O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está no Oriente Médio para uma
série de palestras a potenciais investidores no Brasil.
FHC acompanha executivos do Itaú Unibanco em visita a autoridades,
líderes de fundos soberanos e de "family offices" no Qatar e em Abu
Dhabi. É a primeira grande viagem oficial à região do banco, que tem escritório
em Dubai desde 2007.
Durante a Unctad (Conferência das Nações Unidas para Comércio e
Desenvolvimento), em Doha, nesta semana, o fundo soberano QIA (Qatar Investment
Authority) anunciou que tem US$ 30 bilhões para investir neste ano e que tem
interesse em alocar recursos em economias emergentes.
Em suas palestras, o ex-presidente tem destacado o Brasil dentre os
Brics.
"Não há uma situação homogênea entre eles. Brasil e Índia são mais
estáveis." Ele tem lembrado que o Brasil é uma democracia com US$ 300
bilhões de reservas e boas oportunidades de negócios.
"Há um grande desconhecimento do Brasil e nós em relação a
eles", disse FHC à coluna, em Doha.
Além do QIA, o ex-presidente esteve com Qatar Holdings, Qatar Mining
(mineração), o ministro de finanças e comércio do país, xeique Hamad bin Jassim
al-Thani, e empresários.
"Há um apetite para investimentos com risco de 'investment grade',
mas com retornos bem diferenciados da conjuntura internacional", afirmou
Ricardo Marino, sócio do Itaú e CEO das operações na América Latina.
"O Brasil importa capital para
infraestrutura, energia, agropecuária e imobiliário."
A região é conhecida pelos imensos e
sofisticados hotéis. "Esses investidores gostam de ativos imobiliários e
temos muito a fazer em hotelaria."
Sobre a alta da inadimplência que o banco divulgou, Marino diz que o
presidente do Itaú, Roberto Setubal, já apontara essa tendência. O índice de
atraso superior a 90 dias da carteira consolidada subiu 0,9 ponto percentual no
1º trimestre de 2012 ante março de 2011 e atingiu 5,1%.
"Nos empréstimos do Itaú nos países em que atua na América Latina,
as taxas são muito inferiores. A menor, no Uruguai, é de 0,7%."
"Há um apetite para investimentos com risco de 'investment grade',
mas com retornos bem diferenciados da conjuntura internacional"
RICARDO MARINO
sócio do Itaú Unibanco
"Não há uma situação homogênea entre eles [os Brics]"
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
ex-presidente do Brasil
(Fonte : Col. Mercado Aberto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário