segunda-feira, 4 de abril de 2011

PACOTE TURÍSTICO VIRA NOVO FOCO DO MAGAZINE LUIZA NO VAREJO


Com um tíquete médio de R$ 484 e um crescimento de até 30% mantido há 10 anos, a rede varejista Magazine Luiza sai de Franca, no interior de São Paulo, onde foi criada, para agora levar seus clientes da classe emergente a viajarem pela primeira vez de avião, por meio do Luiza Viagens, o novo braço do grupo, inaugurado recentemente em parceria com a empresa Azul Linhas Aéreas. A rede segue os passos da Casas Bahia, do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que há pouco tempo fechou semelhante acordo de vendas com líder aérea TAM, e agora instalam quiosques em periferias de São Paulo para vender passagens ao público C e D. Segundo a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, o intuito da rede é abocanhar parte dos 11 milhões de brasileiros previstos para começar a viajar de avião no País, segundo pesquisa realizada pelo Data Popular. "Hoje o nosso pacote é diferenciado, pois ele foi montado para a classe que não sabe nem o que é check in ou check out. No nosso avião é falado a mesma língua do povo", explicou a presidente, em evento realizado no WTC, na capital paulista. Apesar dessa movimentação de olho no aumento do turismo brasileiro, há quem tenha tirado o time de campo, e deixado de atuar na área de viagens. A rede supermercadista Carrefour vendeu suas lojas próprias de pacotes do setor para a CVC , líder nesse mercado. Por outro lado, o Carrefour anunciou sua entrada no ramo imobiliário, pois o objetivo é o de aproveitar a base de 114 hipermercados da rede no País para que em parceria com construtoras, além de erguer edifícios comerciais ou shopping centers no mesmo espaço. Ainda que a movimentação pela venda de pacotes e passagens aéreas esteja forte no varejo, os planos do Magazine Luiza são mais amplos, com o objetivo de atuar em diversas vertentes, a empresa não descarta entrar ao mesmo tempo no Rio de Janeiro e Espírito Santo, com aquisições. "Não podemos chegar no Rio com duas, três lojas. Tem de chegar com uma força", disse Luiza, ao lembrar que quando veio para São Paulo apostou na abertura de 50 lojas ao mesmo. Ela afirmou que hoje, o segundo mercado mais importante da rede é a região sul.

Fidelização

Para manter os seus clientes fiéis, a rede investe no tradicional "Dia de Ouro", evento realizado deste 2005 e voltado aos consumidores mais fiéis, os Clientes Ouro. São ofertas diferenciadas, com condições de pagamento exclusivas. 401 lojas participam, sendo sete delas pela primeira vez este ano. Além das facilidades de pagamento proporcionadas pelo Cartão Luiza Ouro, somente nesses dias os usuários dessa modalidade de crédito contam ainda com o parcelamento de qualquer produto da loja, em até 10 vezes, sem juros no Cartão Luiza. No âmbito dos negócios em si, as medidas anunciadas pelo governo no final do ano passado, que visam conter o ritmo do consumo e a concessão de crédito, não devem comprometer a expectativa de compras das classes C e D no Brasil ao longo de 2011, segundo Luiza Helena. "Notamos que o nível de endividamento não vem aumentando, e o consumo continua em um ritmo estável, o que contribui para um cenário positivo para o varejo neste ano", afirmou ela. A avaliação de Luiza é que as ações do governo devem comprometer, em um primeiro momento, gastos com bens de maior valor, como imóveis e veículos, refletindo de forma pouco expressiva na compra de eletrodomésticos e eletrônicos. Ela ainda afirma que a questão de preço não é o principal desafio das empresas e que o atendimento com qualidade e velocidade são os grandes desafios das empresas varejistas do Brasil. "As únicas duas coisas que vão diferenciar uma empresa da outra são inovação e atendimento. Preço passou a ser commodity", afirmou. Segundo Luiza atualmente o cliente quer mais que um preço ele precisa de segurança.

Balanço

No ano passado, a companhia teve um lucro de R$ 68,8 milhões, ante um prejuízo de R$ 92,7 milhões em 2009 e perdas de R$ 76,6 milhões em 2008. A receita líquida totalizou R$ 4,808 bilhões em 2010, em um crescimento de 43% sobre o resultado de 2009. O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês (Ebtida) foi R$ 319 milhões no ano passado, ante R$ 64,6 milhões no exercício anterior. A rede de lojas atingiu 604 unidades em dezembro de 2010, ante 455 em 2009. Em fevereiro deste ano a empresa apresentou um pedido de lançar ações na Bovespa, e ainda os recursos levantados com a oferta de ações (IPO) devem ser dirigidos para abertura de lojas, aquisições, investimentos em reformas de lojas e reforço do capital de giro. Lojas Americanas, Submarino, Lojas Renner e Marisa são outras empresas do setor varejista que já possuem ações negociadas na Bolsa.

(Fonte : DCI)

Nenhum comentário:

Postar um comentário