segunda-feira, 11 de julho de 2016

Queda do dólar barateia pacotes e faz brasileiro voltar a viajar ao exterior




"Viagem internacional" deixa de ser palavrão no cenário brasileiro de crise. Ao menos é o que indica o movimento registrado nas últimas semanas em agências de viagens e casas de câmbio.

Depois de um período de valorização do real frente ao dólar e à libra esterlina, empresas e associações do setor ouvidas pela Folha dizem já ter registrado aumento na busca por pacotes de viagem ao exterior.

"Fizemos uma pesquisa na semana passada e associados informaram que a procura aumentou 10%", diz Edmar Bull, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens). "Esperamos que as vendas em julho cresçam 5% em relação a 2015."

No final de junho se acentuou a queda no valor do dólar americano –que registra uma redução acumulada de 17% no ano; a moeda, que ultrapassou a marca de R$ 4 em janeiro, fechou a última terça-feira (5) na casa de R$ 3,30 e, na expectativa dos economistas, deve encerrar 2016 em R$ 3,46. A libra esterlina, que chegou a custar mais de R$ 5 neste ano, fechou a última terça em R$ 4,30.

"Quinze centavos a menos na cotação do dólar significam pacotes até 8% mais baratos", diz Valter Patriani, vice-presidente da CVC.

A agência, maior do país, recuperou, em junho, a proporção usual entre vendas de pacotes internacionais (40%) e nacionais (60%).

No ano passado, com a crise mais aguda, essa relação foi de 30% e 70%, respectivamente; em janeiro deste ano, as viagens internacionais representavam apenas 20% das vendas de viagens.

Os pacotes da agência oferecidos para o Reino Unido já estão 15% mais baratos.

No Decolar.com, na semana passada, a procura por viagens internacionais cresceu 12% em relação ao mesmo período de 2015. Na Abreu, 15%.

O buscador de passagens aéreas Kayak registrou, nas últimas duas semanas, aumento nas buscas por destinos considerados "portos seguros" de brasileiros: 30% para Miami, 35% para Orlando e 17% para Lisboa.

"Nos momentos em que a crise começa a refluir, quem não estava pensando em viajar começa a pensar de novo, e quem cogitava viajar, parte para consumir", diz Magda Nassar, presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).

Aldo Leone, presidente da agência Agaxtur, que também registra aumento na demanda, vê mudança no comportamento do turista: "Viagens para compras estão sendo substituídas pelas de só lazer".

Como a crise não passou de vez, as estratégias das agências para vender em tempos difíceis continuam, como parcelamentos em mais vezes e câmbio fixado a preço menor.

Hora de aproveitar. "Se a estabilidade continuar, a tendência é que os preços se reacomodem a um patamar mais 'real', menos promocional", diz Magda Nassar.



CÂMBIO FAVORÁVEL



Mesmo quem pretende esperar um pouco para viajar ao exterior pode se dar bem se trocar dinheiro agora –economistas indicam sempre a compra fracionada justamente para aproveitar momentos como esse, de baixa.

Além das agências de viagens, casas de câmbio também registraram mais movimento com a valorização do real frente ao dólar e à libra.

A Cotação viu a procura por essas moedas estrangeiras crescer 40% nas últimas duas semanas de junho; na Ourominas, o aumento chegou a 50% no caso do euro.

Sair do Brasil com dinheiro vivo também reduz a necessidade de usar, no destino, o cartão de crédito, no qual há incidência de IOF e o risco de o câmbio mudar muito até a fatura ser fechada.

Outra dica é fechar o máximo possível de gastos no Brasil, para ter o parcelamento fixado e em reais. Endividar-se para viajar, especialmente em dólar, não é recomendado.

"Ainda devemos ver oscilações, porque o câmbio continua volátil e a política cambial do governo interino não está muito clara", diz Hsia Hua Sheng, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

"Outra questão é o fato de a crise não ter envolvido só o câmbio; os maiores problemas econômicos do país hoje são a queda no poder de compra e o desemprego, fatores que não deixam sobrar dinheiro para gastar lá fora."

Além disso, a instabilidade política –que inclui a definição do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto– pesa na economia. "Também não está claro o real impacto da saída do Reino Unido da União Europeia; qualquer que seja ele, libra, euro e dólar vão passar por mais alterações."

Para auxiliar quem vai viajar, a Abracam (Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio) lançou, nesta semana, um guia com orientações sobre o câmbio de moeda estrangeira



(Fonte : Jornal Folha de SP / Imagem divulgação)

Pesquisa registra recorde de intenções de viagem para o Brasil




A intenção do brasileiro em viajar pelo país nos próximos seis meses foi a maior registrada em junho nos últimos 10 anos, atingindo o índice de 83,6%. A conclusão é do Estudo Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, do Ministério do Turismo. Entre os viajantes, 73,5% deverão se aventurar em regiões que não são de sua moradia, enquanto 26,5% optarão por viagens no próprio estado.

O nordeste continua na liderança da lista das regiões mais desejadas pelos brasileiros (41,4%), seguida do sudeste (26,7%), do Sul (17,9%), Norte (8,1%) e Centro-Oeste (5,9%). “Os brasileiros estão redescobrindo o país e com a proximidade dos Jogos Olímpicos Rio 2016 essa tendência deve se intensificar. O turismo de ser visto como uma atividade econômica importante, geradora de emprego e rende. É um setor que responde rapidamente aos estímulos”, destacou o ministro interino do Turismo, Alberto Alves.

O transporte aéreo mantém a liderança entre os meios de transporte preferidos. De acordo com o estudo, o avião será escolhido por 55,9% dos turistas nacionais. Em segunda posição aparece o carro com 29,5%, um crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2015, quando o índice foi de 20,8%. O ônibus aparece como opção de 13,8% dos entrevistados.

Em relação a escolha de meios de hospedagem, cinco entre cada dez viajantes vão se hospedar em hotéis ou pousadas. Já 39,2% dos turistas irão recorre a hospedagem na casa de amigos e parentes, seguido de 11,1% que optarão por albergues, casas alugadas, entre outros.

ESTUDO – A Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem é realizada todos os meses com duas mil pessoas em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Juntas, as sete capitais brasileiras monitoradas representam 70% do fluxo turístico do Brasil.



(Fonte : MTur / Imagem divulgação)

Equipes de empresas recebem treinamento antiterror para os Jogos



No dia primeiro de julho, um casal estava junto ao Cristo Redentor. Não fotografava. Parecia analisar o local. Avaliava detalhes do pedestal e da trilha próxima. Tal atitude, pouco comum a um turista, chamou a atenção de uma pessoa que trabalha no Corcovado, que fotografou a dupla e encaminhou a imagem ao guarda municipal Marco Antônio do Carmo, líder operacional da GM no monumento. A foto, repassada por Marco a seus superiores, foi parar nas mãos de autoridades federais. Diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça e Cidadania, o delegado William Murad tem conhecimento do fato, mas mantém o desfecho sob sigilo. A testemunha e o guarda não ficaram sabendo se o casal consta de alguma lista de procurados, mas estão certos de que seguiram à risca o que aprenderam num curso para identificar suspeitos de atos terroristas.

Uma grande “tropa” civil está sendo treinada por órgãos como Ministério da Justiça, Marinha (brasileira e americana), Exército, Polícia Federal, Secretaria de Segurança e unidades especializadas da PM, com o objetivo de multiplicar os olhos antiterror na Cidade Olímpica. Por meio de palestras, estágios e exercícios, empregados de concessionárias de serviços públicos, pontos turísticos e museus estão sendo capacitados para observar comportamentos e detectar possíveis sinais suspeitos. As cerca de 150 pessoas que trabalham no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, por exemplo, foram treinadas pela Marinha. No dia 18, será a vez do pessoal do Museu do Amanhã. Nos próximos dias, a Secretaria de Segurança lançará uma campanha em mídias digitais para alertar a população em geral, como informou o colunista Ancelmo Gois.

— Antes, quando eu encontrava um objeto deixado num canto, minha atitude era pegá-lo, guardar e ver se aparecia o dono. Agora, isolo o local com cones e fitas. Depois, fotografo o objeto e mando para a Guarda, que encaminha para o Centro de Operações da prefeitura, onde tem sempre alguém do Esquadrão Antibombas para avaliar o risco — ensina o guarda Marco.

Operadora de caixa do Café Cristóvão, no térreo do prédio do MAR, Laylla Santos também aprendeu a lição:

— Se eu achar uma bolsa ou uma mochila, não vou mexer. Pode ser simplesmente algo perdido. Mas, na dúvida, devemos chamar a segurança.

Hannah Drumond, gerente de comunicação do MAR, outra que acompanhou a palestra, diz que é preciso estar atento a tudo o que é anormal:

— Cheiros e líquidos podem ser indícios de arma química. É o caso do cheiro de grama cortada, de terra molhada ou de amêndoas, quando não há nada disso por perto. Uma garrafa com líquido vermelho colocada nos pilotis também serve de alerta. Uma pessoa que num dia de calor usa vários casacos, boné, rosto tapado, é mais um sinal.



MUSEU TERÁ PLANO DE EVACUAÇÃO



Além de treinar o seu pessoal, o MAR adotou medidas visando a garantir a segurança daqueles que forem ao museu nos Jogos — a expectativa é que duplique o número de visitantes, que é de 1.130 em média por dia. A lateral do museu terá um gradil para acomodar a fila de acesso. Haverá um único portão de entrada e saída, e todos passarão por detectores de metal. Bolsas deverão ser deixadas num dos 420 escaninhos do guarda-volume.

Já o treinamento da equipe do Museu do Amanhã incluirá até um plano de evacuação do prédio, conta o diretor-geral Ricardo Piquet:

— Além disso, a Marinha fará a vigilância da área externa do museu. Estão para chegar os oito detectores de metal que contratamos, que ficarão na entrada. A saída do público será feita só por trás, onde haverá oito catracas coletoras dos ingressos, quatro de cada lado. Assim, teremos o controle de quem ainda está no museu.

Como medida de segurança para a Olimpíada, a concessionária Trem do Corcovado também decidiu comprar dois portais com detectores de metal. A checagem acontecerá antes da entrada no trenzinho. Há seis meses, a empresa contratou ainda policiais do Proeis (Programa Estadual de Integração na Segurança), em segundo emprego, para reforçar o patrulhamento.

— Outra medida que estamos avaliando é trocar as mochilas dos visitantes por sacos plásticos. Eles colocariam seus pertences no saco e, na volta da visita, devolveríamos a mochila — conta Sávio Neves, diretor da concessionária.

—É preciso observar o comportamento de pessoas aparentemente nervosas e que, estando no Cristo, em vez de fotografar a estátua e a paisagem, focam em câmeras e portas — ensina um consultor de segurança das concessionárias Trem do Corcovado e Paineiras-Corcovado, que fez curso antiterrorismo no Comando Militar do Leste (CML) e tem ministrado palestras no Cristo para repassar os ensinamentos.



MONITORAMENTO NA ARQUIDIOCESE



Reitor do santuário do Cristo Redentor, padre Omar Raposo informa que serão instaladas 20 câmaras no local. Uma central de monitoramento está sendo montada na Glória, na sede da Arquidiocese. O monumento e seus acessos serão monitorados pelas forças de segurança. Não ficarão de fora nem as trilhas, patrulhadas pelo Comando de Policiamento Ambiental. A Arquidiocese , no entanto, quer ampliar ainda mais o cinturão de segurança do Cristo, e está pedindo que as Forças Armadas e a Força Nacional ocupem a área.

Desde abril, também tem sido treinado o pessoal que trabalha na concessionária CCR Barcas. Eles participaram de cursos e exercícios com militares da Marinha brasileira, da Força de Operações Especiais da Marinha Americana (SEALs) e do Bope. Quinze PMs do Batalhão de Ações com Cães também fizeram uma simulação numa embarcação: no exercício, cães farejadores procuraram por drogas, armas e substâncias explosivas. Desde então, Adriana Silveira Vaz, uma das comandantes da Barca Corcovado, passou a observar ainda mais os passageiros no embarque e na travessia:

— Sempre que vemos um passageiro inquieto, chorando ou indo muito ao banheiro, acompanhamos.

Também já participaram de palestras e simulações equipes da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), do VLT, da Rodoviária Novo Rio, da concessionária Porto Novo, da MetrôRio e da SuperVia. Na Novo Rio, câmeras de monitoramento estratégico foram ligadas ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Para os Jogos, o CICC vai dispor de mais de cinco mil câmeras (duas mil na Região Metropolitana, 1.500 em veículos da PM e duas mil que estão sendo colocadas em rotas e instalações olímpicas). Os atendentes do serviço 190 fizeram o treinamento, e, hoje, será a vez da equipe do Disque-Denúncia. Há palestras previstas ainda para profissionais de Cedae, Fetranspor, Light e Detro.

Segundo a MetrôRio, não só seus 400 agentes de segurança, mas todos os funcionários — de bilheteiros a profissionais de limpeza — receberam treinamento. A SuperVia diz que este ano mais de 700 pessoas, incluindo terceirizados, receberam treinamento com foco na percepção a ameaça terrorista e providências a serem adotadas em casos de ataque. No dia 16, está previsto um grande simulado na estação Deodoro, que reunirá Forças Armadas, polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A ação simulará um ato terrorista num trem, com explosão de bomba, feridos e reféns.



ATÉ LIXEIRAS REPRESENTAM PERIGO



Em meio à preocupação com a segurança durante a Olimpíada, sobrou até para as papeleiras espalhadas pela cidade: descartar o lixo em determinadas ruas será uma tarefa difícil durante o evento. Cerca de dez mil das 70 mil “laranjinhas” instaladas no Rio serão retiradas durante as competições de rua e reinstaladas pela Comlurb depois das provas. Além disso, lixeiras de maior capacidade podem ser deslocadas para ficar longe de aglomerações. A informação é do presidente da Comlurb, Luciano Moreira, que prepara uma operação de logística complicada para montar e desmontar as cestas no mesmo dia. A medida atende a uma orientação, dada no fim de junho, por autoridades da área de segurança, durante uma reunião de planejamento do evento.

A preocupação dos órgãos de segurança é que as papeleiras possam servir de esconderijo para explosivos, caso haja alguma tentativa de ato terrorista durante o evento. Papeleiras foram usadas, por exemplo, para esconder as duas bombas caseiras feitas com panelas de pressão, que explodiram no dia 15 de abril de 2013, durante a tradicional Maratona de Boston, nos EUA. O ataque deixou três mortos e 264 feridos, dos quais 17 tiveram membros amputados. As bombas foram escondidas perto da linha de chegada.



‘LOBOS SOLITÁRIOS’ SÃO MOTIVO DE PREOCUPAÇÃO



A principal preocupação do Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT), do Ministério da Defesa, durante a Olimpíada do Rio, é com a ação dos chamados “lobos solitários”. Nesse tipo de ação, o simpatizante do terrorismo age sozinho, sem o apoio logístico de grupos radicais, o que dificulta as ações de prevenção e repressão. O CCPCT foi criado em janeiro de 2015 — dentro dos preparativos para o evento — e tem a participação das três Forças. Na semana passada, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou, como mostrou O GLOBO no sábado, que já monitora pelo menos cem pessoas que teriam, segundo o órgão suspeita, potencial para cometer atos de violência durante o evento.

A maior parte dos suspeitos é de origem estrangeira e está em áreas de fronteira, como Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Todos eles demonstraram simpatia por ações patrocinadas pelo Estado Islâmico.

A Abin sabe, inclusive, que pessoas ligadas ao EI criaram um grupo para trocar mensagens em português, através do aplicativo “Telegram”. A comunidade, chamada Nashir Português, foi criada no dia 20 de maio deste ano . Uma das mensagens trocadas reproduz um discurso de Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz do Estado Islâmico. A Abin observou que o uso de redes sociais é uma prática da entidade não apenas no Brasil como em outros países em todo mundo, principalmente para recrutar jovens.

O plano de prevenção que as autoridades federais desenvolveram prevê 25 cenários sobre como poderiam ser esses ataques terroristas e como combatê-los. Um desses cenários, tema de um treinamento de militares em Brasília há algumas semanas, por exemplo, estabelece como proceder no caso de ataques simultâneos em vários locais, como aqueles que provocaram 137 mortes (incluindo sete terroristas) em Paris, em novembro do ano passado. Ao todo, o Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo terá 1,1 mil militares no Rio durante o evento, incluindo atiradores de elite e “snipers”.



SINAIS DE ALERTA



Cheiro: Odores de amêndoas, terra molhada ou grama cortada podem indicar a presença de arma química.



Bolsas: Malas e outros objetos não devem ser tocados, especialmente aqueles que contêm manchas molhadas ou odores químicos, fios expostos e deixados em áreas restritas.


Comportamento: Ziguezaguear de um lugar para outro; fingir estar só; parecer estar evitando a polícia; resistir a cooperar com os procedimentos de segurança; estar confuso e desorientado; agir com muita arrogância e se concentrar em um ponto de interesse de forma diferente de um turista.



Suspeito: Usa roupas volumosas e incompatíveis com o clima; tem fios exposto sob a roupa (possivelmente através da manga); postura rígida (indica possível dispositivo explosivo ou arma); mãos apertadas (possível dispositivo de detonação); sudorese; parece focado e vigilante; mãos nos bolsos; não responde a saudação; com mochila ou sacola pesada.



(Fonte : Jornal O Globo / Imagem divulgação)

Suspeitos não conseguirão entrar no país por portos e aeroportos, diz Jungmann




O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou no ultimo dia 8 que nenhum suspeito de terrorismo conseguirá entrar no Brasil por portos e aeroportos sem ser monitorado. O país tem trabalhado com agências de inteligência estrangeiras e, segundo o ministro, terá o primeiro centro internacional de inteligência criado especialmente para os Jogos Olímpicos 2016.

"Não há possibilidade de algum suspeito terrorista utilizar portos e aeroportos para chegar ao Brasil sem que seja do nosso conhecimento. Evidentemente existem outras vias, mas elas também estão sendo monitoradas".

O ministro acompanhou a organização operacional da Brigada Paraquedista para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, no 26° Batalhão de Infantaria Paraquedista. A revista à tropa ocorreu na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro.

Jungmann também afirmou que o país será incansável em buscar e punir responsáveis por ações terroristas, caso elas ocorram.

"O Brasil é um país pacífico, mas não é um país desarmado. Sabe se defender e sabe contra-atacar. Se porventura algo vier a acontecer que não seja do nosso conhecimento, seremos incansáveis e implacáveis até encontrar e punir".

Ao todo, 2,4 mil militares e mais de 300 viaturas foram apresentadas ao ministro. Os paraquedistas atuarão como força de contingência nos Jogos, auxiliando as forças de segurança em caso de esgotamento de suas capacidades.

O Rio de Janeiro terá mais de 21 mil militares das Forças Armadas dedicados à segurança dos Jogos Olímpicos. O contingente deve diminuir para durante a Paralimpíada, com previsão de menor demanda por segurança pela participação de menos competidores e espectadores.

Inicialmente, estavam previstos 18 mil militares no Rio de Janeiro, mas um pedido do governador em exercício, Francisco Dornelles, ampliou o número e a área de atuação. Os militares devem patrulhar vias expressas, o Aeroporto do Galeão, sete estações ferroviárias e partes da orla.

Jungmann afirmou que os homens estão preparados para atuar no policiamento ostensivo, porque são os mesmos que atendem a pedidos dos governos estaduais nos últimos anos.

A ação terá início no dia 24, quando será aberta a Vila dos Atletas. No dia 15, todo o contingente já deve estar na cidade para participar do último ensaio geral de segurança, que se estende até o dia 22.

Para amanhã, estão previstos treinamentos militares em diversos pontos da cidade. O Exército fará um reconhecimento na inauguração da Transolímpica. A Marinha fará manobras na Praça Mauá, em Copacabana e no Aterro do Flamengo, e a Aeronáutica, nos arredores do aeroporto internacional.



(Fonte : Agência Brasil / Imagem divulgação)

Enoturismo atrai turistas para o Sul do país




Degustação de vinhos, belezas naturais e turismo de compras estão entre as atrações que estarão no caminho da Tocha Olímpica neste sábado (9). O percurso do dia inclui cinco cidades e dois estados: Rio Grande Sul e Santa Catarina. O primeiro município a receber o símbolo da competição internacional é Bento Gonçalves (RS), um dos principais destinos de enoturismo do país. Entre as atividades turísticas da cidade estão os vinhedos onde é possível aprender sobre o processo de produção das bebidas. Outra opção é o animado passeio de Maria Fumaça que sai de Bento Gonçalves e passa por Garibaldi até chegar em Carlos Barbosa.

De Bento Gonçalves a chama olímpica segue para Torres (RS), destino apreciado pela diversidade e exuberância das belas paisagens naturais. O Parque da Guarita, os Molhes da Praia Grande, o Morro do Farol e a Ilha dos Lobos são os principais atrativos turísticos da cidade. O turismo de aventura também é uma alternativa, pois há instrutores para a prática de voo livre no Morro do Farol. As Dunas de Itapeva possuem grande beleza natural e belas paisagens que fazem parte de uma reserva ecológica. O município ainda recebe anualmente o Festival Internacional de Balonismo.

O terceiro município a celebrar a passagem da tocha no dia é Sombrio (SC). A cidade é importante polo têxtil e calçadista. Quem passeia no calçadão cultural encontra um museu ao ar livre situado no centro da cidade onde 14 mosaicos retratam a história de Sombrio. Às margens da BR 101 há o complexo de Furnas, com quatro grutas. Da entrada, avista-se a Lagoa do Sombrio, a maior de água doce do estado.

No mesmo dia a comitiva da tocha segue o percurso até Aranguá, no litoral do extremo sul catarinense, que tem no balneário do Morro dos Conventos um dos principais atrativos-. O município também possui lagoas bem estruturadas com área de camping. Por fim a chama chega a Criciúma, maior cidade da região sul catarinense e a terceira maior produtora de jeans do Brasil, onde pernoitará. Na cidade há museus e minas abertas à visitação. Uma das atrações locais é a festa das Etnias, que celebra as tradições dos imigrantes e colonizadores italianos, poloneses, alemães, africanos, portugueses e árabes, com apresentações folclóricas e gastronomia típica, realizada no mês de setembro.

INVESTIMENTOS – Desde que foi criado, o Ministério do Turismo celebrou contratos de repasse de recursos para obras de estímulo ao turismo que somam aproximadamente R$ 19,5 milhões nos cinco municípios onde a tocha passa neste sábado. Para Bento Gonçalves foram R$ 8 milhões; Torres: R$ 6,9 milhões; Sombrio: R$ 3,2 milhões; Araranguá: R$ 262,4 mil e Criciúma: R$ 975 mil.



(Fonte : MTur / Imagem divulgação)

Temer planeja privatizar Congonhas e Santos Dumont




Em busca de recursos para reduzir o rombo nas contas do governo, o presidente interino, Michel Temer, disse à Folha que vai estudar a privatização dos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). "É possível que venhamos a privatizar, vai ser analisado, Congonhas e Santos Dumont, o que deve dar uma boa soma", afirmou.

Lembrado de que não havia apoio à ideia no governo Dilma Rousseff, Temer disse não ver hoje resistências na área econômica. "Também não há da minha parte."

Congonhas e Santos Dumont têm a rota mais movimentada do país, a ponte aérea Rio-São Paulo. A inclusão dos dois na lista de privatizações é uma mudança importante no pacote de concessões que está sendo montado pelo governo interino. Inicialmente, a ideia era vender só quatros unidades neste ano –Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza–, o que renderia, no mínimo, R$ 4,1 bilhões de receita.

Já foram concedidos à iniciativa privada seis aeroportos, responsáveis por 45% do fluxo de passageiros do país.

Há dois modelos em discussão sobre o futuro de Congonhas e Santos Dumont. Um, da área econômica, prevê a venda do controle, mantendo a Infraero como sócia minoritária. Outro, do setor de aviação civil, prevê uma gestão privada das unidades, mas com controle acionário nas mãos da estatal. Uma holding da Infraero teria 51% do capital, mas seriam abertas empresas para gerir os aeroportos. Nelas, o novo sócio privado seria majoritário e responsável pela gestão.

Temer disse esperar que a venda de ativos e a recuperação da economia gerem receitas suficientes para cumprir a meta fiscal de 2017, que prevê deficit de R$ 139 bilhões, mas não descartou a possibilidade de elevar impostos.

"O meu desejo é que não aumente, mas, se houver absoluta necessidade, não tem o que fazer." Ele citou a Cide, tributo que incide sobre combustíveis, e o PIS/Cofins como hipóteses em estudo.

O peemedebista recebeu a Folha no gabinete presidencial, onde disse que a chance de a Operação Lava Jato atingi-lo é zero. "Pode botar um zero em letras garrafais."

Temer assumiu o cargo interinamente em maio, quando o Senado instaurou o processo de impeachment da presidente Dilma e ela foi afastada do cargo. Questionado sobre o que mudará no seu governo se o Senado condenar a petista em agosto e afastá-la definitivamente, respondeu: "Não muda nada. Sei da interinidade, mas estou agindo como se fosse efetivo".

Temer disse, porém, que só enviará ao Congresso propostas para as reformas previdenciária e trabalhista "depois do impeachment".

Apesar de não admitir publicamente, Temer diz acreditar que terá os votos necessários para assumir a Presidência em caráter definitivo. "Mas é uma questão que deixo por conta do Senado."

E se Dilma voltar, será uma frustração? "Minha não será. Não vivo da Presidência, vivo da minha vida interior", disse, fazendo a ressalva de que tem grande prazer em ser presidente e que seu objetivo é colocar o país "nos trilhos".

O presidente interino, Michel Temer, disse que já sente "novos ares" na economia, não descarta conceder um novo Refis (refinanciamento de dívidas) pedido por empresários e que, se confirmado no cargo, começará a fazer viagens internacionais para buscar investimentos para o país.

O peemedebista recebeu a Folha um dia depois de Eduardo Cunha renunciar à presidência da Câmara. "Eu acho que, para ele, foi melhor", disse, acrescentando que pediu à base aliada que busque um candidato único para substituí-lo. Mas adiantou não acreditar nisso.



Folha - A nova meta não indica que o governo ainda precisa fazer mais na área fiscal?

Michel Temer - A meta [de R$ 139 bilhões] foi realista, porque muitos propunham que fosse maior, que fosse menor, e chegamos a um valor que, pelo menos na aparência, é realista. Vai exigir sacrifícios? Vai.

A ala política do governo queria uma meta de R$ 160 bilhões. Por que optou por essa?

Eu pensei melhor: "Não, quero uma meta menor". E pressionei um pouquinho a Fazenda e o Planejamento para chegarem a uma meta menor. Pegou bem para o mercado.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que talvez seja necessário aumentar tributos. O que será elevado?

É um talvez, por enquanto, não é nada definido. Vamos verificar com a venda dos ativos se vai ser necessário. A Cide está sendo pensada, mas temos de ver as consequências, pode ter impacto na inflação. PIS/Cofins é outra hipótese. Meu desejo é que não aumente, mas, se houver absoluta necessidade, não tem o que fazer.

O que será colocado à venda?

Entraram em pauta, ontem [quinta-feira, dia 7], os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, o que deve dar uma boa soma. Não quero dizer que haja uma confirmação, mas pensa-se nesses dois aeroportos. Tudo isso vai abatendo do deficit.

Vão privatizar os dois aeroportos?

Houve essa conversa. É possível que venhamos a privatizar, vai ser analisado.

No governo Dilma, havia resistência.

Hoje eu não vejo essa resistência na área econômica. E também não há resistência da minha parte.

O que mais estará à venda?

Eles vão levantar a lista do que é privatizável. Correios acho complicado, porque deu prejuízo muito grande. A Petrobras não dá, tem uma simbologia muito grande.

Qual a idade mínima ideal para aposentadoria?

A idade de 65, que, aliás, já está na Constituição, para homens. Fala-se sempre na equiparação entre homens e mulheres, mas acho que tem de haver uma pequena diferença. Dois a três anos. Hoje é de cinco anos.

Neste curto prazo de governo, os juros vão cair quando?

Vou estimular estudos no sentido de que haja uma queda de juros neste ano ainda, mas se for possível.

O sr. tem sido criticado por ter um discurso de austeridade fiscal e, na prática, distribuir bondades, como aumento para funcionalismo, renegociação de dívida dos Estados...

As pessoas acreditam que o governo é um foco só. Governo só existe para fazer restrições e impedir gastos. Governo não é isso. Imaginou se eu não cumprisse esses acordos [de aumento do funcionalismo], feitos no governo anterior? Os servidores do Judiciário entram em greve, os do Ministério Público, também, os servidores civis entram em greve e fazem movimento nas ruas. Seria um desastre, até porque eles legitimamente diriam que havia um acordo com o governo. E não é o governo passado ou atual, é o governo do Brasil.

Depois dos Estados, há mais gente querendo refinanciamento de dívidas, como o setor industrial.

Querem um novo Refis, não é? Não sou radicalmente contra. Tem muita gente que quer produzir, obter um empréstimo, e não pode porque começou num Refis e não continuou o pagamento. Com isso foi impedido de obter crédito. Pedi para estudar este assunto.

Mas não estimula as empresas a ficarem devendo apostando num refinanciamento?

Não acredito, porque num dado momento isso vai parar.

Passada a interinidade, se acontecer isso, o que mudará no seu governo?

Não muda nada. Porque eu sei da interinidade, mas estou agindo como se fosse efetivo. Eu acho que farei viagens internacionais, que não tenho feito agora para evitar qualquer espécie de constrangimento, com o objetivo de revelar que o país entrou numa normalidade absoluta e buscar investimentos.

O sr. falou em fazer maldades, quando elas virão?

Não são maldades. São aparentes maldades, em benefício do país. Eu disse algumas medidas impopulares. Elas são impopulares na primeira visão. Sequencialmente, serão populares, porque as pessoas dirão que deram certo.

O tópico da Previdência Social é sempre tido como algo impopular. Mas não é, hoje, até as pesquisas mostram isso. Uma diz que 65% da população é a favor da reforma da Previdência, até com limite de idade.

As reformas da Previdência e trabalhista vão ser encaminhadas antes ou depois do impeachment?

Depois do impeachment. Não há nem condições para ser antes. Temporalmente.

Eduardo Cunha ouviu seu conselho?

Ele não é homem de receber conselhos. Não convenço ele de nada, sempre foi assim. Eu até, pessoalmente, sem nunca ter dado conselho direto, acho que, para ele, foi melhor.

Quem vai ser o novo presidente da Câmara?

Não sei e não vou entrar nisto. Só fiz uma proposta. Disse que seria útil para a Câmara fazer um grande acordo e ter um único candidato. É claro que seria bom para o governo também. Mas aí você me pergunta, será que é possível? Pelo que tenho ouvido parece difícil, haverá disputa.

Se houver disputa, para quem o governo fará campanha?

Para ninguém.

Qual é o placar hoje do julgamento do impeachment da presidente Dilma?

Prefiro deixar por conta do Senado. Só posso falar do placar anterior, foram 55 votos.

Tem mais votos agora?

Dizem-me que sim, mas essa é uma questão que deixo para o Senado.

Na hipótese de o Senado aprovar a volta da presidente, será bom ou ruim para o país?

Ah, não sei, quem vai dizer isso é o povo. Ou melhor, quem vai dizer será o Senado.

Não vai ser uma frustração para o senhor?

Minha não será. Você sabe que não vivo da Presidência. Vivo da minha vida interior. Agora, quando tenho uma missão, e eu já recebi missões difíceis na vida, eu as enfrento. Tenho muito gosto, muito prazer cívico em poder presidir o país, mas com que objetivo? Colocá-lo nos trilhos. Se o destino decidir que não, decidido estará.

Quando a população vai sentir uma melhora na economia?

Eu já sinto novos ares. Sinto. Estou falando de alguns setores.

Mas o desemprego...

Quanto tempo vai demorar para você reduzir sensivelmente o desemprego, eu não saberia dizer. O que tenho de fazer, como governante, é produzir atos para o combate ao desemprego. No começo do ano que vem começaremos a ter resultados.

O sr. teme a cassação da chapa no TSE?

Sabe que isso não está nas minhas preocupações. Só penso quando vocês se recordam disso.

Teme ser surpreendido pela Operação Lava Jato envolvendo o seu nome?

Zero de chance. Não tenho a menor preocupação. Porque nunca me meti nisso. Nunca entrei nessas histórias. Há uma notícia, mas depois aquilo não cola, não vai para a frente. Não tenho a menor preocupação. Zero. Pode botar um zero em letras garrafais.

Qual sua avaliação da Lava Jato?

Positiva para o país.

O que fazer para que essas práticas descobertas pela Lava Jato não se repitam?

Fiscalização administrativa, consciência de que esses atos não podem ser praticados, seja pela área privada seja pela pública. A conscientização disso é importante, e a Lava Jato, nesse sentido, ajuda nessa conscientização.

E delatores, o que acha deles?

Está previsto na lei, aquilo que está previsto na lei não discuto, eu concordo.

É a favor de mudar a lei?

Não, eu nunca pensei nisso e nunca sugeri.



(Fonte : Jornal Folha de SP / Imagem divulgação)

Governo prepara medidas para atrair aéreas low-cost e reduzir comodidades




Às voltas com uma grave crise no setor de aviação civil, o governo do presidente interino, Michel Temer, está disposto a patrocinar uma reviravolta no mercado da aviação civil com a entrada de empresas de baixo custo (low cost). Apesar da resistência de algumas companhias, o Executivo vai insistir na ampliação do capital estrangeiro para 100%, considerado o primeiro passo para trazer para o país companhias aéreas que oferecem aos passageiros um serviço mínimo em troca de um bilhete barato, que pode custar bem menos que uma passagem de ônibus. Em contrapartida, o usuário não teria direito de despachar mala de graça — poderia apenas levar uma bolsa de mão — nem lanche a bordo. Teria, ainda, de abrir mão de algumas comodidades, como reservar assento, e de conforto, viajando em espaços mais compactos e até em bancos que não reclinam. O check-in não seria mais feito presencialmente.


TARIFA BAIXA, SERVIÇO MÍNIMO



O pacote de medidas proposto por um grupo de trabalho, formado por representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Secretaria de Aviação Civil e do Ministério dos Transportes, prevê, para atrair as empresas low cost, que as companhias possam cobrar livremente excesso de bagagem e emitir bilhetes transferíveis a outros passageiros (o que hoje não é possível). Outra aposta é melhorar a infraestrutura dos aeroportos regionais, de forma a também agradar aos parlamentares que barraram a política de céus abertos na primeira tentativa no Senado. Isso porque as companhias de baixo custo costumam operar em terminais secundários.

Enquanto isso, o governo reavalia o programa da aviação regional, lançado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, em 2012 e que não saiu do papel. A previsão inicial era de beneficiar 274 aeroportos, mas o número deverá ficar entre 40 e 50, “mais factível”, segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, que tem conversado com as bancadas no Congresso, e com governadores e prefeitos, para definir as prioridades.

A abertura do setor aéreo ao capital estrangeiro deverá ser tratada em nova medida provisória, tendo a aviação regional como contrapartida. Além disso, entre outubro e novembro, a Anac deverá publicar a resolução definitiva que trata das condições gerais do transporte aéreo. Entre as medidas, está o fim da franquia obrigatória para bagagem despachada. Diferentemente do texto colocado em consulta pública, a mudança não será gradual, e sim posta em prática de uma única vez. No entanto, será dado prazo de carência de um ano para que as empresas possam adaptar sistemas e esclarecer os consumidores.

TRANSPORTE DE MASSA

De acordo com o ministro dos Transportes, não haverá regras distintas para empresas de baixo custo e tradicionais. Todas estarão sujeitas às regras gerais, como, por exemplo, prestar assistência aos usuários em caso de atraso e cancelamento de voos, bem como pagar indenização por desvio de bagagem. A orientação é reduzir a presença do Estado no setor, com desregulamentação, para estimular a competição e reduzir os preços, a fim de tornar o avião um meio de transporte de massa.

Ao ser indagado sobre a redução dos direitos dos passageiros, o ministro do Transportes alegou que, “ao contrário”, o usuário brasileiro passará a ter acesso a um tipo de serviço que não existe no país. Segundo ele, 25% das pessoas que viajam de avião ganham entre um e dez salários mínimos e não há opção de um serviço mais simples, com tarifas mais baixas para esse segmento da população.

— O passageiro brasileiro precisa ter opção de escolha, com que tarifa ele quer viajar, se quer ir em um voo mais simples ou com mais opções, com transporte de bagagem e serviço de bordo, por exemplo. Quem quiser viajar com uma mala de 23 quilos continuará tendo essa opção, embora vá pagar mais caro. Se ele quiser simplesmente só se deslocar, o que quer a maioria dos passageiros, ou uma faixa importante da população brasileira, terá a opção de pagar uma tarifa mais barata. É o que acontece no mundo — afirmou Quintella.

Ele acrescentou que as empresas low cost sempre se interessaram pelo Brasil, mas não vieram por causa do cenário adverso aos negócios.



COMBOS DE PASSAGENS



Para o diretor da Anac, Ricardo Fenelon, as novas regras estão de acordo com o padrão internacional. Ele lembrou o fim da barreira tarifária em 2001, que fez o volume de passageiros pular de 38 milhões para 118 milhões em 2015, enquanto o preço médio do bilhete despencou em torno de 50%.

— Isso faz parte do processo de desregulamentação. Não significa que estamos defendendo as empresas, pois o consumidor também ganha — disse Fenelon.

O secretário de Políticas Regulatórios do Ministério dos Transportes, Rogério Coimbra, fazendo uma analogia com as redes de fast food, disse que as companhias aéreas brasileiras estão acostumadas a oferecer combos. Ele mencionou ainda como exemplo, por outro lado, o site Booking.com, no qual o consumidor pode optar por hotéis com tarifas e serviços variados (quartos com e sem café da manhã, tarifas não reembolsáveis).

— As empresas nacionais vendem combos de passagens. O usuário não pode comprar só o sanduíche e o suco por um preço menor, mas tem que levar a batata frita e pagar por isso — afirmou Coimbra.

O pacote de medidas para atrair as empresas low cost cita, ainda, a necessidade de o governo federal apoiar um projeto do Senado que limita a 12% o ICMS sobre o querosene de aviação, com como outra proposta em tramitação na Câmara dos Deputados, que altera a Lei do Aeronauta, substituindo horas fixas de jornada e descanso por um sistema de gerenciamento de fadiga dos profissionais. Na nova MP do capital estrangeiro, o governo deverá incluir a transferência do custo das tarifas de conexão para os passageiros que fazem escalas e alterar o Código Brasileiro de Aeronáutica para transformar as empresas, atualmente concessionárias, em autorizatárias, a fim de reduzir a burocracia no setor.



NOVO MODELO DEVE SER INFORMADO COM CLAREZA



Para especialistas em defesa do consumidor, o aumento da concorrência no setor aéreo é necessário e muito bem-vindo, se trouxer redução de preços e aumentar o leque de opções à clientela. A preocupação, dizem, não é com a redução de conforto — como a suspensão de marcação de assentos, serviço de bordo e check-in presencial —, mas sim com a garantia de que haverá clareza de informação sobre o novo modelo da oferta para o passageiro, qualidade e segurança.

— O consumidor tem que ser informado, por exemplo, de que se não fizer o check-in pela internet poderá pagar multa. E a qualidade do atendimento e, obviamente, a segurança, independentemente de a empresa ser de baixo custo, têm de ser garantidas — afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

Ricardo Morishita, professor de Direito do Consumidor do Centro Universitário de Brasília, diz que é preciso ainda distinguir o que é conforto de assistência, em casos de atrasos e suspensão de voos, por exemplo:

— Trocar conforto por um preço mais acessível é uma liberdade de escolha. O consumidor só não pode ser surpreendido, ele tem de saber o que está comprando. A assistência é de longe muito mais preocupante que tudo isso. São naturezas diferentes, o primeiro tem relação com utilidade, o segundo com a proteção e a reparação ao consumidor. São regras já postas e que devem ser respeitadas, que asseguram a dignidade do consumidor e reconhecem a sua vulnerabilidade.



PASSAGEIROS ABRIRIAM MÃO DE CERTOS CONFORTOS



As mudanças propostas para baratear as passagens aéreas, que chegariam a competir com um bilhete de ônibus, dividem os usuários. Enquanto a troca do check-in no balcão da companhia pelo serviço eletrônico não encontra ressalvas entre os passageiros, muitos não aprovam a ideia de não ter poltronas reclináveis. Se, por um lado, quem viaja sozinho e por períodos curtos abriria mão facilmente de bagagens despachadas gratuitamente e lugares marcados, o fim dessas comodidades não é bem-visto por famílias que voam juntas.

Para a engenheira Liliane Maciel, as medidas seriam positivas, pois aumentariam a competitividade entre as empresas. Ela alerta, no entanto, que não poderiam afetar a qualidade de serviços que não são diretamente ligados ao consumidor, como a manutenção dos aviões:

— Cada passageiro escolheria segundo sua necessidade.

Quando morou fora, o empresário Marcelo Pizzato usou muito as low cost. Mas ressalta que, se o preço do bilhete é baixíssimo, o passageiro pode ser surpreendido, na hora do embarque, com tarifas que custam o dobro da passagem, se tiver de despachar a mala ou pagar seguro para transportar um equipamento.



Preço alto para pouco uso



O empresário curitibano Guilherme Tissot conta que faz pelo menos uma viagem por semana a trabalho para o Rio ou para São Paulo. E, nessas pontes aéreas, normalmente leva apenas uma mochila.

— Não despacho bagagem. Poder pagar menos por abrir mão de uma comodidade da qual não usufruo, como já ocorre em muitos países, seria muito interessante. Como são viagens curtas, também não costumo consumir nada a bordo, não faço questão do serviço.


A bagagem que sai cara



Viajando com o marido, Marcel Amorim, e os três filhos, a odontóloga Nívea Almeida diz que aceitaria abrir mão de algumas comodidades, caso a passagem fosse oferecida por um valor bem menor. A questão da bagagem, no entanto, a preocupa:

— Poderia ficar sem o serviço de bordo ou o check-in. Mas, como nossa família é grande, pagar para despachar as bagagens acabaria saindo muito caro.


Reclinar é o básico



O farmacêutico José Carlos Almeida e sua mulher, a médica Rita Mostroni, viajam muito a lazer. Ele diz que abriria mão da poltrona reclinável em trajetos curtos. Já ela admite que não aceitaria em viagem alguma.

— O lugar marcado não faz diferença, e já fazemos o check-in pela internet. Abrir mão desses serviços não seria um problema. Mas a poltrona reclinável é o básico, não dá para ficar sem — comenta Rita.


Só em trajetos rápidos



A engenheira Liliane Maciel viaja sempre nas férias e diz que abriria mão do atendimento pessoal no check-in — que já está acostumada a fazer pela internet — e do assento previamente marcado. Mas, no caso das viagens longas, ela não aceitaria ficar sem o serviço de bordo nem abriria mão do conforto da poltrona reclinável:

— Só ficaria sem esses serviços em viagens muito rápidas.



ARTIGO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

por


Várias pessoas acreditam que o transporte aéreo é um setor especial da economia. Por isso demandaria atenção igualmente especial, uma vez que encerraria elementos de ser um “serviço essencial” e guardaria relação à “soberania” e à “segurança nacional”. Eu não estou no grupo que pensa assim. Afinal, todo e qualquer setor tem suas características próprias, não raras vezes únicas.

Além disso, acredito que vários outros setores são muito mais essenciais e de natureza “estratégica”. Exemplos: saneamento (água potável, esgoto tratado), saúde, educação, energia (geração, transmissão), telecomunicações e agronegócio são, na minha visão, muito mais “estratégicos” e “essenciais” que o transporte aéreo.

Alguém acredita que viajar de avião de São Paulo para Fortaleza, por qualquer motivo que seja, é mais importante que ter educação, saúde, água filtrada e limpa, esgoto tratado e energia elétrica em casa?

Uma pausa: sim, o transporte aéreo é muito importante para a sociedade brasileira e para o funcionamento do mundo moderno; isso é inegável. Mas daí a ser visto e tratado como algo “único” e merecedor de atenção “especial” já vai uma distância sem par. Nesse sentido, se temos capital estrangeiro livre nestes setores mais “estratégicos” e “essenciais” que o transporte aéreo, qual o problema termos liberdade total para o capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras? Ora, esse capital vai gerar empregos e pagar impostos no Brasil, seguir as leis brasileiras, ser fiscalizado pelos devidos entes reguladores.

Como se não bastasse, precisamos de muito mais concorrência: o país tem hoje quatro empresas dominando mais de 97% de toda a movimentação de passageiros. Há dezenas de ligações servidas por uma única companhia. Há centenas de ligações que não são mais servidas por nenhuma! Em resumo: precisamos de novas empresas aéreas!

Além disso, precisamos de novos modelos de negócio, que desafiem o status quo que temos hoje aí. Modelos como os de “ultrabaixo custo” de Ryanair, Spirit e Scoot teriam campo fértil no Brasil e aumentariam significativamente a base de clientes na sociedade brasileira.

Como se não bastasse, precisamos de empresas verdadeiramente de foco e atuação regional, que atuem exclusivamente no interior do país. Ou alguém acredita que temos empresas aéreas regionais de fato operando no Brasil? Assim como em outros setores, quebrar paradigmas regulatórios é fundamental no transporte aéreo. É essencial para abrir oportunidades de negócios, diversificar os modelos existentes, aumentar a concorrência, beneficiando a sociedade como um todo.



(Fonte : Jornal O Globo / Imagem divulgação)

Abertura total do setor aéreo é o fim da picada, diz presidente da Azul




O debate no governo e no Congresso para socorrer as companhias aéreas nacionais, que somam hoje prejuízos bilionários, está ainda poluído por "cortina de fumaça", na opinião de Antonoaldo Neves, presidente da Azul.

É "o fim da picada" a proposta que permitia a participação de 100% de empresas estrangeiras nas nacionais, sem pedir reciprocidade de outros países — trecho da medida provisória que o governo do presidente Michel Temer prometeu vetar.

Medidas como a redução do teto do ICMS (imposto estadual) para o querosene ainda não são suficientes. Melhor seria baixar também o preço do combustível.

Na entrevista, Neves falou ainda sobre como cobrar pela bagagem poderia inserir mais passageiros no mercado.



Folha - A proposta de liberar participação de 100% nas companhias nacionais às estrangeiras não é consenso no setor. A Latam, por exemplo, apoia. Qual é a sua posição?

Antonoaldo Neves - Se olharmos as práticas globais, não há referência de 100%. As pessoas não estudam para falar do assunto. Qual é o objetivo de adotar uma abertura diferente da que temos hoje como política pública para o país?

E por que não adotar?

Argumentar que falta capital estrangeiro no Brasil para aéreas é uma falácia. A Azul captou nos últimos 12 meses US$ 550 milhões de capital estrangeiro. Captamos US$ 400 milhões em financiamento de aeronaves com bancos estrangeiros com dívida no exterior, o que também é capital. Há abundância de capital estrangeiro. O que está se discutindo é controle.

Defensores dizem que a liberação do 100% impulsionaria a entrada empresas de baixo custo, as "low cost".

A tarifa média no país é R$ 300, cerca de US$ 80. A tarifa média da Ryanair, a maior empresa global de "low cost" é US$ 70. Já temos tarifa de "low cost" no Brasil, embora ainda não seja o limite que o mercado pode chegar.

Havendo reciprocidade, ou seja, desde que uma brasileira também possa adquirir 100% de uma aérea no outro país, seria aceitável?

A relação entre países na aviação passa por acordos bilaterais de frequências. Se liberássemos 100% do capital estrangeiro, estaríamos autorizando uma empresa como a Lufthansa, ou qualquer outra, a vir ao Brasil, abrir uma empresa de capital estrangeiro e ter direito às minhas frequências. E eu, como empresa brasileira, não tenho direito às frequências dela na Alemanha. Pensando em política pública, liberar 100% sem negociação bilateral é o fim da picada. Vamos discutir céus abertos com Europa, Argentina. Vamos liberar os vistos para os EUA. Nós topamos céus abertos se liberar os vistos. Se eu tivesse condição de competir de igual para igual com estrangeiras, não teria problema. Deixa eu abrir empresa na Alemanha? Por que vamos ceder sem o país tirar proveito? É cortina de fumaça. Não vou especular sobre o real objetivo, mas não entendemos como a política pública bem pensada pode levar o país a mudar isso.

Qual é o efeito para o consumidor?

Os aviões são ativos móveis. É falácia dizer que, se eu liberei capital estrangeiro para automotivo, telecom, energia, tenho que liberar a aviação. Nenhuma empresa que investiu em barragem no Brasil vai retirar a barragem voando. Nem cabos de telecomunicação vão sair voando. Mas existe um efeito no aéreo. Um dos grandes motivos pelos quais Europa, EUA, Índia não liberam é porque os ativos são móveis. Para não dar espaço a grandes flutuações da oferta. Porque quem sofre com isso é o consumidor. Não queremos que, do dia para a noite, cem aviões que estão hoje voando na África sejam colocados para voar no Brasil em dezembro, janeiro e julho para aproveitar aqui o momento em que a demanda é melhor. Para cobrar uma tarifa mais alta e ganhar dinheiro em julho, companhia aérea no mundo todo perde dinheiro nos meses de baixa. Não pode permitir que uma empresa aérea pegue 30 aviões e esteja na Europa em agosto [quando lá é alta], em julho, no Brasil. E fique circulando o mundo e fazendo grandes oscilações na oferta. Porque nos meses de baixa essa oferta vai acabar e o preço da passagem no período de baixa vai subir. Se todos os países fossem 100% eu ia dizer que eu estou errado. A Câmara passou essa discussão no atropelo, sem debate.

E o alto preço do combustível? O governo está se movendo nisso. É satisfatório?

Não é suficiente. Defendemos o ICMS com limite máximo de 12%. A Azul é a empresa que menos se beneficia com isso porque já tem acordo de ICMS com todos os Estados menos com São Paulo. Como fazemos aviação regional, temos poder maior de negociação nos Estados. Meu ICMS na Bahia é em torno de 7% ou 8%. Mas não vou atacar uma medida porque só os outros se beneficiam.

Quando eu vejo o preço do querosene de aviação que eu abasteço em Miami custar R$ 1,36 e o litro ser R$ 2,25 em Campinas, fico desapontado. Na aviação regional que fazemos, há cidades em que custa até R$ 4,90. A tarifa média do interior é mais alta que a das capitais por causa do querosene de aviação. Isso é subsídio para a Petrobras e para os distribuidores.

O que seria o ideal?

O problema não é o ICMS. É baixar o preço. Passa por uma política pública mais clara do combustível. É absurdo não colocar no Congresso a discussão de como a Petrobras e os distribuidores são hoje subsidiadas pelo passageiro por causa do sobrepreço do querosene de aviação.

Esse investimento que vocês têm dos chineses aumentaria se o 100% fosse liberado?

Já poderia aumentar hoje sem isso. As estruturas de capitais que existem hoje aprovadas pela CVM já permitem que 80% do capital seja estrangeiro. Porque existe capital votante e não votante [a proibição é para capital votante]. Se já é assim, para que mudar? Porque se quer resolver outro problema. Não vou ficar fazendo suposições.

E a cobrança de tarifa por bagagem? Qual é a vantagem?

Vamos supor que a tarifa média é R$ 300. Se você viaja com bagagem, paga R$ 350. Eu viajo sem bagagem, pago R$ 250. Para a companhia aérea aparentemente não muda nada. Porém há muita gente que viaja a R$ 250, mas não viaja a R$ 300. Quando eu posso cobrar pelo serviço que só você está usando, eu incluo novos consumidores no mercado.

Qual é o sentido da medida que flexibiliza atrasos em Congonhas?

Isso começou com uma discussão de que a oferta de Congonhas está até hoje controlada artificialmente. Poderia ter mais voos por dia. Deveria ser interesse do país que tivesse mais voos lá.

Isso se deve ao trauma da tragédia que houve lá em 2007 [acidente com avião da TAM que matou 199 pessoas]?

Sim. Mas, se você olha a quantidade de voos de 2007 e o que tem hoje, a diferença é abissal. E se analisar as investigações, não tem nada a ver com a quantidade de voos. O avião não sai da pista porque tem muito voo passando. Se fosse choque no ar de dois aviões... A verdade é que Congonhas é um aeroporto que tem uma rentabilidade maravilhosa para as companhias porque nesse setor, quando você controla artificialmente a oferta, pode subir o preço.

Não é interesse das companhias que dominam aquele aeroporto de aumentar, imagino eu –não estou falando em nome delas.

A resolução que foi cancelada [previa regras mais duras para atrasos e cancelamentos de voos] objetivou desde o início mais do que evitar o controle artificial de oferta, de disponibilidade de slots. Ela queria impedir uma prática muito comum em Congonhas: de ter um voo às 11h, um às 11h30 e outros às 12h, cancelar um deles e juntar com os outros dois. Isso é controlar a oferta artificialmente. Então a resolução que veio previa que se você cancelar mais de 10% dos seus voos por razões não meteorológicas, perderia o slot.

Por que baixou a régua eu não sei. Houve uma consulta pública quando levantou a régua, que passou de 80% para 90%. Falaram que a Azul era a única beneficiária disso. A mesma resolução que falava do atraso e do cancelamento também falava que não podia operar avião pequeno em Congonhas. Por um lado, derrubar a resolução acertou porque tira uma restrição artificial que é o fato de Congonhas não poder operar voo de ATR [avião menor] para Araraquara. Para a Azul isso é bom e para qualquer empresa que queira comprar aviões menores é bom. Mais competição no aeroporto é bom para o cidadão.



RAIO-X EMPRESA E EXECUTIVO



Antonoaldo Neves

Idade 42



Trajetória
Assumiu o comando da Azul em 2014. Antes foi executivo desde 2000 da consultoria McKinsey, onde, em 2012, coordenou o processo de fusão da Azul e da Trip

Azul

Receita no ano passado US$ 1,9 bilhão

Aeronaves 125 unidades

Número de funcionários Mais de 10 mil



(Fonte : Jornal Folha de SP)