O
levantamento também detectou distintos graus de otimismo por segmentos pesquisados.
Os empresários do setor de hotelaria são os que têm melhores perspectivas de
lucratividade durante a realização do torneio no Brasil.
Quase
70% dos entrevistados gestores ou donos de empreendimentos na área de
hotelaria, pousadas e albergues acreditam que o seu setor será um dos que mais
lucrará com a Copa. Empresários do setor de lazer (56%), alimentação (55,6%) e
transporte (38,2%) também estão otimistas, mas em menor escala.
Em
posição oposta, está o setor do comércio. O percentual dos que avaliam que o
seu segmento será um dos que menos vai lucrar (27,5%) é maior do que os que
projetam grande faturamento nas vendas (23,8%).
Na
avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os feriados
decretados em dias de jogos e o horário reduzido de funcionamento de alguns
estabelecimentos comerciais explicam, em parte, o pouco entusiasmo dos
comerciantes com a realização da Copa. Exemplo disso, é que o comércio figura
como o segmento em que mais empresários reduzirão o horário de atendimento ao
público quando as seleções estiverem em campo: 19% nas lojas de rua e 20% nas
lojas localizadas nos shopping centers. Por outro lado, a maior parte dos
empresários do ramo de transporte e lazer ampliará o horário de atendimento,
com 33% e 34% dos casos, respectivamente.
- O turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar, mas, sim, em gastar com lazer, alimentação, transporte e atrações turísticas. Por isso que os segmentos apresentam percepções diferentes quanto à realização da Copa - justifica Pellizzaro Junior.
- O turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar, mas, sim, em gastar com lazer, alimentação, transporte e atrações turísticas. Por isso que os segmentos apresentam percepções diferentes quanto à realização da Copa - justifica Pellizzaro Junior.
Quando
avaliados por cidade-sede, constata-se que os empresários mais otimistas são os
cariocas. Pelo menos 45% dos entrevistados acreditam que o volume de vendas
crescerá muito durante os jogos, enquanto que dentre os mineiros e paulistas,
apenas 8% e 5%, respectivamente, acreditam num crescimento muito elevado. Já em
Salvador, Fortaleza e Recife, o percentual de muito otimistas é de 19%, 16% e
15%, respectivamente.
Para
o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, a percepção mais favorável
por parte dos empresários cariocas pode estar relacionada ao fato de o Rio de
Janeiro ser uma cidade essencialmente turística e que, tradicionalmente, abriga
eventos de grande repercussão internacional.
-
No geral, percebemos que os entrevistados das cidades litorâneas são mais
otimistas com o crescimento das vendas, possivelmente por avaliarem que o
público da Copa vai se sentir atraído também pelas belezas naturais da região,
gastando mais tempo e dinheiro com a estadia. Tanto que o Rio de Janeiro é a
cidade que tem a maior expectativa de receber turistas estrangeiros, na opinião
de um terço dos empresários pesquisados - conclui Borges.
Seis
em cada 10 (63%) empresários entrevistados não fez e nem irá fazer modificações
ou investimentos no próprio negócio em função da Copa do Mundo. Dois em cada 10
(19%) pretendem se preparar, mas ainda não começaram e 18% já estão preparados.
O
Rio de Janeiro aparece com o mais alto percentual de empresários que não tem o
interesse em se preparar (78%), seguido por São Paulo (70%) e Brasília (67%).
Para Pellizzaro Junior, a decisão de não investir na melhoria do negócio não
significa, necessariamente, falta de interesse em lucrar com o evento.
-
Mas pode sinalizar que essas cidades, em especial, já possuem uma capacidade
instalada suficiente para suportar a demanda extra.
Já
as capitais do Nordeste, que não têm a mesma tradição em abrigar grandes
eventos internacionais, tendem a avaliar a Copa do Mundo como uma oportunidade
de crescimento e demonstram uma maior preocupação com os preparativos. Em
Fortaleza, 81% dos entrevistados afirmaram que já se prepararam ou que
pretendem se preparar para o evento, em seguida surgem Recife (72%) e Salvador
(59%).
Dentre
os que não pretendem fazer investimentos, 42% justificam a decisão pela
descrença de que haverá um aumento significativo da demanda que dispensem investimentos
em seus negócios.
A
experiência com a Copa das Confederações - evento teste da Fifa realizado ano
passado em quatro capitais brasileiras - ajudam a explicar o fato de o
empresariado estar, em boa parte, reticente em relação às oportunidades de
crescimento que a Copa do Mundo pode gerar. Em geral, 55% dos entrevistados
afirmaram que se prepararam para a competição realizada no ano passado. Porém,
para 40% dos que investiram, o retorno ficou “abaixo” ou “muito abaixo” do
esperado. Por outro lado, 44% disseram que o volume de vendas foi “dentro do
esperado” e apenas 16% avaliam que o resultado ficou “acima” das expectativas.
Dentre
os 37% de empresários que afirmam ter se preparado ou estão se preparando para
receber mais demandas durante a Copa do Mundo, percebe-se que a maior parte das
adequações está relacionada à ampliação de estoques (51%) e contratação de
funcionários (40%). Na seqüência, surgem investimentos como aumento da
variedade de produtos (39%) e treinamento de equipe (37%). Dos empresários que
estão se preparando, a maioria (36%) começou os preparativos há menos de três
meses e 30% num período entre seis meses e um ano.
No setor de comércio de rua e shopping center, o investimento mais comum é a ampliação do estoque, com 57% e 54%, respectivamente. Já a contratação de funcionários foi a opção mais citada pelos empresários do ramo de hotelaria (60%), alimentação (54%) e diversão (58%). Por fim, os empreendedores de transportes e agências de turismo têm apostado principalmente no treinamento da equipe, com 38% e 69%, dos casos.
No setor de comércio de rua e shopping center, o investimento mais comum é a ampliação do estoque, com 57% e 54%, respectivamente. Já a contratação de funcionários foi a opção mais citada pelos empresários do ramo de hotelaria (60%), alimentação (54%) e diversão (58%). Por fim, os empreendedores de transportes e agências de turismo têm apostado principalmente no treinamento da equipe, com 38% e 69%, dos casos.
Apesar
de a contratação de funcionários ser uma das mudanças mais citadas, a falta de
mão-de-obra qualificada foi a maior dificuldade encontrada pelos empresários,
citada em 35% dos casos.
Para
investir nas melhorias do próprio negócio, apenas 5% recorreram a empréstimos
em nome da empresa. A maioria (85%) dos empresários teve de utilizar capital
próprio, entre poupança, reservas pessoais e até mesmo venda de imóveis ou
outros bens de valor.
-
O alto percentual de empresário que tirou dinheiro do próprio bolso para
investir comprova que a concessão de linhas de crédito para o pequeno e médio
empresário ainda esbarra em inúmeros trâmites burocráticos, que acabam
dificultando bastante a tomada de crédito por esses empreendedores - afirma
Pellizzaro Junior.
A
pesquisa teve como objetivo avaliar as expectativas dos empresários dos setores
do comércio e prestação de serviços para a realização da Copa do Mundo de
futebol no Brasil. Para isso, ouviu-se 600 proprietários e gestores de empresas
cujo segmento de atuação tem relação direta com o evento nas sete cidades-sede
que mais receberão partidas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza). A margem de erro é de 4,00 pp.
(Fonte : Monitor Mercantil /
imagem divulgação)
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