terça-feira, 18 de dezembro de 2012

OFERTA CONTINUA ENCOLHENDO E DEMANDA SOBE 6,7%


A taxa de ocupação das aéreas brasileiras no mercado doméstico voltou a subir em novembro, período em que as companhias prosseguiram com estratégia de corte na oferta de assentos. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o indicador de aproveitamento ficou em 76,3%, contra 67% em novembro de 2011.
Houve queda de 6,1% na oferta de assentos ("ASK", no jargão do setor) e aumento de pouco mais de 6,7% na demanda ("RPK"), em relação a um ano antes.
Na mesma comparação, a taxa de ocupação da TAM subiu de 66,6% para 80,6%, enquanto a da Gol avançou 63,21% para 70, 54%.
Os dados de novembro de 2011 foram obtidos com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os de novembro desse ano foram fornecidos pela Abear. De acordo com a entidade, os números são quase perfeitamente comparáveis.
Adalberto Febeliano, consultor técnico da Abear, disse ontem, segundo a Dow Jones, que as aéreas brasileiras não conseguem mais reajustar o preço das passagens para salvar seus resultados porque novos consumidores estão cada vez mais sensíveis aos aumentos. Muitos deles viajam a turismo e não a negócios, então qualquer reajuste faz com que prefiram ônibus ou desmarquem as viagens, disse a Abear.
Há uma década, 10% de aumento nos preços significava uma perda de 7% em consumidores, mas hoje a mesma percentagem da alta reduziria a procura em 14%, calcula a associação. "Subir os preços das passagens não é mais um caminho viável para recuperar margens perdidas", disse Febeliano.
Para recuperar a lucratividade, as empresas estão reduzindo a oferta. "Mas é importante fazer cortes seletivos para não perder ainda mais passageiros."
As companhias provavelmente vão continuar a limitar o número de assentos disponíveis neste ano e no próximo, avalia a Abear. Mas ao mesmo tempo em que a TAM e a Gol estão baixando a oferta, aéreas regionais como a Azul colocam cada vez mais espaço nos aviões à disposição dos clientes.
A previsão é que a demanda continue estável em 2013, o que, junto com o aumento de impostos e dos custos de combustível de aviação, pode continuar pressionando as empresas. Pode haver uma mudança no cenário se as negociações com o governo levarem a uma redução dos custos.

(Fonte : Jornal Valor Econômico)

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