terça-feira, 18 de setembro de 2012

BRASIL PERDE POTENCIAL DE CRESCIMENTO APÓS EXPLOSÃO DA CRISE DE 2008


 

O Brasil deve crescer, em média, 3,5% ao ano nos próximos dez anos e perdeu seu potencial de crescimento de 4,5% ao ano, como fez antes da crise econômica estourar em 2008. É o que revelou o economista do Itaú BBA, Caio Megale, em um debate realizado nesta segunda-feira (17) pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Megale ainda afirmou que um dos principais motivos é justamente o cenário internacional desfavorável. "A demanda global está menor do que era e pode cair consideravelmente em 2013, afetando todos os países", acrescentou o economista chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Carlos Thadeu de Freitas Gomes.
Gomes também prevê ainda que a Europa pode gerar mais estabilidade no mercado e que, portanto, não há uma solução a longo prazo. A solução mais eficiente neste caso, na opinião do economista, é a desalavancagem da economia, como o FED (órgão equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos) está fazendo irrigando o sistema americano.
 
ECONOMIA BRASILEIRA
 
No Brasil, a venda de commodities agrícolas deve permanecer como um dos pontos fortes, impulsionando a economia. "A agricultura é um setor que tem dado e deve continuar a dar alegrias", garante a economista da Tendências Consultoria Integrada, Amaryllis Corrêa de Mello Romano.
Amaryllis destaca que o País não passou esses oito anos em branco. "O setor cresceu e investiu em tecnologia, estando preparado para continuar crescendo nos próximos anos. A expectativa é positiva", completa. As vendas de carne e de açúcar devem enfrentar mais dificuldades, dado que os principais mercados importadores desses produtos são países em desenvolvimento que ainda não retomaram os níveis de consumo pré-crise e a Europa.
Os papéis do Brasil no exterior também estão muito valorizados, segundo o economista e conselheiro da Fecomercio-SP, Antônio Lanzana. Contudo, para o País poder crescer, o Governo precisa trabalhar para a desindexação da economia, que alimenta a inflação.
Já o professor da FEA-SP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), Heron Carlos Esvael do Carmo, afirma que há uma dificuldade crescente em investir e promover desenvolvimento. Ele diz também que a União já não é capaz de atuar nas diversas frentes que o País precisa, já os Estados tem uma carteira de projetos bem definida. O Brasil tem condições de crescer, só falta aproveitar as oportunidades que estão batendo a porta há quase uma década.
 
(Fonte : InfoMoney / imagem divulgação)

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