Depois de ter feito da CVC a maior operadora
de turismo do País - neste ano, deve embarcar quatro milhões de turistas -, o
empresário Guilherme Paulus quer reeditar o feito no setor hoteleiro. O Grupo
GJP Hotéis & Resorts, comandado por ele e que está hoje em sete destinos,
com 12 hotéis, pretende ter presença em todas as capitais do País até 2014.
O plano de expansão prevê investimento
superior a R$ 1 bilhão, em todos os modelos de negócios: da construção de
hotéis próprios à administração de empreendimentos de terceiros. Metade dessa
cifra, R$ 500 milhões, será aplicada em quatro empreendimentos localizados no
Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju e Ipioca (AL), entre este ano e o próximo.
Desse total, 40% dos recursos são do próprio
grupo, e 60% financiados no mercado. "R$ 500 milhões nós já temos",
disse Paulus. O restante, segundo ele, poderá vir de investidores, deixando a
porta entreaberta a possíveis interessados.
Em 2010, um dos maiores fundos de private
equity do mundo, o americano Carlyle Group, comprou 63,3% da CVC. Na semana
passada, esse mesmo fundo adquiriu a rede varejista de móveis Tok & Stok.
Questionado sobre a possibilidade de ter o mesmo fundo como sócio no setor
hoteleiro, Paulus disse que não recebeu nenhuma proposta.
Fundado em 2005 para atender à CVC, o GJP
Hotéis & Resorts é 100% de propriedade do empresário, que também é
presidente do conselho de administração da CVC. O faturamento previsto para
este ano da empresa do setor hoteleiro, que tem como principal cliente a CVC, é
de R$ 100 milhões. Para 2013,
a perspectiva é atingir R$ 150 milhões.
MARCAS
Para estruturar a expansão, o grupo criou
três bandeiras para os seus hotéis, cada uma voltada para um público
específico. A marca Wish, que em inglês significa desejo, vai agrupar os
resorts de luxo cinco estrelas. O primeiro empreendimento a ser batizado com
essa bandeira será o Serrano Resort Convenções & Spa, que fica em Gramado
(RS), e o Iguassu Resort, em Foz do Iguaçu (PR).
A segunda marca será a Prodigy, que vai
reunir hotéis e resorts quatro estrelas. O primeiro empreendimento convertido
será o resort de Aracaju (SE), que a empresa assumiu há 15 dias. O grupo está
de olho no mercado da capital de Sergipe, que tem empresas como Petrobrás e a
Vale, com potencial de realizarem eventos no resort.
A terceira marca, a Linx, destina-se a hotéis
econômicos em pequenas e médias cidades. Esses hotéis terão um perfil mais
generoso do que o oferecido pelos concorrentes: quartos com 20 metros quadrados ,
café da manhã e conexão sem fio de internet inclusos no valor da diária. A
intenção do grupo é realizar a conversão de todos os hotéis em funcionamento no
novo padrão num prazo de seis meses a um ano. A maioria será convertida para a
bandeira Prodigy, que é quatro estrelas.
CLASSE C
Esse movimento contraria, de certa forma, o
foco do empresário, que teve o grande impulso no crescimento da CVC baseado na
classe C, graças ao parcelamento em prazos dilatados e prestações fixas
oferecido pela operadora de viagens.
Paulus explicou que o enfoque de classe C é
"muito discutível" no caso do turismo. "A viagem está ligada ao
sonho de se hospedar em hotéis cinco, quatro e três estrelas. Procuramos não
carimbar uma classe", disse.
Além das três marcas, Paulus terá ainda uma
quarta, a Saint Andrews. São residências exclusivas, com todas as mordomias imagináveis.
Nesse modelo, o grupo já tem um castelo com 11 apartamentos, em Gramado.
O
grupo vai centrar fogo nos destinos nacionais. "Surgiram propostas de
negócios em Bariloche, na Argentina, e em Miami e Orlando, nos Estados Unidos.
Mas, por enquanto, não temos interesse", contou o empresário. Os focos
serão as capitais e as áreas de concessão dos aeroportos. "Onde a Infraero abrir
licitação, nós vamos participar - Cumbica, Congonhas", disse, citando os
maiores aeroportos do País. No
aeroporto do Galeão, no Rio, o grupo está construindo um hotel, de bandeira
econômica, com inauguração prevista para o ano que vem.
(Fonte : Jornal O Estado de
São Paulo / imagem divulgação)
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