segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

IATA PEDE PARA SE ABORDAR COM RIGOR CONSTRUÇÃO DE 800 AEROPORTOS NO BRASIL


O executivo-chefe da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Tony Tyler, pediu na última quinta-feira para se abordar com rigor e de maneira adequada o projeto de construção de 800 novos aeroportos em todo o Brasil, anunciado na terça-feira pela presidente Dilma Roussef.
"Oitocentos aeroportos parecem muitos, não?", perguntou à imprensa Tyler, advertindo que o problema de construir muitos aeroportos sem uma colocação adequada pode derivar "em infraestruturas vazias, como aconteceu com a Espanha".
O executivo-chefe da Iata disse que "certamente é necessário investir em infraestruturas em um país", mas assinalou que é cedo demais para se pronunciar sobre o plano do governo brasileiro "porque não conhecemos o plano concreto de investimentos".
"Falando em caráter geral, acolhemos de maneira positiva os projetos de melhora de infraestruturas e de aeroportos (...), mas é preciso um processo adequado de consultas", ressaltou.
Tyler se referiu ao Brasil e ao processo de privatização de aeroportos, cuja licitação inicial de três instalações "gerou US$ 14 bilhões de receita para o governo, cinco vezes mais do que a oferta mínima inicial".
"Certamente, o fato de que os investidores privados vejam possibilidades de fazer um bom negócio, no qual se oferece cinco vezes mais do que o governo espera pela franquia dos aeroportos envolvidos, é um elemento de preocupação", disse.
Tyler expressou seu desejo de que o segundo processo de privatizações anunciado pelo governo "seja feito com mais cuidado", que haja "um maior grau de regulação", que se faça "com maior transparência" e que "a receita obtida seja reinvestida na indústria e que não saiam da indústria".
"Concretamente, queremos ver que sejam estabelecidos contatos para consultar as companhias aéreas e que participem das decisões, para poder gastar melhor o dinheiro obtido nestas operações", acrescentou.
Tyler insistiu em que "os aeroportos deveriam ser rentáveis", mas que "é importante que os governos garantam que as privatizações sejam bem reguladas".
"A longo prazo, o aeroporto é uma peça crítica na infraestrutura de um país. A receita fiscal gerada pela atividade econômica relacionada com a conectividade propiciada pela aviação civil supera em muito os lucros a curto prazo de uma privatização equivocada", finalizou.

(Fonte : EFE / imagem divulgação)

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