A
presidente Dilma Rousseff minimizou ontem em Porto Alegre os atrasos em obras
de infraestrutura para a Copa do Mundo e disse que os aeroportos do país “dão
conta de sobra” para o Mundial, que começa em dois meses em 12 capitais. Dilma
citou como exemplo os terminais de Brasília e de Porto Alegre, que estão com os
projetos de ampliação atrasados em relação ao cronograma estabelecido pelo
governo:
—
Em Porto Alegre, os terminais 1 e 2 dão conta de sobra para a Copa. Não dão
conta para a população, que antes nem entrava num aeroporto e agora entra.
Estamos de olho nessa expansão de demanda. Em Brasília a mesma coisa: vamos
entregar o Píer Sul agora e dá com sobra para a Copa. Mas nós temos que
aligeirar (as ampliações) porque cada vez mais, a cada ano, mais gente usa
aeroporto e, por isso, nós temos que expandir. As obras, rigorosamente falando,
atendem a Copa, mas elas não são para a Copa. Elas são para o povo deste país.
A
presidente esteve em Porto Alegre para inaugurar uma estação de tratamento de
esgoto e para a formatura de várias turmas do Programa de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec). Na cerimônia, reclamou das críticas da oposição
aos projetos do governo, sobretudo na área social, e exaltou a situação de
“baixa vulnerabilidade” do país frente ao resto do mundo.
BC
PODE PARAR ALTA DE JUROS
Dilma
reconheceu que a alta de preços, principalmente dos alimentos, preocupa o
governo, mas atribuiu o fenômeno a efeitos climáticos no Sudeste e no Norte do
país. Em março, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) subiu para 0,92%, a maior taxa para o mês em 11 anos, superando as
previsões do governo e de agentes econômicos. A pressão veio sobretudo dos
preços de alimentos.
— Mantemos sistematicamente um olho no controle da inflação, mesmo quando, devido à seca que ocorre no Sudeste e à chuva torrencial que ocorre no Norte do Brasil, tivemos impactos em alguns produtos alimentares — disse Dilma. — Mas é importante olhar, primeiro, que isso é momentâneo e, segundo, que tem produtos que, enquanto alguns sobem, outros caem. Nós controlamos a inflação sistematicamente.
— Mantemos sistematicamente um olho no controle da inflação, mesmo quando, devido à seca que ocorre no Sudeste e à chuva torrencial que ocorre no Norte do Brasil, tivemos impactos em alguns produtos alimentares — disse Dilma. — Mas é importante olhar, primeiro, que isso é momentâneo e, segundo, que tem produtos que, enquanto alguns sobem, outros caem. Nós controlamos a inflação sistematicamente.
Já
o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou ontem, em
entrevista ao jornal “Wall Street Journal”, que apesar da alta da inflação, a
autoridade monetária poderá interromper o ciclo de elevação da taxa básica de
juros — a Selic. Indagado se uma pausa nas elevações poderia ocorrer na próxima
reunião, ele disse: "é uma possibilidade".
“Vamos
ver. Temos quase dois meses até a próxima reunião, que será no fim de maio”,
disse o presidente do BC.
Desde
abril do ano passado, a autoridade monetária já elevou a taxa básica de juros
nove vezes consecutivas. Após a mais recente alta, na semana passada, a Selic
chegou aos 11% ao ano.
Dilma
voltou a defender as medidas de combate à crise e disse que o governo jamais
enfrentou as dificuldades econômicas “às custas do trabalhador ou do
empreendedor”. A presidente lembrou que reduziu impostos, especialmente sobre a
folha de pagamentos das empresas, e sustentou uma política de investimentos e
expansão da infraestrutura porque isso “era absolutamente necessário”.
Dilma
exemplificou dizendo que não é possível criticar a situação da saúde pública do
país e, ao mesmo tempo, os investimentos em saneamento que estão sendo feitos
pela União, que somam mais de R$ 30 bilhões.
“As obras, rigorosamente falando, atendem a Copa, mas elas não são para a Copa. Elas são para o povo deste país”
Dilma Rousseff
(Fonte : Jornal O Globo)
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