
As estatísticas oficiais do ano passado foram
apresentadas nesta semana pela Clia, associação internacional das operadoras do
setor. A expectativa era que o número de cruzeiristas chegasse no ano passado
aos 23 milhões, mas ele atingiu 23,2 milhões (uma alta de 4% em relação a
2014).
Com a melhora mais acentuada, foi revista
também a perspectiva para este ano – que deve ter ao menos 1 milhão de
viajantes a mais e chegar a 24,2 milhões.
A título de comparação, o Reino Unido
recebeu, no ano passado, 36,1 milhões de turistas; o Brasil, 6,3 milhões de estrangeiros.
O crescimento do setor é baseado
principalmente em dois fatores: o grande investimento de operadores e armadoras
na construção de navios e a conquista de novos mercados, principalmente na Ásia
– como China e Oriente Médio.
Segundo o relatório da Clia, o mercado
asiático ultrapassou a marca de 2 milhões de cruzeiristas, um aumento de 24% na
quantidade de passageiros entre 2014 e 2015.
Na Oceania, o crescimento foi de 14% (só a
Austrália somou 1,1 milhão de turistas).
"Regiões tradicionais também
mostraram força, como foi o caso do Caribe, que ganhou uma repaginada com a entrada de Cuba nos roteiros –um grande
chamariz para os americanos, que são o maior mercado emissor de cruzeiristas no
mundo", diz Marco Ferraz, presidente da Clia/Abremar, braço brasileiro da
organização.
Os EUA têm mais de 10 milhões de pessoas que
viajam em navios.
"Por esse número, pode-se imaginar o
potencial da China, que ainda é um mercado incipiente", afirma Ferraz.
Navios cada vez maiores –o Harmony of the
Seas, que recentemente fez sua viagem inaugural, tem capacidade para mais de
6.000 pessoas– também devem ajudar no crescimento da indústria.
BRASIL
A
tendência de crescimento global contrasta com a situação brasileira – com cerca
de 550 mil passageiros no ano passado (os números ainda não foram fechados), o
país deve ser o 8o maior mercado dessa indústria no mundo.
A
temporada de cruzeiros que deve começar em novembro pode ser a menor em 12
anos, em número de navios: a expectativa mais otimista aponta para no máximo
cinco na costa brasileira, um a menos do que na temporada 2004/2005.
Em número
de cruzeiristas, como os navios são maiores, espera-se algo em torno de 300
mil, mesmo patamar de 2006/2007.
Fatores
como falta de infraestrutura, altos custos, carga tributária excessiva e
gargalos trabalhistas para as tripulações estrangeiras são sempre citados como
os maiores obstáculos para a indústria no país.
"Em
um momento de crise como o que estamos vivendo, essas distorções ficam ainda
mais evidentes", avalia Ferraz.
(Fonte
: Jornal Folha de SP / Imagem divulgação)
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