A epidemia de vírus zika, que se espalha pelo continente americano, está
começando a afetar o turismo e colocou companhias aéreas do Brasil e dos
Estados Unidos em estado de atenção.
Embora cada empresa adote um procedimento diferente, a regra geral que
está se estabelecendo é a do reembolso das passagens para viagens a áreas
afetadas pelo zika, caso o turista desista do deslocamento, ou a da mudança
gratuita das datas de embarque. Contudo, é importante conferir como cada
companhia está lidando com o caso.
No Brasil, a Gol permite que clientes grávidas remarquem gratuitamente
voos para destinos em que haja a presença do vírus, mas não há reembolso pelo
cancelamento (a viagem de gestantes é um fator de preocupação porque há
evidências de que o vírus cause microcefalia no bebê). Há a possibilidade
também de pedir um crédito do valor da passagem para a emissão de um novo
bilhete, em até 12 meses.
A Avianca informa que isentará passageiras grávidas da taxa de
remarcação para voos a locais com casos comprovados de zika. Se elas optarem
pelo cancelamento, receberão o valor integral da passagem.
Por outro lado, a Azul não oferece ressarcimento aos clientes. Pelo
telefone, a companhia disse que pode mudar de posicionamento caso o Ministério
da Saúde se manifeste nesse sentido. Para voos domésticos, a TAM também não
oferece reembolso das passagens nem a possibilidade de mudar datas dos bilhetes
sem a cobrança de taxas, mas diz em nota que "analisará e fará as
eventuais ponderações".
Nos voos internacionais, porém, o procedimento da TAM é outro. As
empresas do grupo Latam (que envolve TAM e LAN) permitem que passageiras
grávidas solicitem o reembolso do valor do bilhete ou mesmo alterem o destino
no caso de viagens internacionais para Brasil, Colômbia, El Salvador,
Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá,
Paraguai, Porto Rico, Suriname e Venezuela.
Há também a possibilidade de as passageiras que já estejam nesses países
anteciparem o retorno, sem cobranças adicionais. O mesmo vale para os
acompanhantes. Para usufruir dos benefícios, é preciso apresentar uma
declaração médica mencionando as semanas de gestação.
A companhia segue procedimento parecido aos das companhias
norte-americanas United Airlines e American Airlines.
Desde segunda-feira (25), a American permite que grávidas recebam o
reembolso de passagens compradas para Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala,
Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Porto Rico e Venezuela. É preciso
apresentar uma comprovação médica da gravidez.
A United divulgou na terça (26) que reembolsará passageiros que
compraram bilhetes para países afetados pelo vírus zika.
MILHÕES DE INFECTADOS
A OMS (Organização Mundial da
Saúde) disse
nesta quinta-feira (28) que o vírus zika pode atingir de 3 a 4 milhões de
pessoas nas Américas. No Brasil, a estimativa é que 1,5 milhão de pessoas sejam
infectadas, projeção semelhante à apresentado pelo Ministério da Saúde.
Hoje, 23 países das Américas já
confirmam casos de zika adquiridos em seus territórios. A OMS, que declara que
o nível de alerta para o vírus é "extremamente alto", deve convocar
uma reunião de seu comitê de emergência em 1º de fevereiro.
No encontro, deve-se decidir se a
epidemia constitui "uma urgência de saúde pública de nível
internacional", informou a OMS em um comunicado.
No Brasil, o país mais afetado
pela epidemia, desconfia-se que o zika seja responsável pelos 3.448 casos
suspeitos de microcefalia (má-formação cerebral) em bebês, além de outros 270
confirmados.
Isso fez com que Estados
Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Austrália e o Centro Europeu
para Prevenção e Controle de Doenças tenham emitido alertas para que gestantes
evitem viajar ao Brasil
(Fonte : J. Folha
de SP – 01-02-2016 – Imagem divulgação)
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