segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

HOTEL É OPÇÃO PARA DIVERSIFICAR APLICAÇÃO


O bom momento da indústria hoteleira no país e a queda da taxa de juros -que tornou os investimentos em renda fixa menos rentáveis- atrai investidores que querem diversificar suas aplicações.
Há duas opções para quem quer apostar nessa modalidade. Uma é comprar quartos em hotéis que estão sendo lançados ou que já estão em operação. Hoje, os mais comuns são os condo-hotéis, em que o quarto é apenas para locação, não pode ser usado pelo proprietário, como acontece com os flats.
O rendimento nesse caso é atrelado à ocupação do hotel, independentemente se o quarto do investidor, especificamente, foi locado ou não.
Por exemplo: se a ocupação do hotel foi de 70%, todos os investidores receberão o rendimento rateado depois de descontada a taxa da administradora do negócio.
De acordo com o diretor de desenvolvimento da Accor para a América Latina, Abel Castro, o rendimento para o investidor em quartos de condo-hotéis varia, em média, de 0,6% a 1% ao mês. Com a nova regra, a poupança hoje rende 0,41% ao mês.
Outra opção é aplicar em um fundo imobiliário que investe em hotéis, ainda menos difundido no Brasil. O retorno é parecido: os investidores recebem o rateio do que o fundo ganhou descontada a taxa de administração.
O rendimento é sempre atrelado ao sucesso da operação de um ou mais empreendimentos.
A consultoria HotelInvest e o banco Ourinvest têm um fundo de investimento que aplica em hotéis -o único prioritariamente voltado para pessoas físicas encontrado pela Folha.
A cota começou negociada a R$ 100 em 2007 e hoje está em R$ 320 -não há Imposto de Renda. A empresa tem planos de estruturar um novo fundo em breve.

NEGÓCIOS

Como em geral não há garantia de retorno, os especialistas recomendam que o investidor faça um estudo aprofundado do potencial da região e conheça o empreendimento antes da aplicação.
"O Coliseu [em Roma] recebe a mesma quantidade de turistas por ano que o Nordeste. Nunca se desenvolve esse potencial, tem de ficar de olho no presente. Então, é indicado onde há turismo de negócios", afirma o educador financeiro Mauro Calil.

INVESTIMENTO

Os eventos esportivos que o Brasil vai sediar alavancam a infraestrutura do país e podem contribuir para o desenvolvimento do turismo.
Mas não devem ser o único motivo a pesar na decisão do investidor, já que a demanda é restrita por um curto período de tempo.
"Se você fala em comprar um quarto de hotel que tenha demanda, perto de um centro de convenções ou a uma rua comercial, em São Paulo, há uma demanda grande. Mas, se comprar em outro lugar, ela poderá não existir ou poderá haver uma procura pontual", diz o professor do Insper Alexandre Chaia.
A Accor, que está lançando hotéis em São Paulo após dez anos sem anunciar novos empreendimentos na capital, informa não desenvolver hotéis por causa da Copa do Mundo ou da Olimpíada.
A BHG lançou há dois meses um fundo de investimento em hotéis no qual a própria é investidora e que também é aberto a outros investidores, entre eles pessoas físicas, com valor de entrada mínimo de R$ 1 milhão.
Segundo Ricardo Levy, diretor da companhia, o mercado atrai pelo bom momento da economia, pela queda dos juros e porque já há demanda em algumas regiões por hotéis independentemente dos eventos esportivos programados para o país.

DEMANDA PELO SETOR LEMBRA A PELOS FLATS EM SP

O perfil de hotel preferido hoje para investimento são os voltados para negócios, os mais econômicos, e aqueles com bandeiras conhecidas, segundo especialistas do setor.
São, em geral, condo-hotéis, em que os quartos são só para hóspedes e não dividem os corredores com quem mora no hotel.
Diferem dos flats, que lotaram São Paulo na década de 90 e, em seguida, não deram certo.
Os flats enfrentaram problemas de superoferta, diz o professor do Insper Alexandre Chaia, o que poderá acontecer de novo se o problema se repetir.
Para Abel Castro, da Accor, naquela época, os juros eram altos, havia crise e a performance hoteleira não era tão boa.
"Isso fez com que todo o segmento entrasse nas principais praças onde houve uma supercapacidade de hotéis", afirma.
Hoje, há mais informação disponível, um manual de boas práticas para o setor e as incorporadoras têm um pensamento mais responsável, diz Castro.
Além disso, é mais difícil e mais caro conseguir terrenos.

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário