sexta-feira, 12 de agosto de 2011

FINANCIAMENTO E SUPEROFERTA PÓS-COPA DESAFIAM SETOR HOTELEIRO



A preparação do setor hoteleiro foi debatida ontem (11) no Fórum de Hotelaria, evento realizado pelo Portal 2014 na feira Construction Expo 2011, em São Paulo. De acordo com representantes do segmento, a dificuldade de obter financiamento, a superoferta de leitos pós-Copa e a capacitação da mão de obra são os maiores desafios do país.
O fórum, coordenado por Silvério Rocha, diretor do Portal 2014, contou com a presença de Enrico Fermi, presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); Caio Calfat, coordenador do Núcleo Hoteleiro e Imobiliário-Turístico do Secovi-SP; João Alberto Viol, presidente nacional do Sinaenco; entre outros.
Segundo Calfat, há baixa concessão de crédito para novos empreendimentos. "O setor propôs ao BNDES um plano e ele colocou em prática, mas até agora só oito contratos foram assinados", disse. O banco tem uma linha de crédito específica de R$ 1 bilhão para a hotelaria, mas apenas quatro funcionários cuidam dos financiamentos.
Para Rodrigo Aguiar, do projeto "Pró-Hotéis", não há possibilidade de financiamento em instituições particulares. "O banco exige coisas que o empreendedor não pode cumprir", afirmou.
Outro ponto abordado foi o risco de superoferta no número de leitos após o Mundial. Pelo menos três cidades-sede podem ter baixa ocupação dos hotéis a partir de 2014. "Belo Horizonte já tem 50 projetos cadastrados. Se 50% deles virarem realidade, haverá muito mais leitos que turistas depois da Copa", disse Calfat.
O mesmo problema ocorreu em São Paulo há 15 anos, com a construção de flats. Em oito anos, de 1994 a 2002, foram construídos cerca de 40 mil quartos de hotéis. A taxa de ocupação caiu a 23% e os preços caíram 70%.
Salvador e Cuiabá também correm o risco de superoferta. "A taxa de ocupação deve cair. É preocupante o número de empreendimentos. Temos que nos preparar", afirmou José Manoel Campeses, presidente da ABIH-BA. "A saída é a construção de grandes centros de evento", disse José Reinaldo Ritter, presidente da ABIH do Rio Grande do Sul.

EXIGÊNCIA

A Fifa exige que a cidade-sede tenha um número de leitos correspondente a 30% da capacidade dos estádios. Hoje, cinco cidades são deficitárias: Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Cuiabá e Manaus. O cenário, no entanto, não preocupa o presidente nacional da ABIH, Enrico Fermi. Para ele, o turismo de negócios dará espaço ao turismo de lazer durante a Copa.
"A maior preocupação é a mobilidade urbana e os aeroportos", disse. Fermi, contudo, aponta dois gargalos no Brasil: Recife e Rio de Janeiro. Segundo ele, a capital fluminense tem média de 85% de ocupação, mas há diversos picos durante o ano.

CAPACITAÇÃO

A qualificação profissional foi apontada como saída para enfrentar o avanço das grandes redes hoteleiras. "Os pequenos têm dificuldades. É preciso se estruturar e achar um diferencial", disse Pedro Neto, coordenador-geral do Profissional Bom de Copa. Com cursos na 12 cidades-sede, o programa qualifica profissionais de bares e restaurantes.

(Fonte : Portal Copa 2014 / imagem divulgação)

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