quinta-feira, 17 de março de 2011

HOTÉIS EM SÃO PAULO TÊM QUASE 100% DE OCUPAÇÃO


Mesmo a sete meses do início da temporada mais aquecida para a hotelaria em São Paulo (concentrada entre outubro e novembro, meses de realização do Salão do Automóvel e do Grande Prêmio de Fórmula 1), as vagas para hospedagem na cidade já estão em falta. O Carnaval, que já acabou, tem relação direta com esse fenômeno.
O iG consultou nesta quarta-feira 16 diferentes hotéis, de categorias diversas e em todas as regiões da cidade, e obteve a mesma resposta de todos eles: não há vagas disponíveis. Tampouco surgem vagas nas buscas feitas em portais de oferta de hospedagem. No Decolar, por exemplo, há apenas um quarto na cidade para abrigar um hóspede adulto entre quarta e sexta-feira - e com diária de R$ 1,7 mil.
O aperto na oferta registrado nessas buscas dá um retrato do que se tem verificado em parte significativa dos 420 estabelecimentos do setor na maior metrópole da América do Sul. Esses 420 hotéis têm 42 mil apartamentos, cada um com média de 2,3 camas. É, portanto, uma oferta apertada de leitos em um contingente de quase 100 mil vagas.
Ao contrário do que ocorre em balneários litorâneos, que aguardam com ansiedade o início da temporada de verão para que a caixa registradora ressoe com mais vigor, a hotelaria paulistana vive seus melhores dias a partir do momento em que o Carnaval repica seu último tamborim. O fim do Carnaval é a senha para que deslanche o turismo de negócios, filão do qual a cidade é líder inconteste: São Paulo responde por 75% das grandes feiras de negócios do País, que geram R$ 2,9 bilhões ao ano apenas em hospedagem, segundo dados da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa de promoção do setor ligada à prefeitura municipal.
“Como o Carnaval geralmente ocorre em fevereiro, as primeiras feiras de negócios são realizadas a partir da primeira semana de março”, afirma Bruno Hideo Omori, presidente da seção paulista da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). “Mas como neste ano o Carnaval ocorreu mais tarde, feiras que se distribuiriam ao longo de todo o mês se concentraram em apenas duas semanas”.
A Feicon, autodenominada maior feira da indústria da construção civil da América Latina, foi citada por alguns dos hotéis consultados pelo iG como uma das principais responsáveis pela lotação fora do comum. Iniciado nesta terça-feira e com programação agendada até sábado, o evento prevê receber 150 mil visitantes. Shows como o da cantora colombiana Shakira, que se apresenta na cidade neste sábado, engordam a demanda por vagas.
O mês de março até pode terminar com ocupação média similar à de março de 2010, de cerca de 75%, estima o dirigente, mas apenas porque os dados serão contrabalançados pela ocupação verificada durante o Carnaval, próxima de 50%. “No momento, a ocupação deve estar próxima de 100%”, diz Omori.

MAIS VAGAS PARA 2014

A julgar pelos empreendimentos em obras ou pelos projetos já aprovados, a cidade deverá chegar a 2014 com 45 mil apartamentos. Para 2020, estima-se que o número estará entre 47 mil e 50 mil.
A ocupação maciça dos hotéis paulistanos em pleno mês de março não pode ofuscar o “ponto de equilíbrio” que o setor vive na cidade atualmente, segundo o presidente da entidade. A ocupação média em 2010 foi de 72%, abaixo, por exemplo, das de Nova York (79%), Tóquio (81%) e Paris (86%). De acordo com a SPTuris, a ocupação teria sido um pouco menor, de 68,5%, mas ainda assim significativa: essa taxa foi a maior já registrada na cidade. Nos dourados meses de outubro e novembro, a média foi superior a 90%.

(Fonte : Portal IG)

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