quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CONCESSÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS VAI GIRAR R$133 BI


Com o objetivo de dar mais fôlego para a economia brasileira, o governo anunciou nesta quarta-feira um pacote de concessões de ferrovias e rodovias no valor de 133 bilhões de reais, o maior já feito no país.
Desse total, 91 bilhões de reais serão destinados para ferrovias e o restante, de 42 bilhões de reais, para rodovias.
Ao todo, o "Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias" prevê que serão colocados para a iniciativa privada 10 mil quilômetros em ferrovias, por meio de 12 lotes, e 7,5 mil quilômetros em rodovias, com 9 lotes. Nos primeiros cinco anos, esses projetos vão absorver 79,5 bilhões de reais.
"Temos que avançar para nova etapa que significa restabelecer a capacidade de planejamento integrado do sistema de transporte, fazendo com que haja integração dos modais rodoviário, ferroviário, de portos e aeroportos", afirmou o ministro dos Transportes, Paulo Passos, ao apresentar o plano em cerimônia com as presenças da presidente Dilma Rousseff, ministros e empresários.
Os leilões nas rodovias já começam esse ano. A expectativa do governo é licitar em dezembro deste ano o trecho mineiro da BR 116 e, em janeiro de 2013, a ligação de Brasília (DF) a Juiz de Fora (MG) pela BR 040.
Para os outros sete trechos de rodovias a serem concedidos pelo governo, a previsão é publicar o edital em março do ano que vem e fazer o leilão em abril de 2013.
Para as ferrovias, a proposta do governo é fazer Parceiras Público Privadas (PPPs) em 12 trechos de ferrovias, como o Ferroanel de São Paulo.
A estatal Valec vai comprar a capacidade de transporte e vai vende-la aos interessados.

EMPRESÁRIOS ELOGIAM, MAS DIZEM QUE CONCESSÕES AINDA SÃO INSUFICIENTES

As concessões de rodovias e ferrovias a serem apresentadas pelo governo nesta quarta-feira terão demanda, mas empresários presentes ao anúncio do pacote consideram que as medidas ainda são insuficientes para suprir as necessidades do país com infraestrutura.
Eike Batista, presidente do grupo EBX, elogiou a iniciativa do Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias, dizendo que vai atrair investimento privado, inclusive internacional. "Quando você entrega para a iniciativa privada os investimentos saem mais rápidos", disse.
Mas o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, embora tenha saudado o programa, avaliou que ele ainda é insuficiente.
"O Brasil precisa de 1,5 por cento do PIB em logística, hoje é de cerca de 0,74 por cento", disse Godoy, acrescentando que as concessões não serão suficientes para chegar ao patamar necessário.
Para Eike Batista, em dinheiro, seriam necessários 300 bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura. "Nosso produtos são os melhores, mas ficam mais caros para exportar por causa da infraestrutura", afirmou o empresário do grupo EBX, acrescentando que não tem interesse nos projetos de rodovias e ferrovias.
Já o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, previu um grande interesse do setor no plano de concessão.

(Fonte : Reuters)

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