
O fórum, coordenado por Silvério Rocha, diretor do Portal 2014, contou com a presença de Enrico Fermi, presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); Caio Calfat, coordenador do Núcleo Hoteleiro e Imobiliário-Turístico do Secovi-SP; João Alberto Viol, presidente nacional do Sinaenco; entre outros.
Segundo Calfat, há baixa concessão de crédito para novos empreendimentos. "O setor propôs ao BNDES um plano e ele colocou em prática, mas até agora só oito contratos foram assinados", disse. O banco tem uma linha de crédito específica de R$ 1 bilhão para a hotelaria, mas apenas quatro funcionários cuidam dos financiamentos.
Para Rodrigo Aguiar, do projeto "Pró-Hotéis", não há possibilidade de financiamento em instituições particulares. "O banco exige coisas que o empreendedor não pode cumprir", afirmou.
Outro ponto abordado foi o risco de superoferta no número de leitos após o Mundial. Pelo menos três cidades-sede podem ter baixa ocupação dos hotéis a partir de 2014. "Belo Horizonte já tem 50 projetos cadastrados. Se 50% deles virarem realidade, haverá muito mais leitos que turistas depois da Copa", disse Calfat.
O mesmo problema ocorreu em São Paulo há 15 anos, com a construção de flats. Em oito anos, de 1994 a 2002, foram construídos cerca de 40 mil quartos de hotéis. A taxa de ocupação caiu a 23% e os preços caíram 70%.
Salvador e Cuiabá também correm o risco de superoferta. "A taxa de ocupação deve cair. É preocupante o número de empreendimentos. Temos que nos preparar", afirmou José Manoel Campeses, presidente da ABIH-BA. "A saída é a construção de grandes centros de evento", disse José Reinaldo Ritter, presidente da ABIH do Rio Grande do Sul.
EXIGÊNCIA
A Fifa exige que a cidade-sede tenha um número de leitos correspondente a 30% da capacidade dos estádios. Hoje, cinco cidades são deficitárias: Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Cuiabá e Manaus. O cenário, no entanto, não preocupa o presidente nacional da ABIH, Enrico Fermi. Para ele, o turismo de negócios dará espaço ao turismo de lazer durante a Copa.
"A maior preocupação é a mobilidade urbana e os aeroportos", disse. Fermi, contudo, aponta dois gargalos no Brasil: Recife e Rio de Janeiro. Segundo ele, a capital fluminense tem média de 85% de ocupação, mas há diversos picos durante o ano.
CAPACITAÇÃO
A qualificação profissional foi apontada como saída para enfrentar o avanço das grandes redes hoteleiras. "Os pequenos têm dificuldades. É preciso se estruturar e achar um diferencial", disse Pedro Neto, coordenador-geral do Profissional Bom de Copa. Com cursos na 12 cidades-sede, o programa qualifica profissionais de bares e restaurantes.
(Fonte : Portal Copa 2014 / imagem divulgação)
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