o mundo.
Espera-se
que neste ano se contabilizem 400 mil passageiros a mais que em 2013, segundo
Duffy.
A
presidente mencionou o estado da Flórida, com 9,2 milhões de visitas em
cruzeiro e uma despesa direta de US$ 7 bilhões anuais, e ressaltou que os
salários em nível global na indústria alcançam os US$ 33 bilhões, "e o
melhor está por vir", disse Duffy.
Por sua
vez, o presidente da Carnival Corporation opinou que "essa indústria
representa uma grande oportunidade em qualquer lugar", enquanto seu colega
da Royal Caribbean Cruises destacou a importância das redes sociais para
divulgar as vantagens do turismo de cruzeiro.
O segredo
do sucesso dos cruzeiros se baseia, em boa parte, em sua capacidade de
"inovação tecnológica", nas instalações, no alto padrão de segurança,
no entretenimento para todas as idades e na boa comida, disse Fain.
Os
cruzeiros se tornaram um destino em si, "uma série de experiências únicas
para gente de todos os lugares, às vezes até 130 nacionalidades em um mesmo
navio", explicou Pierfrancesco Vago.
"Os
cruzeiros eram uma coisa chata só há alguns anos. Agora, não. Agora veem-se
coisas incríveis e as pessoas transmitem sua experiência aos demais",
manifestou Vago.
Mas o
sucesso depende, insistiu Sheehan, de "continuarmos inovando, oferecendo
novos destinos atraentes e transformando o navio em um destino único".
(Fonte : Terra, com informações
da Ag. EFE)