quinta-feira, 17 de março de 2011

ATENÇÕES DA FEIRA DE TURISMO ITB SE VOLTAM PARA O JAPÃO


Até na ITB, a maior feira de turismo do mundo, realizada em Berlim entre os dias 9 e 13 de março, a tragédia que vitimou o Japão acabou tomando conta das atenções.
O evento, que neste ano reuniu 11.163 empresas e organizações de 188 países, foi visitado por mais de 170 mil pessoas, e não escapou do clima de consternação.
A direção da feira divulgou uma nota em que diz lamentar o ocorrido e se solidarizar com as delegações japonesa e dos países da Oceania atingidos pelo tsunami que varreu o Pacífico.
Organizada por áreas do globo, a ITB (www.itb-ber lin.com e www.itb-con vention.com) reúne estandes de países que normalmente não são tão conhecidos do grande público -caso do Irã-, a outros que, pelo contrário, estão entre os mais visitados -caso dos países europeus (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) e dos Estados Unidos.

BRASIL

No setor reservado ao México e aos países sul-americanos, o Brasil decepcionou pelo estande relativamente acanhado e pela presença algo fugaz do ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), que anunciou que chegaria ao Brasil já no dia 11 "trazendo muitas novidades da ITB-Berlim".
"Em sua primeira viagem ao exterior, Novais reuniu-se com investidores, representantes de grupos hoteleiros e altos executivos das maiores operadoras de turismo do mundo", dizia nota da assessoria de comunicação do seu ministério.
Ela afirmava ainda que Novais havia se reunido com "ministros de países como Marrocos, Paraguai, Jamaica e Argentina."
Roger Dow, presidente da U.S. Travel Association, que congrega toda a indústria do turismo dos EUA, bem que tentou encontrá-lo, em vão, para discutir a pressão política que sua associação faz sobre o governo Obama para que seja eliminada a necessidade (recíproca) de visto para turistas brasileiros e norte-americanos.
Entre as coqueluches do evento, o setor 12, ocupado pelo órgão de fomento turístico oficial Visit Berlin (www.visitberlin.de), chamava a atenção pela diversidade de expositores e pela qualidade do material informativo sobre a capital alemã, que vive uma febre de construções e remodela seu perfil urbano desde a queda do Muro de Berlim, em 1989.
Mas, mesmo países cuja atividade turística internacional é relativamente pequena, como o Paraguai e o Qatar, souberam aproveitar a oportunidade de mostrar seus atributos turísticos nessa megafeira melhor do que o Brasil, país que amarga um dos piores índices de visitação em todo o mundo.
Vizinha da Alemanha, a Polônia foi a parceira oficial da feira de turismo, antenada que está para as oportunidades de esquentar a sua economia com a presença de mais visitantes estrangeiros em seu território.
Além de assuntos turísticos propriamente ditos, a feira ITB também levantou alguns temas conexos, tais como a necessidade de proteção dos direitos das crianças, a importância da sustentabilidade ecológica no setor e o futuro dessa indústria frente às modificações empreendidas pela internet.

PAÍSES EM ATUAL CRISE POLÍTICA MARCARAM PRESENÇA NO EVENTO

Nos 26 pavilhões ocupados pela ITB em sua 45ª edição, por onde circularam cerca de 110 mil profissionais do setor de turismo e, no último dia, outros 60 mil visitantes privados interessados em conhecer mais sobre países e produtos turísticos, os 160.000 m2 de área abrigaram estandes até de países convulsionados por recentes crises políticas. Casos do Egito e da Tunísia.

ROTA DA SEDA

Num pavilhão que reunia países que integraram a ancestral Rota da Seda, os destaques eram os estandes do Cazaquistão, Uzbequistão e Quirguistão, que ficavam próximos da área de exibição dedicada ao Irã.
Pela primeira vez desde 1966, a ITB também exibiu novidades do turismo no Iraque. Síria, Iêmen, Marrocos e Argélia também estiveram representados na feira internacional de turismo.
Na área da ITB dedicada à África, era de se notar a presença de São Tomé e Príncipe, Serra Leoa e a República Democrática do Congo, que exibiam seus produtos e atributos turísticos ao lado de países como a África do Sul.
Mesmo o turismo segmentado aumentou sua presença na ITB deste ano, onde havia, por exemplo um setor dedicado exclusivamente às viagens para o público jovem, e outro especializado em viagens para gays e lésbicas, com destaque para o estande da Gay and Lesbian Travel Association (IGLTA).

BRASILEIROS ESTÃO NA MIRA DA ALEMANHA

Representante do Centro de Turismo Alemão/ DZT em São Paulo, Maria Valle Lopez relatou que a Alemanha está de olho no mercado brasileiro.
Ela informou que workshops nos dia 19, em Curitiba, e 21, em São Paulo, devem reunir operadores dos dois países.
Segundo Lopez, a maioria das viagens de visitantes brasileiros para a Alemanha conjuga negócios e prazer, uma vez que é grande a ligação comercial entre os dois países.
"Se nós compararmos os números de 2010 com os de 2009, houve um aumento de 42% do número de pernoites dos brasileiros em cidades alemãs, disse ela à Folha".

FESTAS TÍPICAS

País especializado em eventos profissionais como a ITB, a Alemanha quer atrair os turistas brasileiros. Além de feiras de cunho comercial, quer atrair o turista do Brasil para festas típicas.
É o caso da Oktoberfest, que reúne em Munique, ao redor de canecas de cerveja, visitantes de todo o mundo.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo)

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