A agenda nacional prevê três grandes
competições nos próximos três anos no Brasil: em alguns dias, o país sediará a
Copa das Confederações; em um ano, a Copa do Mundo; e, em 2016, a Olimpíada, no
Rio de Janeiro. Isso significa um considerável aumento no fluxo de turistas,
atraídos pelo esporte, e, consequentemente, uma valorização da economia
brasileira.
E o País está tentando aproveitar esta deixa.
O Plano Nacional de Turismo 2013-2016, divulgado pelo Ministério do Turismo,
tem como meta aproveitar o legado desses grandes eventos esportivos para
consolidar o Brasil como uma grande potência turística. Estima-se que a chegada
de turistas estrangeiros ao País avance de 6,2 milhões, estimados para este
ano, para 7,9 milhões até 2016 (um crescimento de 8% ao ano).
Da mesma forma, os gastos dos visitantes
deixados por aqui devem aumentar de US$ 7,7 bilhões para US$ 10,34 bilhões
(acréscimo de 11,69% ao ano), enquanto os empregos formais no setor passarão de
3,1 milhões para 3,59 milhões (aumento de 6,64% ao ano). Somente durante a Copa
do Mundo de 2014, o país deve receber 600 mil estrangeiros e faturar com a
realização de 3,1 milhões de viagens internas.
Um estudo realizado em parceria entre Ernst
& Young e a FGV Projetos aponta que os eventos esportivos no Brasil devem
atrair R$ 142,39 bilhões em investimentos, gerando 3,63 milhões de empregos por
ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população. A pesquisa também indica que
o evento poderá proporcionar um crescimento de até 79% no fluxo turístico
internacional para o Brasil em 2014, com impactos possivelmente superiores nos
anos subsequentes.
Os efeitos dos grandes eventos também
alcançam o setor financeiro. Conforme Cassio Younis, educador financeiro do
portal Bastter.com, site que conta com mais de 65 mil investidores pessoas
físicas, a Bolsa de Valores é uma constante precificação de perspectiva contra
realidade. O certo é que setores serão beneficiados com os eventos e as
empresas que pertencem a estes áreas tendem a ser beneficiadas, incrementando o
faturamento.
"Apenas ampliar os ganhos, no entanto,
não é suficiente", afirma Younis. Ele destaca a importância de as empresas
pensarem no futuro, planejando estrategicamente suas ações. “Incrementar o
faturamento não significa necessariamente aumento de lucro, e isso é
fundamental para a perspectiva futura das ações de uma empresa com capital
aberto. A cotação sempre tende a seguir o lucro ou o prejuízo ao longo do
tempo”, diz. Além disso, investir motivado por algo passageiro pode fazer um
sonho virar pesadelo. A questão é a preparação do pós-evento.
BRASILEIROS VÃO ATRÁS DE ESPORTES
Eventos esportivos menores que uma Copa do
Mundo, ainda que não deixem legados arquitetônicos, aquecem a economia ao redor
do mundo, atraindo milhares de turistas para cidades que sediam os jogos. No
mês de maio, o fã de esportes pôde acompanhar grandes competições ao redor do
mundo, como as 500 Milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, a partida final
da Champions League, em Londres, e o GP de Fórmula-1 de Mônaco.
Sócia e diretora operacional da Fanato
Esporte e Turismo, agência especializada no turismo esportivo, Juliane Passeri
revela que os eventos mais procurados pelos brasileiros são futebol na Europa -
em especial, o clássico do Campeonato Espanhol Real Madrid vs. Barcelona -, o torneio
de tênis de Roland Garros e a corrida 500 Milhas de Indianápolis. O pacote para
a tradicional prova de automobilismo partia de R$ 10 mil; já a viagem para
assistir à final da Champions League em Wembley custava R$ 25 mil. Juliane
destaca também novos destinos esportivos: os brasileiros têm ido bastante a Las
Vegas, nos EUA, acompanhar as lutas de MMA, e para a Alemanha, prestigiar
provas de hipismo.
(Fonte
: Terra)