quinta-feira, 3 de novembro de 2011

VIAJAR DE AVIÃO NO BRASIL CUSTA MENOS


Um relatório divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em setembro aponta que entre julho de 2002 e julho de 2011 o valor do quilômetro em voos nacionais (chamado de Yield Tarifa Aérea Doméstica) teve redução de 47% no País. Segundo o estudo, o preço médio pago por quilômetro em junho deste ano foi de R$ 0,34.
Edson Funabashi, proprietário da agência Acteon, em São Paulo, cita alguns fatores que estimularam o recuo de preços. “A entrada de novas empresas como Gol, Azul e WebJet no cenário nacional estimulou a concorrência.
Tivemos também empresas de baixo custo, como Fly e BRA, operando nos céus brasileiros. Elas não operam mais atualmente, mas o preço baixo que elas praticavam também pode ter forçado as demais a operarem com valores menores”, diz.
Com a redução nos preços, viajar de avião dentro do Brasil pode ser mais barato do que fazer traslados internacionais. Considerando o dia 15 de dezembro como a data de partida, um trecho de pouco mais de mil quilômetros entre São Paulo-SP e Campo Grande-MS, custa de R$ 205 a R$ 545, dependendo da companhia aérea.
Os mesmos mil quilômetros na Argentina, que separam as cidades de Buenos Aires e Mendoza, podem sair entre R$ 323 e R$ 1316 para os brasileiros.
Voar entre Nova Iorque e Detroit, que tem exatos mil quilômetros de distância, pode custar de R$ 200 a R$ 988, e viajar na China entre Pequim e Xangai, que totaliza 1.066 quilômetros, pode sair ainda mais caro: de R$ 313 a R$ 4.066.

CUSTO-BENEFÍCIO

Funabashi diz que, ao se comparar o valor das passagens aéreas com o que é cobrado para viajar de ônibus, por exemplo, o avião compensa mais. “Se a pessoa viaja de São Paulo para Salvador, é possível encontrar passagem praticamente pelo mesmo preço, mas ir de avião é muito mais confortável”, fala. De ônibus, a viagem sai por R$ 288, de avião, é possível encontrar tarifas regulares por R$ 210.
Na opinião de Eduardo Patah, agente de viagens da Relax Viagens e Turismo, a diminuição dos preços nos voos domésticos não é suficiente para incentivar os turistas a permanecer no Brasil. “O brasileiro adora fazer compras no exterior. A alta do câmbio assustou um pouco, mas nem isso fez com que as viagens internacionais diminuíssem”, afirma.
Funabashi explica que o que influencia no preço de uma passagem de avião é, além da distância, a frequência dos voos. “Lugares que são mais requisitados tendem a ter menor preço. Como as opções de companhias aéreas para Buenos Aires, por exemplo, são fartas, sai mais em conta ir para lá do que viajar para Santiago do Chile”, diz.
Por outro lado, o excesso de procura também pode fazer o preço da passagem aumentar. “Ir para os estados Unidos está caro porque o volume de pessoas desembarcando nos aeroportos americanos é grande, assim a disponibilidade diminui”, explica o empresário.
Patah diz que, do ponto de vista cultural, é vantajoso ir para o exterior, mas em termos financeiros, não. “A pessoa conhece outros lugares, mas paga mais caro para isso.”
Comprar a passagem com antecedência pode trazer bons descontos para quem vai viajar. “As companhias aéreas ‘fatiam’ o avião em classes de tarifas e colocam os dez primeiros assentos a serem vendidos com um valor baixo. As dez poltronas colocadas à venda posteriormente já sofrem um pequeno acréscimo e assim sucessivamente”, comenta Funabashi.

(Fonte : Terra Notícias / imagem divulgação)

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