terça-feira, 7 de junho de 2011

FREIO NO PIB REDUZ DEMANDA PELO BNDES



A expectativa de desaquecimento da economia e a diminuição na demanda por empréstimos farão com que a capitalização do do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pelo governo fique abaixo do previsto para 2011.
No início do ano, o governo editou medida provisória autorizando a emissão de R$ 55 bilhões em títulos da dívida federal que seriam repassados ao banco. Até agora, nenhum papel foi lançado.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse à Folha que o início da emissão de ações deverá ocorrer ainda neste semestre. O valor, no entanto, deverá ficar abaixo do autorizado.
"Minha projeção é que vai ser um pouco menos, mas não tem decisão. O valor preciso que vai ser necessário neste ano depende de vários fatores, do ritmo de empréstimo, da participação privada, do ritmo da economia."
A redução do ritmo de desembolsos do BNDES é vista por economistas como um dos primeiros sinais de retração econômica. O total emprestado no primeiro trimestre foi 2% menor que no mesmo período de 2010 -primeira queda em cinco anos.
Entre os setores que apresentaram maior recuo estão construção (30%) e alimentos e bebidas (29%).
Em 2010, o governo emitiu R$ 75 bilhões para capitalizar o BNDES. Outros R$ 5 bilhões foram lançados neste ano. Mais R$ 30 bilhões foram emitidos para participar da capitalização da Petrobras.
Para o economista da consultoria Tendências Felipe Salto, mesmo com a redução a capitalização do BNDES via emissão de títulos é prejudicial para a economia.
Isso ocorre, diz, porque, além de aumentar o endividamento público, a emissão pressiona a demanda e contribui para a alta da inflação. Assim, o Banco Central é levado a aumentar juros, impedindo maior participação do setor privado no crédito.

MUDANÇA GRADUAL

Segundo Augustin, o governo vem incentivando uma maior participação do setor privado no financiamento de grandes obras, mas isso será feito de forma gradual.
"A ideia é que o BNDES continue a financiar o crescimento do investimento, aumente a formação bruta de capital e, quanto mais isso puder ser feito também pela iniciativa privada, melhor. O quão rápido [será] depende de vários fatores", afirma.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / imagem divulgação)

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