Analistas dizem que as medidas do governo ajudaram na contenção da entrada da moeda americana no país
Após as medidas tomadas pelo governo para conter o ingresso e evitar uma maior desvalorização do dólar, o saldo entre a entrada e a saída da moeda no país caiu fortemente em abril.
No mês passado, o volume de dólares que veio para o Brasil foi US$ 1,54 bilhão superior ao que deixou o país. O número leva em conta recursos para aplicações financeiras e comércio exterior.
Apesar de positivo, o saldo registrado em abril ficou bem abaixo dos resultados alcançados nos três primeiros meses do ano e foi 88% menor do que o de março.
Entre o fim daquele mês e o início de abril, o governo anunciou a cobrança de 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em empréstimos tomados por bancos e empresas no exterior.
Para economistas, a redução do saldo no mês passado se deu porque os investidores anteciparam as aplicações no primeiro trimestre, já temendo as medidas que o governo ameaçava tomar. Até março, o saldo cambial foi 46% maior do que em todo o ano de 2010.
Em abril, depois da tributação dos empréstimos externos, a conta financeira -que computa o fluxo de recursos para bolsa de valores e títulos públicos, entre outros- foi negativa em US$ 1,7 bilhão.
Para o analista da consultoria Tendências Bruno Lavieri, grande parte do que os investidores programavam aplicar no Brasil no ano já foi trazido para o país até março.
"Com isso, o pior da pressão de apreciação para o câmbio já passou. A tendência é que ele fique estável por alguns meses", afirmou.
Outra explicação para o saldo menor pode ser o aumento da aversão ao risco no mundo: "As incertezas externas fazem com que esse dinheiro busque alguns ativos (países) menos arriscados", diz o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, explicando que as intervenções do governo no mercado trazem incertezas.
(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)
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