segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

INCUBADORA INVESTE NA BUSCA DE PRODUTOS PARA A COPA DO MUNDO


Diante dos problemas que a cidade enfrenta para receber turistas, novas empresas da incubadora C.A.I.S. do Porto desenvolvem soluções tecnológicas que podem virar produtos lucrativos na Copa do Mundo de 2014.
Entre os projetos, estão a criação de aplicativos para localização de atrações turísticas e empresas, criação de páginas de eventos e venda de ingressos pela internet, soluções para reserva em restaurantes e até uma rede social para fãs de futebol.
A incubadora faz parte do Porto Digital do Recife, polo tecnológico com cerca de 200 empresas criado em 2000 a partir da articulação de Estado, universidades e iniciativa privada.
Vitor Andrade, coordenador de incubação do Porto Digital, diz que desde 2010 a C.A.I.S. do Porto já busca em seus editais empresas com soluções para eventos. Para ele, a Copa do Mundo será uma chance de resolver problemas que já existem: "A Copa cria um senso de urgência para resolver as coisas".
Hoje são 17 empresas em incubação com acesso a consultoria por 18 meses.
Para conhecer as demandas do turismo na cidade, o Sebrae de Pernambuco realizou pesquisas com consultores e profissionais da área e elencou problemas que precisavam de soluções, conta o analista técnico do Sebrae-PE, Péricles Negromonte.
Os resultados foram mostrados para empresários da área de TI. Depois foi feita uma reunião entre profissionais de informática e turismo para colocar ideias em ação.
Ao participar desses encontros, os empresários da incubadora se mostraram interessados: "Foram os mais animados. Quando você é novo é mais fácil ter boas ideias", diz.

CRIAÇÕES

Para facilitar a vinda do turista que precisa de informação, a equipe da Cicerone desenvolve um aplicativo que possibilita que ele tenha informações sobre pontos turísticos próximos. Para isso, soa um alarme sonoro em seu smartphone quando chega a um local cadastrado.
A equipe formada por Ingo Porto, 34, João Vitor Xavier, 20, e Rudrigo Lima, 30, pretende adicionar mais tarde ferramentas como possibilidade de votar nos melhores pontos turísticos e montar roteiros de visitas.
Ligado mais diretamente ao futebol, o torcedor do Santa Cruz, Arthur Alvim, 24, está no time que desenvolve a Goow, plataforma virtual para encontro entre torcedores, clubes e patrocinadores.
Ele planeja que o site ofereça atividades como compra de ingressos, transmissão de jogos, venda e divulgação de produtos e criação de páginas de clubes.
"Vimos que em Pernambuco o campeonato local teve o melhor público nos campeonatos estaduais. O Facebook não expressa bem isso."

EMPRESAS DE TURISMO BUSCAM CRESCER ANTES DO EVENTO

Com quartos temáticos, cada um deles dedicado a um grande time de São Paulo, e decoração feita com camisas, recortes de jornais e bandeiras relacionados a futebol, a rede de hostels Gol Backpackers surgiu em 2010 para suprir uma carência na oferta de hospedagem identificada por Alan Nicoliche, 32, ex-professor de português e sócio da rede.
Ele conta que os quartos coletivos, com espaço para quatro, seis ou oito pessoas, costumam ter a ocupação dividida entre estrangeiros e brasileiros na unidade de São Paulo. Já na segunda unidade, em Manaus, 90% são estrangeiros, diz.
Segundo Nicoliche, a Copa do mundo já era percebida como oportunidade quando abriram o negócio. Agora, sua intenção é atingir o maior número de cidades-sede até o início dos jogos.
Se espalhar por onde os jogos vão passar em 2014 também é o objetivo de Kyu Shim, 27, um dos sócios do Pub Crawl SP, que trouxe modelo de eventos para São Paulo ao constatar que o perfil do visitante que vem para a cidade estava mudando de um turismo de negócios para algo mais ligado ao público jovem.
"Até 2008, os guias de viagem internacional falavam de São Paulo como uma cidade feia. Agora isso está mudando. Já falam de nossa parte cultural, restaurantes."
O serviço oferecido pela empresa, que tem entre os estrangeiros metade de seu público, é a realização de um tour por bares e baladas paulistanas com 80 pessoas.
Com uma filial em Porto Alegre, atualmente desativada, Shim planeja oferecer novos serviços a partir de 2013, com atividades culturais e gastronômicas.
"Queremos atender bem quem vier assistir à Copa. Dificilmente eles virão só para assistir aos jogos."

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

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