quinta-feira, 26 de julho de 2012

COI TEME ATRASOS E COBRA INTERAÇÃO DA RIO-16 COM COPA-14



A Olimpíada do Rio-2016 tem de melhorar sua sinergia com a Copa do Mundo-2014, resolver sua questão de hospedagem e cumprir um calendário apertado de obras.
Essa é a visão do COI (Comitê Olímpico Internacional) após apresentação de relatório sobre preparativos do evento à assembleia do órgão.
Mas houve demonstração de confiança no Rio, que só recebeu um questionamento de membros do COI.
Nem por isso o comitê olímpico deixou de pedir mais pessoas que trabalharam em Jogos anteriores dentro do Rio-2016, que contratou três funcionários com experiência na operação.
A maior preocupação, no entanto, é de fato o calendário de obras. O Rio-2016 mostrou que a maioria das construções essenciais têm previsão para dezembro de 2015, seis meses antes dos Jogos.
Entre essas obras, está o Parque Olímpico, a Vila Olímpica, a revitalização do porto e a maioria dos projetos de transportes na cidade.
"O tempo de entrega é extremamente apertado", explicou a marroquina Nawal El Moutawakel, chefe da comissão do COI para 2016.
Mas o presidente do comitê organizador, Carlos Arthur Nuzman, não está preocupado. "Não são todas que acabam em 2015. E temos instalações já prontas", analisou.
Em seu relatório, a representante do COI também pediu maior interação entre responsáveis pela Olimpíada e pela Copa. Citou o Maracanã, que, além do Mundial, sediará as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos.
A equipe do comitê organizador olímpico está acompanhando as obras na arena até agora, segundo Nuzman.
"Receber a Copa é um benefício por ser uma forma de treinar times. Ao mesmo tempo, são dois grandes eventos. Irão requerer muito dinheiro. É bênção e preocupação", afirmou o diretor de esporte do COI, Christophe Dubi.
"Os eventos usarão serviços em comum, como segurança e transporte, já em planejamento", disse Nuzman.
Outra questão na mesa é o número de acomodações disponíveis do Rio, inferior ao requerido pelo comitê. Haverá um levantamento do número exato até o final do ano.
"Acomodação continua a ser um desafio", contou El Moutawakel. "O uso dos cruzeiros será bastante difícil", falou, sobre os barcos parados no porto para hospedar turistas.

ÀS VÉSPERAS DE NOVO INCENTIVO, GOVERNO COBRA MAIS PÓDIOS

Com o aval da presidente Dilma Rousseff e de olho em 2016, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, endureceu o discurso em Londres cobrando, pela segunda vez em menos de dois dias, aumento no número de medalhas do país.
A atitude de Rebelo se deve principalmente ao anúncio que Dilma fará de um novo plano de incentivo a atletas em agosto, após o fim dos Jogos. Em troca, como país-sede, ela quer cobrar metas de medalhas do COB.
"Em 2016, temos uma responsabilidade maior. Nosso desempenho em medalhas tem que ser compatível", disse ontem o ministro. "Quanto mais recursos, maiores as cobranças da sociedade."
A cobrança na chegada a Londres, iniciada com uma declaração semelhante em Brasília, é dirigida veladamente ao presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman.
Ele mantém uma relação protocolar com Dilma e Rebelo. Nuzman, por exemplo, tinha mais afinidade com o ex--ministro Orlando Silva, que saiu a pasta em 2011.
Para a cúpula do governo, incluindo Dilma, Nuzman tem, no comando do COB, as características centralizadoras que Ricardo Teixeira possuía como presidente da CBF.
É um cenário que, na avaliação interna do Palácio do Planalto, pouco contribui para o diálogo. Segundo Rebelo, o governo estima a possibilidade de conseguir 20 medalhas em Londres, contra a previsão de 15 feita pelo COB.
Dilma, Aldo e Nuzman devem se encontrar hoje na inauguração da Casa Brasil, espaço criado para promover a Olimpíada do Rio de 2016.
Não é só o Ministério do Esporte que está insatisfeito com o COB. Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avisou que pretende negociar com Nuzman o uso da palavra "olimpíada" nas "Olimpíadas do Conhecimento", promovidas pelo governo em escolas públicas.
Segundo Mercadante, entidades ligadas ao COB têm tentado criar problemas no uso da expressão sob o argumento de que só deveria ser usada em relação aos Jogos.
A ideia do governo é que as "Olimpíadas do Conhecimento" façam parte da programação dos Jogos de 2016. De 2009 até hoje, o ministério investiu quase R$ 1 bilhão.
Procurado, Nuzman não comentou as novas declarações. O cartola tem dito que não se pode vincular investimentos no esporte à conquista de medalhas olímpicas.

PAÍS GANHA ELOGIO POR AGÊNCIA ANTIDOPING

O Brasil atendeu uma exigência da Wada, entidade mundial que controla o doping no esporte, e foi alvo de elogios do COI. O governo criou a agência neste ano.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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