segunda-feira, 5 de novembro de 2012

OCUPAÇÃO DE AVIÕES É A MAIS ALTA EM 12 ANOS


Em busca de rentabilidade, empresas diminuem oferta e aumentam taxas de ocupação, mas TAM se sai melhor que a Gol, com expansão da demanda em setembro
Ao dar prioridade à rentabilidade, em busca do melhor equilíbrio entre oferta e demanda, TAM e Gol, aumentam as taxas de ocupação dos aviões. A performance das duas maiores companhias aéreas do país ajudou o setor a registrar taxa média de 75,57% nos voos domésticos e de 82,80% nos voos internacionais em setembro - as maiores taxas para o mês desde 2000, início da série histórica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A taxa média de ocupação dos aviões da TAM, em setembro, ficou em 78%, um aumento de 13,59 pontos percentuais ante o mesmo período do ano passado. Na Gol, o aproveitamento das aeronaves foi de 73,31%, uma expansão de 3,4 pontos percentuais.
"Com esses números, com certeza a TAM está registrando os melhores resultados na disputa pelos passageiros. A Gol pode estar sofrendo um impacto de competitividade", diz o especialista em aviação da Coppe/UFRJ, professor Elton Fernandes.
A busca por rentabilidade também afeta a capacidade das companhias aéreas brasileiras em voos internacionais. Na média do setor, o recuo de oferta é de 2,12% de janeiro a setembro, na comparação anual. Apenas em setembro, a oferta de assentos teve redução de 2,66%.
A taxa média de ocupação dos aviões em voos ao exterior, levando-se em conta apenas setembro, é de 82,80%, a melhor performance desse indicador para o período desde 2000.
Os dados da Anac para setembro também mostraram efeitos distintos nas duas maiores aéreas do país, no que se refere à participação de mercado - enquanto a TAM aumentou sua fatia, a Gol viu a sua encolher.
Considerando-se apenas a Gol, a participação encolheu 5,34 pontos percentuais, para 33,55%, ante setembro de 2011. É também a menor fatia da companhia desde junho de 2006, quando a Gol, com cinco anos de atividade até então, ultrapassava pela primeira vez a barreira dos 30%, para 35,05%.
"Se a Gol continuar caindo, o que a gente poderá observar é uma substituição do segundo maior competidor no mercado", acrescenta Fernandes.
Na TAM, a fatia de 40,81% no mercado doméstico no mês passado representou um ganho de 2,55 pontos percentuais ante os 38,26% de igual mês de 2011. Este último foi o desempenho mais fraco da TAM em participação de mercado para um mês de setembro.
As participações somadas das duas no mercado doméstico, de 74,36% - a TAM com 40,81% e a Gol, 33,55% - é a menor para esse mês desde 2006, segundo a Anac, que fornece esse tipo de dado em seu site a partir de 2006. Há seis anos, a fatia combinada das duas rivais era de 87,87% (ou 51,69% para TAM e 36,18% para Gol).
A demanda doméstica da Gol recuou 7,15% e a da TAM teve expansão de 14,83% no mês passado, nas comparações anuais. A oferta de assentos das duas encolheram 11,46% e 5,17%, respectivamente. O setor teve crescimento médio de fluxo de passageiros de 7,65%, com redução de 2,13% na oferta.
Segundo a Anac, a demanda combinada de Gol e TAM mostrou crescimento de 3,84% em setembro, ante igual mês de 2011. Juntas, Avianca, Azul e Trip (estas duas últimas em processo de fusão) mostraram crescimento de 33,7%, na mesma base de comparação.

(Fonte : Jornal Valor Econômico / imagem divulgação)

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