segunda-feira, 4 de abril de 2011

O NEGÓCIO DO VISTO


Em São Paulo, mercado informal de despachantes cresce ao redor do Consulado dos EUA em resposta à alta demanda pelo endosso

Às 9h20, após vencer uma fila de cerca de 200 metros, Nataniel dos Anjos, 23, é barrado na porta do consulado. Sem o papel que comprova o agendamento de sua entrevista, o assistente administrativo nem bem consegue expressar sua aflição por estar com a documentação incompleta quando é "socorrido" por um olheiro. Após ser levado para um dos despachantes, Nataniel volta à fila com olhar de alívio, mas com R$ 15 a menos no bolso. Esse foi o valor pago para acessar seu e-mail e imprimir o papel que faltava. "É um assalto. Mas a gente vai fazer o quê?" O mercado de serviços de despachantes que se consolidou no entorno do Consulado dos Estados Unidos em SP é uma aula de capitalismo. Selvagem, diga-se.

Durante as cinco horas em que a Folha acompanhou a fila em frente ao consulado, foi possível notar que o problema mais comum era a falta do papel do agendamento. O engano ocorria porque, ao fazer o agendamento, o solicitante recebia e-mail informando a necessidade de anotar o número do protocolo ou imprimir o documento. Emma Marwood, vice-consulesa do setor de vistos, afirma que a falha foi corrigida e hoje as pessoas são informadas sobre a obrigatoriedade do papel. "Mas como há muita demanda pelo visto e a espera pode chegar a cem dias, ainda haverá pessoas com a informação antiga."

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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