segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PASSAGEIROS À DERIVA COM O FIM DA WEBJET


O consumidor que planejou viajar pela extinta Webjet continua enfrentando problemas, apesar de a empresa ter afirmado reiteradamente, nos últimos dias, que todos os passageiros teriam seus voos garantidos pela Gol. A revolta é grande, sobretudo entre aqueles que planejaram a viagem com muita antecedência. Com passagens compradas desde 7 de agosto, o estudante de engenharia Vitor Brixi, 23 anos, teme pelo fracasso do programa de fim de ano que elaborou com um grupo de seis amigos.
O trajeto programado para o período de 26 de dezembro e 8 de janeiro tem como destino a cidade de Búzios, a cerca de 200km do Rio de Janeiro, na região dos Lagos. Para conseguir diminuir os custos da viagem, os amigos compraram os bilhetes aéreos com muita antecedência, para garantir que todos estivessem juntos na hora de contratar o transfer, no Rio de Janeiro, que os levaria até a localidade.
Entretanto, com a necessidade de realocação dos passageiros, cada um foi colocado em um avião diferente. “O voo, que antes era direto, agora tem escalas. Antes chegaríamos às 14h, para pegar o transfer às 15h. Com a mudança, todos irão chegar separadamente, após as 18 horas, muito depois do horário previsto”, reclama Vitor.
Para o advogado Bruno de Andrade Gerardi, que também faz parte do grupo que irá passar o ano novo em Búzios, a extinção da Webjet é apenas mais uma prova de como o consumidor está a mercê das empresas aéreas. “A regra é clara a favor da companhia: para remarcar ou cancelar uma passagem, o consumidor tem que pagar uma multa, mas, quando a empresa decide alterar o voo, o problema é apenas do cliente que ficou prejudicado”, afirma Bruno.
No caso específico da Gol, o advogado acredita que houve má fé da empresa na hora de realocar os passageiros. “Quando vamos pesquisar no site da empresa vemos que existem vagas em outros voos direitos, mas ela nos colocou nos mais vazios, que eles vendem mais barato. Com isso, deixaram lugares vagos nos voos mais requisitados, em que a empresa pode vender um bilhete mais caro”, afirma. Ele diz ainda que, com o preço abusivo das passagens, não há outra opção a não ser aceitar o que foi oferecido. “Pesquisei alternativas para o mesmo destino, porque pensamos em pedir nosso dinheiro de volta. Mas é inviável, o custo aumentou 7 vezes”, explica Bruno.
Aprovada em 10 de outubro deste ano pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, a venda da Webjet para a Gol está gerando problemas no setor. Além dos passageiros indignados com os transtornos, a empresa já foi chamada para prestar esclarecimentos por diversos órgãos do governo como a Secretaria de Aviação Civil (SAC), o Ministério Público Federal e o Procon. O Correio não conseguiu contato com a Gol até o fechamento desta edição.

(Fonte : Jornal Correio Braziliense)

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