segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PROGRAMAS PARA TRABALHO JOVEM NÃO ATINGEM METAS


Nos primeiros seis meses de 2010, o governo federal aumentou em 71% o número de vagas ocupadas por aprendizes nas empresas.
O recorde de 110 mil postos de trabalho criados no período, contudo, não fará com que o programa Jovem Aprendiz chegue nem sequer à metade da meta estabelecida pela gestão Lula para a criação de vagas para a juventude: 800 mil até 2010.
Na avaliação de especialistas, houve pouco empenho do governo para alcançar as metas originais nesse setor.
Segundo a legislação do programa Jovem Aprendiz, as empresas devem contratar um percentual de 5% a 15% de jovens em relação à sua força de trabalho e pagar salário mínimo por hora.
Neste ano, o Ministério do Trabalho apertou a fiscalização, e o número de vagas cresceu. Passou de 155 mil postos, no fim de 2009, para 265 mil em junho deste ano.
Houve também maior divulgação da legislação, além do crescimento econômico verificado no ano.

LEGISLAÇÃO

No entanto, uma mudança na legislação proposta durante a Conferência Nacional de Juventude, no ano passado, que teria capacidade para criar mais de 500 mil vagas para aprendizes no serviço público, está parada há mais de um ano na Casa Civil.
As novas regras permitiriam que órgãos públicos pudessem contratar jovens no formato do programa Projovem, destinado a essa faixa etária oferecendo bolsas a quem estuda ou trabalha.
Hoje a participação do poder público no número de jovens aprendizes é inexpressiva devido à burocracia para realizar esse tipo de contrato.
"Acho um desperdício, num momento econômico como este, não assumir o assunto da aprendizagem como política de governo", diz Raí Oliveira, que dirige a ONG Atletas pela Cidadania.
Na opinião do ex-jogador, a aprendizagem é importante porque toca em duas questões fundamentais para a inserção do jovem no mercado de trabalho: formação e primeira experiência.
O Projovem, que dá bolsas de R$ 100 para os que trabalham ou estudam por um período de até 18 meses, também não teve melhor sorte no cumprimento de metas. A Secretaria Especial da Juventude, ligada à Presidência da República, informou que neste ano atingirá a marca de 2,6 milhões de pessoas de 16 a 24 anos com bolsas.
Todavia, o objetivo para este ano era chegar a 3 milhões de jovens -patamar abaixo da previsão inicial de atingir 4,2 milhões de jovens em situação de risco social.
Excluídos os 600 mil que já participavam de outros projetos, que foram encampados pelo Projovem a partir de 2008, o programa alcançou menos da metade da meta estabelecida inicialmente.

(Fonte : Jornal Folha de S. Paulo / Foto Divulgação)

Nenhum comentário:

Postar um comentário