terça-feira, 11 de dezembro de 2012

NA CONTRAMÃO DO SETOR, AVIANCA PRETENDE AMPLIAR OFERTA NO BRASIL EM 30% EM 2013


Ela deu os primeiros passos na aviação há 14 anos, como uma pequena empresa de táxi aéreo. Tinha, na época, apenas dois aviões turbohélices que seus controladores - os irmãos Eframovich - receberam como parte de pagamento de uma dívida. De lá para cá, entrou na aviação regular, mudou de nome - de Ocean Air para Avianca - e está prestes a ter um braço na Europa, com a aquisição da portuguesa TAP. Não bastasse a ofensiva no exterior, pretende crescer no Brasil também. Na contramão do setor, planeja ampliar em 30% a oferta de assentos no mercado doméstico em 2013.
É assim que a Avianca Brasil pretende chegar ao equilíbrio financeiro, após cinco anos de reestruturação. Segundo seu presidente, José Eframovich, a maior oferta de assentos será possível com a renovação da frota. Todos os 14 aviões modelo Foker MK 28, que têm cem lugares, serão vendidos em até um ano e meio. E novas aeronaves da fabricante Airbus, com capacidade para 120 passageiros, serão adquiridas. O tamanho da frota, porém, será mantido em 34 unidades. Em 2013, a empresa também deverá voar para mais duas cidades, que se somarão aos 22 destinos atuais.
- Vemos espaço para crescer, pois oferecemos um produto diferenciado. Finalmente, devemos chegar ao equilíbrio este ano. Estamos num momento diferente das demais empresas do setor - disse Eframovich.
Com a união da TAM com a chilena LAN, a fusão da Azul com a Trip e a compra da Webjet pela Gol, a Avianca se tornou uma nanica, com cerca de 6% do mercado. Mas é a empresa que mais cresce. Em outubro, registrou avanço de quase 60% em relação a igual mês de 2011, segundo os últimos dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O segredo por trás da estratégia de negócios, revela Eframovich, é um misto de taxa de ocupação elevada e um upgrade no produto. Os aviões da Avianca decolam com mais de 80% dos assentos ocupados. A média da indústria é de pouco mais de 70%.
O diferencial da Avianca também está no conforto. A empresa é a única no Brasil que exibe selo A em todas as aeronaves. O selo é emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e varia, de A a E, de acordo com a distância entre as poltronas. Como o espaço entre os assentos é igual em qualquer fileira, a Avianca não cobra nada a mais pelos lugares próximos à porta de emergência, por exemplo. Ao contrário das concorrentes, que veem na cobrança adicional pelo conforto uma fonte alternativa de receita, num ano em que acumulam prejuízos bilionários. A aérea tampouco cobra ou pretende cobrar por itens extras oferecidos no serviço de bordo, como faz a Gol.

PRESENÇA NA EUROPA

A expansão no mercado brasileiro faz parte da estratégia de crescimento na aviação do grupo Synergy, controlador da Avianca Brasil e da Avianca Internacional. Esta última compreende a colombiana Avianca - da qual o grupo tem 60% - e outras sete subsidiárias do setor que atuam com força nas Américas. Se comprar a TAP, reforça a presença também na Europa. Hoje, há voos só para a Espanha. Uma proposta, de cerca de ¬ 1 bilhão segundo a imprensa portuguesa, foi feita sexta-feira passada. O governo português vai se manifestar sobre a oferta ainda este mês. (Danielle Nogueira)

(Fonte : Jornal O Globo)

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