terça-feira, 15 de abril de 2014

GOVERNO LIBERA MAIS VOOS EM CONGONHAS


 

O governo deve fixar, nos próximos dias, novas regras para o uso das pistas de Congonhas. A mudança deverá permitir a entrada da Azul e o reforço das operações da Avianca em um dos aeroportos mais nobres do país. Auxiliares da presidente Dilma Rousseff trabalham com a perspectiva de fazer o anúncio ainda nesta semana.
Uma das principais alterações é o aumento dos pousos e decolagens na pista principal de Congonhas. Hoje o limite é de 30 movimentos por hora para as empresas aéreas. Esse limite aumentará - serão provavelmente dois voos a mais. Apenas companhias que não atuam hoje no aeroporto poderão se candidatar ao uso das autorizações adicionais para pousos e decolagens - os "slots".
Uma exceção deverá ser aberta à Avianca porque ela detém menos de 5% das operações atuais de Congonhas. A Azul só opera no aeroporto aos sábados. Todas as mudanças serão implementadas somente após a Copa do Mundo, já que foi até organizada uma malha aérea especial para o evento.
Não haverá redução dos voos permitidos para a aviação geral, o que traz alívio a empresas de táxi aéreo e donos de jatinhos. TAM e Gol, ao contrário do que se imaginava inicialmente, não vão sair perdendo em um primeiro momento. Mais à frente, porém, seus slots podem ficar sob risco. É que, paralelamente, a Secretaria de Aviação Civil e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pretende fechar o cerco a cancelamentos e atrasos de voos. Hoje, para preservar seus voos, as aéreas precisam comprovar que 80% dos voos programados são efetivamente realizados. Esse é o chamado índice de regularidade.
Com o aperto de regras, essa exigência deverá subir para 90%. Ou seja, a cada dez voos, só um poderia ser cancelado. Além disso, será necessário alcançar uma marca mínima de 80% de pontualidade dos voos. Caso esses percentuais não sejam atingidos, a empresa perde o direito sobre aquele horário de pouso ou decolagem.
As normas definitivas sobre o uso de Congonhas também vão contemplar, na redistribuição dos slots, quantos voos regionais as companhias fazem. Não importa se são voos para a capital paulista ou não. O que será observado é a malha completa das empresas. Se elas têm mais voos regionais na sua malha, ganham pontos na redistribuição final de espaços que ocorrerá periodicamente em Congonhas.
O aumento de voos na pista principal de Congonhas não chega perto os 48 movimentos por hora - incluindo a pista auxiliar - que havia até o acidente com o Airbus A320 da TAM, em julho de 2007, que matou 199 pessoas. Na década de 1980, o aeroporto chegou a ter quase 60 operações (pousos e decolagens) por hora.

 

(Fonte : Jornal Valor Econômico / imagem divulgação)

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