quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mudanças no clima são 'principais perigos' para o turismo, diz ONU




A mudança climática é "um dos principais perigos" para patrimônios mundiais como as ilhas Galápagos (Equador), os gorilas do parque nacional Impenetrável de Bwindi, em Uganda, e a estátua da Liberdade, em Nova York (EUA).

Um relatório divulgado no dia 26/05, intitulado "Patrimônio mundial e turismo diante da mudança climática" e realizado conjuntamente pela Unesco, outros organismos e ONGs, estudou 31 locais naturais e culturais de 29 países, dos milhares dos inscritos na lista do Patrimônio Mundial.

A conclusão é alarmante.

"Todos os locais estudados já sofrem certos impactos da mudança climática", destaca Adam Markham, da ONG UCS (sigla em inglês para União dos Cientistas Preocupados), um dos autores do relatório.

"O problema já existe e vai se agravar", declarou à AFP.

Esses locais estão enfrentando uma série de fenômenos, como derretimento das geleiras, fortes chuvas e intensas secas.

O relatório se concentra nos pontos que têm grande interesse turístico: Veneza, a estátua da Liberdade, o parque de Yellowstone (EUA), as ilhas Galápagos, a cidade de Cartagena (Colômbia), o parque nacional de Shiretoko (Japão), a região protegida de Wadi Rum (Jordânia), as lagoas da Nova Caledônia.

Foram eleitos por sua diversidade geográfica e sua variedade, mas "há muitos outros locais vulneráveis à mudança climática", como a Grande Barreira de Corais na Austrália, o monte Saint-Michel, na França, e os Alpes suíços, destaca Markham.



EXCESSO DE TURISTAS



A mudança climática se soma a outros elementos que contribuem para degradar esses locais. Entre elas, "o excessivo número de turistas em Veneza ou Galápagos", as atividades mineradoras na Nova Caledônia e a caça predatória e a crescente presença humana na selva de Bwindi.

Em vários locais, os impactos do aquecimento ameaçam "seu excepcional valor", informa o relatório.

"Se a indústria do turismo se vê afetada, as economias dos países que dependem dela podem sofrem muito", afirma Markham. Tal é o caso de Uganda, conhecido pelos gorilas-das-montanhas que vivem na selva de Bwindi.

A longo prazo, o aumento das temperaturas reduzirá provavelmente a superfície da selva à disposição dos gorilas. Também poderá elevar a pressão humana sobre seu habitat se os camponeses ampliarem seus cultivos nas zonas que circundam o parque.

A respeito da estátua da Liberdade, "apesar de sua aparência sólida e invulnerável, ela corre um considerável risco" devido ao aumento do nível do mar, às inundações costeiras e às tempestades cada vez mais violentas causadas pelo aquecimento, informa o relatório.

Conter o aquecimento por baixo de 2 graus até 2050, como prevê o acordo de Paris fechado em dezembro, é de "uma vital importância para proteger nosso patrimônio mundial", resume a diretora do Centro do Patrimônio Mundial, Mechtildd Rössler, citada em um comunicado.

Por fim, dado que os locais do Patrimônio Mundial devem ter um "valor universal excepcional", o relatório recomenda que o Comitê do Patrimônio Mundial leve em conta o risco de possíveis locais que sejam degradados pela mudança climática antes de colocá-los na lista, segundo aponta nesta quinta-feira um comunicado do Unesco



(Fonte : AFP / Imagem divulgação)

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