O Brasil deve crescer, em média, 3,5% ao ano
nos próximos dez anos e perdeu seu potencial de crescimento de 4,5% ao ano,
como fez antes da crise econômica estourar em 2008. É o que revelou o
economista do Itaú BBA, Caio Megale, em um debate realizado nesta segunda-feira
(17) pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo).
Megale ainda afirmou que um dos principais
motivos é justamente o cenário internacional desfavorável. "A demanda
global está menor do que era e pode cair consideravelmente em 2013, afetando
todos os países", acrescentou o economista chefe da CNC (Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Carlos Thadeu de Freitas
Gomes.
Gomes também prevê ainda que a Europa pode
gerar mais estabilidade no mercado e que, portanto, não há uma solução a longo
prazo. A solução mais eficiente neste caso, na opinião do economista, é a
desalavancagem da economia, como o FED (órgão equivalente ao Banco Central dos
Estados Unidos) está fazendo irrigando o sistema americano.
ECONOMIA BRASILEIRA
No Brasil, a venda de commodities agrícolas
deve permanecer como um dos pontos fortes, impulsionando a economia. "A
agricultura é um setor que tem dado e deve continuar a dar alegrias",
garante a economista da Tendências Consultoria Integrada, Amaryllis Corrêa de
Mello Romano.
Amaryllis destaca que o País não passou esses
oito anos em branco. "O setor cresceu e investiu em tecnologia, estando
preparado para continuar crescendo nos próximos anos. A expectativa é
positiva", completa. As vendas de carne e de açúcar devem enfrentar mais
dificuldades, dado que os principais mercados importadores desses produtos são
países em desenvolvimento que ainda não retomaram os níveis de consumo pré-crise
e a Europa.
Os papéis do Brasil no exterior também estão
muito valorizados, segundo o economista e conselheiro da Fecomercio-SP, Antônio
Lanzana. Contudo, para o País poder crescer, o Governo precisa trabalhar para a
desindexação da economia, que alimenta a inflação.
Já o professor da FEA-SP (Faculdade de
Economia e Administração da Universidade de São Paulo), Heron Carlos Esvael do
Carmo, afirma que há uma dificuldade crescente em investir e promover
desenvolvimento. Ele diz também que a União já não é capaz de atuar nas
diversas frentes que o País precisa, já os Estados tem uma carteira de projetos
bem definida. O Brasil tem condições de crescer, só falta aproveitar as
oportunidades que estão batendo a porta há quase uma década.
(Fonte
: InfoMoney / imagem divulgação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário