segunda-feira, 6 de junho de 2011

DOCE LUXO


Expansão do mercado de luxo no Brasil alavanca venda de produtos gourmet e coloca o País na rota da gastronomia mundial

O crescimento vigoroso da economia brasileira tem um novo protagonista: o mercado de luxo. O País, que ficou à margem das nações desenvolvidas durante décadas, se tornou o novo queridinho das empresas que atuam com o que há de melhor.
No ano passado, a América Latina apresentou um crescimento de 12% no setor de luxo. Porém, o grande destaque ficou para o mercado brasileiro, que chegou a crescer 24%. Os especialistas garantem que o Brasil é visto como um mercado especial e promissor.
O setor faturou US$ 8,9 bilhões em 2010, o equivalente a cerca de R$ 15,7 bilhões. Para 2011, a projeção é de que as vendas de produtos e serviços de luxo cheguem a US$ 11,9 bilhões por aqui, o que representaria uma expansão de 33% comparada a 2010.
Para o presidente da MCF Consultoria, Carlos Ferreirinha, a gastronomia nacional é uma das áreas das que mais se destacam. “A alta gastronomia supera as expectativas e cresce a ritmo vigoroso em toda a América Latina. Em 2010, algumas empresas apresentaram surpreendentes taxas de crescimento de 35%”, afirma.
Robert Harrison, diretor de vendas internacionais da suíça Barry Callebaut, maior fabricante de chocolates do mundo, concorda. A empresa trouxe mais de cem chocolatiers de várias nacionalidades para conhecer fazendas de cacau em Ilhéus, na Bahia, e a produção de chocolate brasileira. É a primeira vez que o encontro bienal acontece fora da Europa.
“Visitar um país produtor de cacau era um desejo antigo dos chocolatiers. Para a maioria, foi a primeira vez que viram um cacau in natura”, afirmou Harrison.
Durante três dias, a produção brasileira de cacau foi apresentada aos chefs e consultores técnicos em palestras e visitas às plantações e também à fábrica da Barry Callebaut em Ilhéus – do cultivo até o beneficiamento do cacau em produtos semi-acabados na fábrica local.
O mercado de chocolate gourmet cresce acima da media do setor. Na última Páscoa, o reajuste médio dos ovos de chocolate foi de 7,5%, enquanto que o aumento nas linhas Premium chegou a 20%. Essa é a lógica do segmento: volumes baixos, margens altas.
Para o encerramento do encontro, os chefs Flavio Federico e Rodrigo Oliveira, conhecidos por trabalharem preferencialmente com produtos brasileiros, demonstram receitas exclusivas que misturavam frutas, cachaça e especiarias 100% nacionais ao chocolate. Sementes de Umbuarana e de Cumuaru, além de rapadura e frutas como Araticum, Cambuci e Butiá compuseram alguns dos doces.

(Fonte : Revista Isto É Dinheiro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário