Três meses após mudança das regras para ingresso de brasileiros na Espanha, o número de nacionais barrados no país europeu caiu drasticamente, segundo dados divulgados pelo embaixador espanhol no Brasil, Manuel de la Cámara.
De acordo com ele, 415 brasileiros foram barrados neste ano até o mês passado. Em 2011, foram 1.402. Em 2007, auge da crise entre os países, o total chegou a 3.013.
Em junho, a Espanha mudou os critérios exigidos para ingresso em seu território. A mudança veio quatro meses após o Brasil endurecer as regras para entrada de espanhóis, exigindo os mesmos documentos pedidos para brasileiros no país europeu.
Se a entrada de brasileiros lá não é mais motivo de dor de cabeça, o mesmo não pode ser dito sobre o ingresso de profissionais espanhóis aqui. O diplomata afirmou que jovens espanhóis qualificados vêm encontrando dificuldade para obter vistos para trabalhar no Brasil.
"Nós queremos discutir com o governo brasileiro a possibilidade de facilitar a obtenção de vistos", afirmou. Ele ressaltou ainda a dificuldade para o reconhecimento das titulações dos profissionais espanhóis no país.
A estimativa é a de que o desemprego atinja atualmente 25% dos espanhóis -o país registrou em 2011 um êxodo de 117,5 mil cidadãos.
O tema pode ser tratado entre os dois países em encontro bilateral, durante a 22ª cúpula ibero-americana, no próximo mês, em Cádiz.
"O visto no Brasil é bastante complicado, toma muito tempo e é caro. Isso traz dificuldades para o jovem", diz.
A dificuldade para a atuação de estrangeiros no Brasil foi levantada também por Portugal. No mês passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, cobrou acesso ao mercado brasileiro de profissionais portugueses, sobretudo engenheiros.
CERVANTES
A crise econômica na Espanha afetou não apenas o cenário interno, com aumento dos índices de desemprego, como também o externo.
O país deve fechar unidades do Instituto Cervantes, cuja função é promover a língua e a cultura espanhola no exterior. Até duas das oito unidades do instituto no Brasil poderão ser fechadas.
(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)
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