quinta-feira, 27 de setembro de 2012

VIAGENS CUSTAM US$ 13,5 BI


O dólar acima de R$ 2 ainda não foi capaz de barrar os gastos de brasileiros no exterior. Com emprego garantido e renda em alta, os consumidores continuam a viajar e a fazer compras lá fora. Segundo o Banco Central, as despesas estão em ritmo menos acelerado, mas ainda em expansão. Em agosto, o total alcançou US$ 1,92 bilhão, recorde para o mês. Descontado o que os estrangeiros deixaram no Brasil,o saldo líquido ficou em US$ 1,38 bilhão, um avanço de 4,07% em relação a igual mês do ano passado. Diante disso, a autoridade monetária revisou as projeções apara 2012. Até o segundo trimestre, a expectativa era de US$ 13 bilhões, agora, esse número subiu para US$ 13,5 bilhões.
Os dados do BC e de outras instituições mostram que o brasileiro descobriu as viagens internacionais. Com a subida de 40 milhões de pessoas à faixa considerada classe média pelo governo, nos últimos 10 anos, e o acesso facilitado ao crédito e a passagens internacionais, passeios em outros países deixaram de ser um luxo. Em alguns casos, se transformaram em roteiro obrigatório. Um exemplo disso é o número crescente de brasileiros que buscam qualificação em universidades no exterior: pelo menos 280 mil devem sair do país para estudar em 2012. Segundo o BC, em agosto foi batido o recorde de gastos com fins educacionais: US$ 42,5 milhões. No ano, a cifra chega a US$ 242,5 milhões.

MÃO FORTE

Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, pondera que as despesas de brasileiros no exterior continuam a crescer, mas de maneira menos robusta do que a observada nos últimos anos. Na visão dele, elas "estão andando de lado", ou seja, não devem mais apresentar grandes taxas de expansão. "O câmbio é fator principal que tem feito esses gastos permanecerem estáveis", disse. Segundo ele, o aumento de US$ 500 milhões na previsão para o ano foi apenas um ajuste.
Para os turistas, não ha perspectiva de queda do dólar frente ao real. Como explica Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, a cotação tem sido "controlada com mão forte pelo Banco Central", com o objetivo de favorecer os exportadores. "Certamente o preço do dólar permanecerá entre R$ 2 e R$ 2,05 e, se o comportamento da inflação permitir, poderá ir a R$ 2,05 ou a R$ 2,10", argumentou. Para não pesar tanto no bolso, a dica para quem está planejando uma viagem é comprar dólares aos poucos.
Se o destino for a Argentina ou o Uruguai, por exemplo, é possível levar reais e trocá-los em casas de câmbio locais, onde o consumidor não pagará o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) exigidos nas operações em solo brasileiro. Há ainda a possibilidade de pagar produtos e serviços com reais. A cotação, porém, pode não ser favorável para o turista.

(Fonte : Jornal Correio Braziliense / imagem divulgação)

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