O
turismo de consumo secou, enquanto a demanda por hotéis de categoria econômica
e o parcelamento avançaram, segundo executivos de grandes operadoras.
Levantamento em
nove dos primeiros destinos do turista brasileiro no exterior mostrou
crescimento em sete deles, puxado por Chile e Canadá, com aumento de 17% em
relação a 2014A desvalorização do real e a recessão não foram suficientes para brecar o apetite do brasileiro por férias no exterior, mas forçou o turista a buscar viagens mais baratas.
O turismo de consumo secou, enquanto a
demanda por hotéis de categoria econômica e o parcelamento avançaram, segundo
executivos de grandes operadoras.
Levantamento em nove dos primeiros destinos
do turista brasileiro no exterior mostrou crescimento em sete deles, puxado por
Chile e Canadá, com aumento de 17% em relação a 2014.
O avanço também aparece no Peru (7%), na
Austrália (7%) e em Miami (3%). Na Argentina, houve recuo (6%), e, em Portugal,
ficou praticamente estagnado (-0,8%).
"No primeiro momento de desvalorização
forte do real, o turismo de compras, aquele do enxoval, por exemplo, quebrou.
Depois, o turismo um pouco mais de massa diminuiu. Mas quem pode continua
viajando e agora se beneficia das promoções", afirma Luiz Eduardo Falco,
presidente da CVC.
Principais destinos dos brasileiros no
exterior
"Nos cruzeiros, estou vendendo 15% a
mais que em 2014 porque custa pouco e é 'all
inclusive', ou seja, a pessoa já sabe quanto vai desembolsar antes de
viajar. Isso ajuda a planejar o gasto", afirma Aldo Leone, presidente da
Agaxtur.
A insegurança na economia também alterou o
calendário e agora os brasileiros estão decidindo suas viagens mais em cima da
hora.
VENDER O PRESENTE
Um outro indicador de que o brasileiro não
freou o interesse em viajar para fora do país é que, no transporte
internacional, a demanda das empresas aéreas brasileiras teve em novembro alta
pelo 21º mês consecutivo, com avanço de 8,5% na comparação anual, segundo a
Anac.
As companhias transportaram 6,7 milhões de
passageiros ao exterior de janeiro a novembro, quase 1 milhão mais que no mesmo
período de 2014 e o dobro de 2007.
Por outro lado, os gastos com as viagens
internacionais foram comprimidos. Recuaram 31% nos 11 primeiros meses de 2015,
de acordo com o Banco Central. O valor de US$ 16,1 bilhões acumulado no ano é o
menor desde 2010 (US$ 14,3 bilhões).
Turistas brasileiros no exterior e gastos
Foi o que aconteceu com os turistas Eva e
Osni Pompei, que acabam de voltar de uma temporada de férias nos EUA, onde
evitaram restaurantes caros e consumismo.
"Foi só para passear mesmo. Dessa vez
não deu para encher a mala de compras. Praticamente não trouxemos nada. Nem em
Las Vegas eu me arrisquei no cassino. Quando perdi o primeiro dólar, saí
correndo", diz Eva.
Para economizar, parte da hospedagem foi em
casa de familiares. "Essa medida também ajudou a economizar na
alimentação. Uma boa saída é cozinhar em casa."
(Fonte
: Jornal Folha de São Paulo – 10-01-16 - imagem divulgação)
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