Com o dólar mais favorável, os gastos dos brasileiros com viagens ao
exterior somaram US$ 1,57 bilhão no mês passado, um crescimento de 87,8% na
comparação com o mesmo mês de 2016, divulgou nesta sexta-feira (17) o Banco
Central.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, a
alta está ligada ao fato de a moeda americana estar mais barata em relação ao
real do que em janeiro de 2016, além do início de um processo de retomada de
confiança do consumidor.
"Houve uma variação significativa, de mais de 20% de um período
para o outro", aponta Maciel. "A taxa de câmbio em janeiro foi, em
média, de R$ 3,20, enquanto que em janeiro de 2016 foi de R$ 4,05. Além disso,
as pesquisas mostram que a confiança do consumidor começa a aumentar".
Até o dia 15, os gastos dos brasileiros no exterior somaram R$ 796
milhões. A expectativa do BC é que, neste mês inteiro, haverá um crescimento de
95% em relação a fevereiro do ano passado. "Estamos crescendo, mas é
importante lembrar que a comparação é com uma base de comparação historicamente
baixa, que é 2016", ressaltou Maciel.
Já os gastos dos estrangeiros com viagens no Brasil somaram US$ 664
milhões em janeiro, o que fez a conta de transações correntes para viagens ter
um deficit de US$ 914 milhões no mês passado.
O resultado foi um dos pontos que contribuiu para que o deficit nas
transações do Brasil com o exterior somasse US$ 5 bilhões em janeiro, um
crescimento de 5,5% em relação aos US$ 4,8 bilhões do mesmo mês de 2016,
segundo os dados do BC.
O deficit foi influenciado também pelo desempenho mais fraco das
importações, ainda afetadas pela crise econômica, do que das exportações.
As compras de outros países somaram US$ 12,3 bilhões no mês passado,
segundo os dados do BC, enquanto as exportações somaram US$ 14,8 bilhões.
O investimento direto no Brasil somou US$ 11,5 bilhões no mês passado,
um crescimento de 111,3% na comparação com janeiro de 2016.
"O deficit de janeiro veio em linha com o que estávamos
esperando", disse Maciel.
O rombo só não foi maior porque as exportações voltaram a superar as
importações —ambas cresceram na comparação com janeiro do ano passado. As
compras de outros países somaram US$ 12,3 bilhões no mês passado, segundo os
dados do BC, enquanto as exportações somaram US$ 14,8 bilhões.
INVESTIMENTO RECORDE
Em um desempenho influenciado por aquisições no setor elétrico, o
investimento direto estrangeiro no Brasil somou US$ 11,5 bilhões no mês
passado, um crescimento de 111,3% na comparação com janeiro de 2016.
Foi o melhor janeiro para esse número desde o início da série histórica,
em 1995.
O setor elétrico representou 60% desses investimentos. Em segundo lugar
e terceiro lugar aparecem o setor de produtos químicos, com 14,3%, e comércio
exceto veículos, com 5,1%.
"Houve aquisições, mais de uma operação, no setor elétrico",
disse Maciel. "É um dado positivo, já que o investimento direto é a melhor
forma de financiar o deficit de transações correntes, gerando renda, emprego e
pagamento de impostos".
A expectativa do BC é que em fevereiro entrem outros US$ 4 bilhões de
investimento direto estrangeiro —até o dia 15, foram US$ 2,4 bilhões.
(Fonte : Jornal Folha de SP / Imagem divulgação)
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