terça-feira, 14 de junho de 2011

AMÉRICA LATINA É SAÍDA PARA CRESCIMENTO


Carlos Slim, o magnata mexicano das telecomunicações e o homem mais rico do mundo, pretende aumentar seus investimentos na América Latina para se beneficiar do custo mais baixo da tecnologia e do aumento do poder de compra na região, antes de considerar uma investida em outros mercados.
Em entrevista concedida ao "Financial Times", Slim, o acionista controlador da América Móvil (dona da Claro no Brasil), a maior empresa de telecomunicações da região, disse: "O terreno fértil é a América Latina(...). Dentro de 10 ou 15 anos, a região vai romper a barreira do subdesenvolvimento e formar um grande contingente de classe média, por isso temos de investir, e investir pesado."
Slim, que em 2007 lançou uma oferta pela compra da Telecom Italia, mas perdeu para a espanhola Telefónica, disse que quer gerar mais produtos ligados a dados de internet e de vídeo em seus mercados de origem, onde a Telmex (controladora da Embratel) soma mais de 275 milhões de assinantes.
"Questionar se alguém deveria decidir investir mais em mercados desenvolvidos ou nos emergentes é uma discussão estéril", disse ele. "O que conta mais é se há oportunidades de crescimento, nem tanto em número de clientes, mas sim nos aplicativos que eles usam."
Slim, que descreveu o iPad da Apple e outros tablets como "fantásticos", se concentra primordialmente na faixa mais popular do mercado, e abriu o caminho para o alto volume de uso dos celulares pré-pagos.
Mas, segundo ele, as melhores oportunidades estão na combinação entre o aumento do poder de compra das famílias latino-americanas e o crescente barateamento da tecnologia, como a dos smartphones, tablets, aplicativos e do conteúdo. O executivo disse acreditar que o uso dos tablets se tornará generalizado "à medida que os volumes subirem e os preços caírem".
A expansão do interesse de Slim por oferecer internet e conteúdo de internet - no ano passado ele se tornou o segundo maior acionista do jornal "The New York Times" - ocorre no momento em que suas tentativas de introduzir a TV paga em seu principal mercado, o mexicano, foram frustradas pelos órgãos reguladores.
Slim tacitamente engrossou o crescente coro dos destacados dirigentes empresariais que acreditam que a política para o problema das drogas na região não está funcionando e que preconizam sua reformulação radical.
O combate ao crime organizado exige "um enfoque multinacional", disse ele.
Cerca de 40 mil pessoas morreram no México em consequência de episódios de violência ligados ao tráfico de drogas desde que o presidente de centro-direita Felipe Calderón lançou uma ofensiva intensa contra o crime organizado, em dezembro de 2006.

(Fonte : Financial Times, da Cidade do México / imagem divulgação )

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