quarta-feira, 8 de junho de 2011

COMISSÕES DISCUTEM PROJETO QUE REDUZ TRIBUTAÇÃO DO SETOR DE TURISMO

Representantes de setores de hospedagem e alimentação e de organizações não governamentais criticaram nesta quarta-feira (08) a sobrevalorização do real e o impacto do “custo Brasil” no turismo nacional. Eles participaram de audiência pública conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Turismo e Desporto para discutir o Projeto de Lei 1375/07, que concede às empresas do setor de turismo receptivo os mesmos benefícios fiscais atualmente concedidos pela União aos exportadores (isenção das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, tais como PIS, Cofins, CSLL e Cide).
Segundo o presidente da Federação Nacional de Hospedagem e Alimentação, Alexandre de Abreu, o setor turístico está entre aqueles que mais sofrem com o custo Brasil. "Não conseguimos desonerar o custo da atividade hoteleira”, afirmou. De acordo com ele, países como Peru e Chile têm estruturas muito aquém do potencial brasileiro, mas possuem um turismo superavitário graças a suas políticas públicas de investimento.

DESESTÍMULO

Para a coordenadora do movimento pela Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, a política de juros elevados praticada pelo Banco Central brasileiro provoca uma valorização cambial exagerada do Real e desestimula os turistas estrangeiros a virem para o Brasil. Em contrapartida, o valor alto da moeda nacional estimula os brasileiros a ir gastar no exterior, o que complica o fechamento das contas nacionais.
Segundo Maria Lúcia, em 2010, o déficit entre as despesas de brasileiros em outros países e os gastos dos estrangeiros no Brasil chegou a R$ 10 bilhões. Ela defendeu também que o projeto tenha algum tipo de compensação tributária para que seja aprovado. “Caso contrário, os deputados da Comissão de Finanças não têm como aprova-lo, mesmo querendo, em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal [Lei Complementar 101/00]”, afirmou
O presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), Mário Augusto Moysés, reconheceu que a valorização do real tem gerado grande impacto no setor turístico. Ele citou pesquisas da Embratur em que o preço aparece como uma das principais reclamações de turistas estrangeiros.
Moysés lembrou, contudo, que o incentivo do turismo não depende apenas de questões macroeconômicas. Ele defendeu uma maior atuação do governo federal na promoção do Brasil internacionalmente. Na opinião do dirigente, é preciso que a Câmara faça um debate mais aprofundado para tipificar quais atividades do turismo receptivo poderão ser equiparadas com as exportações.

FAZENDA E RECEITA

Segundo o autor do requerimento e do projeto, deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), os ministérios do Turismo e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio entenderam a necessidade da aprovação da proposta, mas a Fazenda ainda não. “O Brasil está sendo injusto com agentes econômicos que fazem a mesma tarefa de exportadores.”
Na opinião do deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), é preciso convencer o Ministério da Fazenda para mostrar que é mais atrativo desonerar esse setor do que garantir a arrecadação tributária.
Relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, deputado Rui Palmeira (PSDB-AL) disse que buscará, com a Receita Federal e a Fazenda, garantir um texto de consenso. “É importante conversar com os deputados do governo, com os ministérios envolvidos, fazer os ajustes para que ele não venha a ser vetado”, avaliou.

ÍNTEGRA DO DEBATE :

As comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Turismo e Desporto realizam audiência pública conjunta para discutir o Projeto de Lei 1375/07, que pretende destinar a empresas do setor de turismo receptivo os mesmos benefícios fiscais de competência da União atualmente concedidos aos exportadores (isenção das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, tais como: PIS, Cofins, CSLL e Cide).
Autor do projeto e do requerimento que propõe a audiência, o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) argumenta que o turismo receptivo – segmento responsável por captar estrangeiros a lazer ou a negócio para o Brasil – também contribui para aumentar o fluxo de recursos financeiros para o País. No entanto, Leite questiona o fato de o segmento não dispor dos mesmos incentivos tributários conferidos a empresas que exportam bens de consumo.
"Sabemos, por exemplo, que o brasileiro que produz uma mercadoria qualquer manufaturada a um custo de R$ 100 e vende a outro país por R$ 150, recebe incentivos fiscais por ter realizado a tarefa de internalizar R$ 50 na nossa economia", afirma Leite. "Assim, por que não recepcionarmos com essa mesma desoneração o segmento responsável por atrair os turistas estrangeiros, uma vez que eles acabam também introduzindo recursos líquidos em nossa economia?", questiona o deputado.
Por outro lado, setores do governo afirmam que, antes de conceder qualquer tipo de isenção ou redução tributária para o segmento de turismo receptivo, esses benefícios precisariam estar perfeitamente definidos. Para a Receita Federal, por exemplo, além de o custo da desoneração fiscal recair sobre outros setores da economia, existe o problema gerado pelo fato de conceder tratamento diferenciado entre empresas nacionais.
Segundo o fisco, a questão principal passa por definir exatamente o que é turismo receptivo, quais serviços estariam incluídos, como seriam prestados, além de estabelecer mecanismos para afastá-lo de atividades similares de turismo realizadas dentro do País com turistas nacionais.
De acordo com a Associação Brasileira de Turismo Receptivo, o segmento conta atualmente com uma rede de serviços que envolve hotelaria, operadoras de turismo, agências de viagens, organizadores e administradores de feiras, eventos, congressos e similares.
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, já foi aprovado pelas comissões de Turismo e de Desenvolvimento Econômico e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Foram convidados para o debate:

- a representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Edna de Souza;
- representante da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil);
- o presidente da Embratur, Mário Augusto Lopes Moysés;
- representante da Confederação Nacional do Comércio (CNC);
- o presidente da Federação Nacional de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio de Abreu;
- representante da Associação Brasileira das Industrias de Hotéis (Abih);
- o presidente da Brazilian Incoming Travel Organization (BITO), Salvador Saladino;
- a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli.

REAL VALORIZADO AFASTA TURISTA ESTRANGEIRO, DIZ ESPECIALISTA

A coordenadora do movimento pela Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, disse há pouco que a política de juros elevados praticada pelo Banco Central brasileiro provoca uma valorização cambial exagerada do Real e desestimula os turistas estrangeiros a virem para o Brasil.
Em contrapartida, o valor alto da moeda nacional estimula os brasileiros a ir gastar no exterior, o que complica o fechamento das contas nacionais. Segundo Maria Lúcia, em 2010 o déficit entre as despesas de brasileiros em outros países e quanto os estrangeiros gastaram no País foi de R$ 10 bilhões.
Maria Lúcia participa de audiência pública conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Turismo e Desporto para discutir o Projeto de Lei 1375/07, que concede às empresas do setor de turismo receptivo os mesmos benefícios fiscais atualmente concedidos pela União aos exportadores (isenção das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, tais como: PIS, Cofins, CSLL e Cide).
A especialista citou o contingenciamento de verbas e a falta de infraestrutura como outros problemas do setor de turismo. A pasta com maior corte no Orçamento deste ano foi o Ministério do Turismo, com diminuição de 84% da dotação. “Mas, todas as áreas do orçamento estão sendo sacrificadas porque a dívida consome 45% do total”, acrescentou.

PARA ENTIDADE, FALTA DE POLÍTICAS ONERA HOTELARIA E PREJUDICA TURISMO

O presidente da Federação Nacional de Hospedagem e Alimentação, Alexandre Sampaio de Abreu, disse há pouco que o setor turístico está entre aqueles que mais sofre com o chamado “custo Brasil”. "Não conseguimos desonerar o custo da atividade hoteleira”, afirmou.
Segundo Abreu, países como Peru e Chile têm estruturas muito aquém do potencial brasileiro, mas possuem um turismo superavitário graças a suas políticas públicas de investimento.
Para o dirigente, o Projeto de Lei 1373/07, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), pode resolver uma questão crucial para o turismo nacional se viabilizar a vinda de mais estrangeiros ao País.
Abreu considera que a Receita Federal será a principal opositora da aprovação da proposta. Ele afirma que o órgão não vai querer perder parte da arrecadação tributária. “Temos de avaliar quais setores podem ser beneficiados com a isenção. Se isso não for feito, vamos continuar patinando na questão turística”, disse.

PREÇO É UMA DAS PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES DE TURISTA ESTRANGEIRO, DIZ EMBRATUR

O presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), Mário Augusto Lopes Moysés, reconheceu há pouco que a valorização do real tem gerado grande impacto no setor turístico brasileiro. Ele citou pesquisas da Embratur em que o preço aparece como uma das principais reclamações de turistas estrangeiros.
Moysés lembra, contudo, que o incentivo do turismo não depende apenas de questões macroeconômicas. No campo da propaganda, ele defendeu a atuação do governo federal na promoção do Brasil internacionalmente.
Segundo o dirigente, a União também tem investido em infraestrutura, em setores como saneamento básico, para garantir o legado da Copa do Mundo e da Olimpíada. “Esses eventos vão servir para acelerar investimentos e para apresentar o Brasil de uma forma diferente”, afirmou.
Na opinião do dirigente, é preciso que a Câmara faça um debate mais aprofundado para tipificar quais atividades do turismo receptivo poderão ser equiparadas com as exportações.
O presidente da Embratur participa de audiência pública para discutir o PL 1375/07, que concede às empresas do setor de turismo receptivo os mesmos benefícios fiscais atualmente concedidos pela União aos exportadores.

(Fonte : Ag. Câmara de Notícias / imagem divulgação)

CRÉDITO À PEQUENA EMPRESA ESTICA

As micro, pequenas e médias empresas têm financiado suas operações do dia a dia com linhas de capital de giro de prazos maiores e, em alguns casos, a preços mais baixos, apesar do atual ciclo de alta da Selic. Com as medidas de aperto ao crédito, tomadas pelo governo no fim do ano passado, com ações endereçadas à pessoa física, houve um certo deslocamento da oferta dos bancos para a base da pirâmide do segmento empresarial, que proporciona retornos tão bons quanto os portfólios de consumo e na qual há menor exigência de capital. A força da concorrência tem se traduzido em condições mais favoráveis para os empresários.
Nas estatísticas do Banco Central (BC), tal política se reflete na ampliação dos prazos médios nas carteiras de pessoa jurídica como um todo, com 392 dias em abril, em comparação aos 388 dias de março. Com a inadimplência sob controle, os bancos têm sido encorajados a esticar o vencimento das operações.
"Ao alongar os prazos, além de reter clientes, o banco pode capturar parte do ganho que não teve com a pessoa física, após as medidas macroprudenciais, que visaram as carteiras de consignado e veículos", diz o diretor de crédito do Banco do Brasil (BB), Walter Malieni.
Na média, os juros cobrados pelo mercado no capital de giro subiram só 0,5 ponto percentual de janeiro para cá, indo a 29,8% ao ano, em comparação ao ajuste de 1,25 ponto percentual na Selic.
O Bradesco, que até o fim do ano passado oferecia capital de giro de 12 a 24 meses, criou duas novas linhas, com prazos de 36 meses e 48 meses, com juros de 2,70% ao mês, em comparação aos 3,5% cobrados anteriormente. O HSBC estendeu em abril a linha, que oscilava entre 7 e 12 meses, para 18 e 24 meses, premiando as empresas boas pagadoras com uma ou duas prestações gratuitas ao fim do contrato. No Santander, tal bonificação pode chegar a três parcelas, em operações adimplentes com vencimento em 36 meses. O BB já tinha oferta de 24 meses, mas a demanda aumentou porque há mais propaganda na rede. Na Caixa, os prazos foram mantidos, entre 12 e 24 meses, mas o custo, de abril para cá, até caiu, de 1,89% para 1,70%.

(Fonte : Jornal Valor Econômico/ imagem divulgação)

INSERÇÃO COMPETITIVA DAS MPE DEPENDE DE INOVAÇÃO

Sebrae e CNI realizam evento para capacitar gestores e consultores na área de encadeamentos produtivos e núcleos de inovação

A agenda da inovação é decisiva para inserção competitiva das empresas brasileiras, especialmente aquelas de pequeno porte, pois o Brasil passa pelo grande desafio de preservar sua matriz industrial. A afirmação foi feita nesta terça-feira (7) pelo diretor de educação e tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, na abertura do Encontro Nacional de Gestores de Projetos do Convênio Rede de Núcleos de Inovação (RNI), na sede do Sebrae, em Brasília.
Junto com o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, o diretor da CNI também participou da capacitação de gestores e consultores do Sebrae, dedicados ao tema encadeamento produtivo. Esses eventos, que acontecem ao longo desta semana, reúnem cerca de 80 participantes das duas instituições.
“Queremos criar uma plataforma privada de mobilização empresarial por meio de redes, a partir das indústrias, e estabelecer uma agenda de inovação”, disse Lucchesi.
Segundo ele, muitos empresários ainda acham que inovação é “algo da Nasa”. E não sabem que essa agenda está no centro da estratégia, explicou o diretor da CNI, ao assinalar que a parceria com o Sebrae na construção dessas redes tem o propósito de chegar às empresas, a exemplo da década de 90, quando foi implementado o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP).
“Disseminamos a agenda de ontem. Trabalhamos agora, a agenda de amanhã”, sentenciou Lucchesi, ao assinalar que o Sebrae é o ponto de convergência e de disseminação dessa agenda de construção de redes. “Não estamos sabendo ser competitivos no mercado brasileiro”, admitiu, ao lembrar que a MEI - Mobilização Empresarial pela Inovação se propõe a reverter esse quadro. Por isso, Sebrae e Sistema Indústria buscam ganho incremental, frente ao ambiente global dos negócios. A proposta, portanto, é desenvolver a cadeia de valores de modo a imprimir mais competitividade às pequenas empresas brasileiras.
O diretor-técnico do Sebrae, também presente à abertura do encontro da RNI, revelou que nesta primeira chamada dos três editais previstos no Projeto Sebrae CNI de Rede de Núcleos de Inovação foram aplicados recursos da ordem de R$ 15 milhões. Das 20 propostas apresentadas pelas federações de indústrias foram aprovados pelo Sebrae e CNI 16 projetos. Ele espera a adesão de mais estados à nova chamada de projetos, lançada ontem (6), para viabilizar ações de mobilização, capacitação, consultoria e assessoria a serem desenvolvidas pelos Núcleos Estaduais de Inovação.
Carlos Alberto disse que é preciso recuperar ganhos de produtividade na produção, apesar do impacto do câmbio na atividade industrial. Afirmou ainda que alguns elos da cadeia produtiva estão sendo substituídos por fornecedores estrangeiros, que concorrem principalmente com as empresas de pequeno porte. Em vista disso, o roteiro de capacitação definido nesse projeto é oportuno diante da “concorrência brutal da economia aberta.”
Conforme Carlos Alberto, a agenda da gestão hoje é insuficiente para garantir mercado. “Inovação é uma necessidade e deve fazer parte da cultura empresarial. É preciso fazer diferente para fazer melhor”, acentuou, ao afirmar que interessa a produtividade média da economia. “Isso é que vai determinar a posição do Brasil na competitividade global”, prevê o diretor do Sebrae. Por isso, enfatizou, o grande desafio é trabalhar em rede, com foco na inovação “nessa agenda mais qualitativa e mais sofisticada”, que vai gerar mais competitividade, emprego, renda e bem-estar social.

(Fonte : ASN)

DEPUTADOS COBRAM MAIS FISCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE CARTÃO

Parlamentares que participaram do debate na Comissão de Defesa do Consumidor sobre as empresas de cartão de crédito cobraram que a legislação seja aplicada e as administradoras, fiscalizadas. “Temos a melhor norma de defesa do consumidor do mundo; o difícil é fazer cumprir. Espero que o Banco Central, o Ministério da Justiça e o Ministério Público possam nos informar legalmente o andamento e avaliação dos novos procedimentos que entraram em vigor em junho”, disse o deputado Gean Loureiro (PMDB-SC).
No início do mês, o governo anunciou, entre outras medidas, o fim do monopólio de bandeiras nas empresas que credenciam os lojistas (Redecard e Cielo); a redução do número de tarifas de 80 para 5; a obrigatoriedade de informações claras nas faturas; e a criação de cartões básicos com anuidade menor.
Já o deputado Dimas Ramalho (PPS-SP) cobrou a aplicação de uma súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que considera empresas de cartão de crédito como instituições financeiras e, dessa forma, obrigaria que todo o setor fosse regulado pelo BC, sem diferenciação entre cartões de varejo ou aqueles dos bancos.
Os parlamentares também defenderam a utilização de preços diferenciados de acordo com a forma de pagamento, o que é proibido pela legislação. “O comerciante vai economizar 7% ou 8% numa compra à vista, em relação ao cartão, e temos de aprofundar esse debate”, defendeu o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). O deputado Guilherme Campos (DEM-SP) ressaltou que a economia do comerciante com os custos do cartão são repassadas ao consumidor, o que justificaria a cobrança diferenciada.
Quintão defendeu ainda que o cadastro positivo deve ser um mecanismo para a cobrança de juros menores de quem tem um histórico de pagamentos impecável, já que os juros dos cartões de crédito são considerados altíssimos por órgãos de defesa do consumidor.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEFENDE NORMA ESPECÍFICA PARA CARTÕES DE CRÉDITO

No ano passado, quase 37% de todas as reclamações recebidas por órgãos de proteção do consumidor foram contra empresas do setor. A maioria era relacionada a cobranças indevidas, como bitarifação e cobrança de tarifas sem um serviço prestado anteriormente
O diretor-geral do departamento de proteção e defesa do consumidor da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, cobrou, no ultimo dia 01/6, a criação de uma regulamentação específica para a indústria de cartões de crédito. Segundo ele, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) e as iniciativas das empresas do setor - como a elaboração de um código de ética e de autorregulação - não foram capazes de impedir práticas abusivas contra o consumidor.
Morishita participou de audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor sobre o assunto e afirmou que os cartões de crédito foram responsáveis, em 2009, por grande parte das reclamações recebidas pelos órgãos de proteção do consumidor de 21 estados. Quase 37% de todas as reclamações foram contra empresas do setor. Desse percentual, segundo o diretor, aproximadamente 75% eram relacionadas a cobranças indevidas do consumidor.

Práticas abusivas

Para Morishita, o indicador deixa claro o abuso das empresas. Ele explica que as práticas abusivas podem ser divididas em três tipos: a bitarifação; a cobrança de tarifas sem um serviço prestado anteriormente; e a quantidade de tarifas que não são informadas aos consumidores.
A bitarifação, segundo ele, ocorre em episódios como a cobrança pelo resgate de milhagens depois de o consumidor já ter pago pelo benefício na anuidade do cartão. Sobre a cobrança de tarifas sem um serviço correspondente, o diretor citou casos em que as operadoras cobram, por exemplo, pela inatividade do cartão.
Em relação à quantidade de tarifas, Morishita argumentou que estudos mostram que em todo o setor bancário foram identificadas 31 tarifas, enquanto em apenas uma empresa de cartão de crédito foram detectadas 41 tarifas. "É um escárnio", criticou.

Autorregulamentação

Já o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Fernando Teles, lembrou que a instituição está concluindo um código de autorregulação para o setor, que deverá ser implementado até junho de 2011.
De acordo com ele, o texto recebeu sugestões do Banco Central e deverá dar mais transparência ao setor. Nesse sentido, ele declarou que o setor trabalha para uniformizar a nomenclatura das tarifas cobradas pelas diferentes empresas de cartão de crédito.
O deputado Claudio Cajado (DEM-BA), autor do requerimento para a realização da audiência, disse que a autorregulação é importante, mas não pode substituir a fiscalização do governo, pois não seria suficiente. "Está claro que a normatização e a regulamentação não estão funcionando no setor de cartões de crédito", afirmou.

Terminais

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, por sua vez, lembrou que, a partir de 1º de julho, os terminais de cartão de crédito do comércio poderão atender a todas as bandeiras, acabando com a exclusividade entre credenciadoras e bandeiras.
A medida, segundo ele, vai aumentar a concorrência entre as empresas e reduzir os custos para lojistas e consumidores, pois hoje o comércio repassa para os preços das mercadorias o custo do aluguel do maquinário. "A exclusividade tem um viés anticompetitivo, é um empecilho para a eficiência do setor", declarou.
Durante a audiência, o diretor sugeriu ainda a criação de uma bandeira nacional para atuar no mercado de cartão de débito. "Se essa transação só é efetuada se houver recurso na conta do cliente, não há risco de crédito e a necessidade de haver a chancela de uma bandeira internacional", explicou.

DIRETORA DEFENDE PORTABILIDADE PARA REDUZIR TARIFAS DE CARTÕES

A diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva, defendeu o uso da portabilidade (mudança de operadora) pelos consumidores como forma de conseguir tarifas mais vantajosas nos cartões de crédito, enquanto as novas regras do setor não entram totalmente em vigor. Ela lembrou que as normas do Conselho Monetário Nacional (CMN) que limitam a cobrança de tarifas pelas empresas de cartão só serão aplicadas no ano que vem para os contratos atuais.
“Até agora temos uma regulação que entra em vigor daqui a um ano na prática. É importante que o consumidor tenha essa sutileza em mente e opte pela portabilidade para se enquadrar nas regras mais justas hoje, não daqui a um ano, e negocie vantagens com o consumidor”, disse.

(Fonte : Ag. Câmara de Notícias / imagem divulgação)

EMPRESAS INVESTEM MAIS NA AVALIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

O crescimento econômico e a busca por melhores profissionais estão aumentando a demanda por avaliações de funcionários dentro das empresas brasileiras. A expansão da procura por assessments, como são chamadas as avaliações no jargão utilizado pelas empresas de recursos humanos, tem o objetivo de descobrir potenciais líderes e oferecer a eles planos de desenvolvimento, resultando na retenção de talentos.
Jefferson Cheriegate, gerente de negócios da consultoria Across, afirma que as organizações estão preocupadas em identificar os talentos cada vez mais cedo para poder estimulá-los e mantê-los na empresa. "O movimento ocorre principalmente em setores nos quais a competição por mão de obra qualificada está mais acirrada como no varejo e na construção civil", explica.
Segundo Cheriegate, a época em que o assessment era usado para avaliar funcionários com o intuito de decidir quais seriam demitidos ficou no passado. "Hoje, essa é uma ferramenta para desenvolver os funcionários e preparar coordenadores e lideranças", ressalta.
Na opinião do gerente, as avaliações são essenciais para que o gestor tenha condição de fazer promoções mais justas. "Poder medir a progressão do colaborador ajuda a reduzir a influência política dentro das corporações", garante.
A movimentação não ocorre só nos grandes centros econômicos do país. Empresas instaladas no interior ou filiais de grandes corporações também estão encomendando esse serviço. Para se ter uma ideia, a Prepona Sistemas de Testagem e Avaliação, especializada em montar e aplicar diversos tipos de testes, cresceu quase 80% de 2009 para 2010 em função do aquecimento da demanda no interior.
A empresa fechou uma parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2004 e já aplica as avaliações em 70 centros da instituição pelo país. De acordo com o diretor-superintendente da Prepona, Marco Tyler-William, muitas companhias contratam o serviço para profissionais que estão baseados fora da sede. Para atingir locais onde a FGV ainda não tem um centro de estudos, a Prepona montou um sistema pelo qual é possível aplicar os testes por meio de computadores. O Banco do Brasil, por exemplo, fechou um contrato no ano passado no Amazonas. "Como não havia um centro da FGV por lá, mandamos alguns técnicos com os notebooks", explica Tyler-William. Nos últimos dois anos, o volume de avaliações aplicadas cresceu de 45 mil para 80 mil e a previsão é de que, em 2011, alcance 200 mil.
A consultoria Fellipelli também registrou aumento na demanda por seu serviço de assessment. Ricardo Jacobina Rabello, diretor de avaliações e diagnósticos da empresa, diz que o crescimento de 2009 para 2010 foi da ordem de 20%. A maior procura vem do setor bancário, das indústrias e do setor de TI, além de redes hospitalares. "A profissionalização nos grupos de hospitais está aumentando. Antes, eles eram geridos por médicos, mas com as fusões e aquisições, cada vez mais os administradores exigem o conhecimento comprovado".
Rabello acrescenta que outra preocupação que tem ganhado força nas corporações é a sucessão de líderes e gestores. "Antigamente, havia sucessão familiar ou indicação direta. Atualmente, o conselho ou os próprios executivos indicam uma série de nomes para serem testados".
Além de conhecer bem a empresa, o candidato precisa estar alinhado com as diretrizes dadas pelo conselho de administração. "De cinco anos para cá, aumentamos exponencialmente esse tipo de atendimento para os mais diversos postos", diz o diretor da Fellipelli.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

UE QUESTIONA ESTIMATIVAS DE CRESCIMENTO DA ESPANHA

A Espanha adotou pressupostos de crescimento da economia excessivamente otimistas em seus planos para o orçamento de curto prazo e corre o risco de seu sistema público de aposentadorias e pensões desestabilizar as finanças do governo, concluíram altos funcionários da União Europeia, num relatório que poderá obrigar Madri a realizar uma nova rodada de reformas.
A UE disse em seu documento que o futuro das "cajas", os bancos de poupança espanhóis, que estiveram no centro das dificuldades fiscais do país, ainda é incerto e que o programa forçado de fusões que Madri lhes impôs semeou insegurança sobre o grau de eficácia de sua reorganização.
O relatório altamente crítico foi uma das 27 avaliações específicas por país dos programas de orçamento e reforma governamentais da UE publicadas ontem pela Comissão Europeia. O documento poderá obrigar muitos países a reformular seus planos fiscais nacionais.
A análise mais rigorosa dos planos orçamentários é o eixo dos esforços renovados da UE para impedir futuras crises de dívidas.
Mas Elena Salgado, a ministra das Finanças espanhola, contestou uma das principais recomendações - que a Espanha avalie diminuir as contribuições da seguridade social para reduzir os custos trabalhistas e aumentar o imposto sobre valor agregado ou impostos sobre energia como medida compensatória. "Não vamos seguir essa recomendação no curto prazo", disse Salgado.
Relatórios referentes a países que estão recebendo socorro financeiro atualmente (Grécia, Irlanda e Portugal) tinham avaliações apenas superficiais devido ao trabalho mais intensivo que está sendo realizado por meio de seus programas de ajuda econômica.
Em decorrência disso, as avaliações do próximo grupo de membros problemáticos da zona do euro - Espanha, Bélgica e Itália - foram as mais ansiosamente esperadas.
A Bélgica, em especial, foi citada por não ter sido suficientemente ambiciosa na tentativa de amortizar as dívidas governamentais, que alcançaram 96,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2010.
Outros países, principalmente a França, também receberam severas advertências. A exemplo da Espanha, o governo francês foi comunicado que tinha empregado pressupostos excessivamente otimistas de crescimento ao formular seu orçamento nacional e que, apesar dos polêmicos esforços no ano passado para elevar a idade para aposentadoria de 60 para 62 anos, são necessárias novas medidas para manter a liquidez do sistema até o fim da próxima década.
Mas o relatório sobre a Espanha foi, de longe, o mais crítico dos países da zona do euro que vêm sendo observados de perto pelos mercados financeiros.
Embora os altos funcionários da UE tenham elogiado os esforços da Espanha de conter os gastos governamentais e de promover ajustes em seu sistema de bancos de poupança de âmbito municipal, conhecido como "cajas", o relatório deixou claro que Bruxelas espera que Madri vá mais além.
O ponto que concentrou especialmente as preocupações foi o papel dos governos regionais espanhóis, que, segundo alguns analistas, vêm sendo menos disciplinados do que o governo central na implementação das reformas. O relatório da UE disse que uma nova norma de "freio ao endividamento" proposta pelo governo central poderá ser instrumento fundamental para garantir que Madri se mantenha fiel a uma trajetória fiscal de austeridade.
Mas a entidade recomendou que o governo central deve "se ater estritamente ao déficit atual e aos mecanismos de controle do endividamento em vigor destinados aos governos regionais" para assegurar que os orçamentos mantenham-se saudáveis do ponto de vista fiscal.
José Manuel Campa, principal auxiliar da ministra Salgado, disse que as divergências a respeito do déficit orçamentário deste ano são pequenas e baseiam-se em previsões de crescimento levemente diferentes
 
(Fonte : The Financial Times, de Bruxelas e Madri / imagem divulgação)

COMISSÃO ARQUIVA PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO SOBRE SEGURANÇA DE VOOS

A Comissão de Defesa do Consumidor decidiu nesta quarta-feira arquivar a Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) 60/97, do ex-deputado Celso Russomanno, que propunha que a comissão ficalizasse a atuação do Ministério da Aeronáutica relacionada ao controle dos procedimentos de manutenção de aeronaves, de segurança e de proteção ao voo.
A comissão aprovou parecer do relator, deputado Roberto Santiago (PV-SP). Ele destacou que, desde a apresentação da proposta, ocorreu grande reformulação nos órgãos governamentais responsáveis pela supervisão do transporte aéreo, com a criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e, mais recentemente, da Secretaria de Aviação Civil.
Além disso, Santiago considera que o instrumento mais adequado para a análise da questão é Proposta de Fiscalização e Controle 35/07, do deputado Ivan Valente (Psol-SP). “A PFC 35/07 atualiza o foco da discussão, tratando não apenas da segurança das aeronaves, mas também da fiscalização da infraestrutura aeroportuária e da atuação das empresas de aviação”, argumenta. A proposta aguarda parecer na Comissão de Defesa do Consumidor, onde é relatada pelo próprio Santiago.
Em 1998, a comissão chegou a aprovar parecer pela implementação da PFC 70/97, porém o plano de execução previsto praticamente não foi colocado em prática. Apenas duas audiências públicas foram realizadas. Em 2004, o plano de execução foi reformulado, mas apenas duas etapas previstas foram concluídas: a obtenção das normas quanto à manutenção de aeronaves, segurança e proteção ao voo; e a obtenção dos dados orçamentários dos órgãos governamentais responsáveis pela aplicação das normas de segurança e proteção de vôo.

(Fonte : Ag. Câmara de Notícias)