Campinas
se transformou, no final do ano passado, na cidade com mais ligações aéreas do
país. A partir do aeroporto de Viracopos é possível voar diretamente para 57
destinos. De Guarulhos, voa-se para 48 cidades e de Congonhas, para 27.
A
mudança é consequência direta da entrada da Azul no mercado e do movimento de
concentração do setor.
"A
compra da Pantanal pela TAM reduziu as ligações regionais a partir de Congonhas
e, a partir do ano passado, a concretização da fusão da Azul com a Trip fez com
que as ligações de São Paulo com o interior do Estado e do país migrassem de
Guarulhos para Campinas", diz Humberto Bettini, pesquisador de transporte
aéreo do Núcleo de Estudos do Transporte Aéreo do ITA e autor do levantamento,
feito a pedido da Folha.
Das
27 ligações diretas a partir de Congonhas, apenas 9 não são capitais. Guarulhos
tem hoje 21 ligações diretas com destinos regionais (não capitais) e Campinas,
31.
A
consolidação das operações de Azul e Trip, concluída no ano passado, levou a
uma concentração da malha.
De
acordo com levantamento feito pelo professor do Nectar Alessandro de Oliveira,
a Azul priorizou seu crescimento em 2013 em Guarulhos e reduziu frequências em
outros 58 destinos.
A oferta total de frequências de voos da empresa cresceu 1%, com a adição de 130 por semana. Em Guarulhos o crescimento foi de 69% (188 voos a mais). Campinas cresceu 9%, com mais 177.
A oferta total de frequências de voos da empresa cresceu 1%, com a adição de 130 por semana. Em Guarulhos o crescimento foi de 69% (188 voos a mais). Campinas cresceu 9%, com mais 177.
Por
outro lado, houve eliminação de voos da Azul que se sobrepunham aos da Trip, o
que afetou passageiros.
"Perdemos
o voo direto Maringá-Campo Grande", diz Mariana Beckheuser, que mora em
Paranavaí (PN) e trabalha com agronegócio. "As opções de voos diretos de
Londrina também caíram bastante e os preços subiram."
No
ano passado, a TAM também reduziu voos que serviam Londrina e a Gol, os de
Maringá.
GUARULHOS
A nova malha que a Azul está construindo a partir de Guarulhos é bem diferente da operação de Campinas.
Em
Guarulhos, a empresa tem como alvo o viajante a negócios de São Paulo, que quer
voos diretos para cidades de médio e grande porte e que não está disposto a pegar
ônibus para ir a Campinas.
"De
modo algum abandonamos o interior e o regional", diz Marcelo Bento
Ribeiro, diretor de planejamento da Azul. Segundo ele, a redução das
frequências regionais da empresa foi de 17%.
"As
alterações feitas na malha foram no sentido de reduzir o pinga-pinga. O que faz
diferença para o passageiro do interior é a conectividade, que permite mais
opções de destinos", diz.
Em
Guarulhos, a empresa não teria condições de construir uma malha de conexões,
segundo ele. Por isso, nesse aeroporto, a estratégia foi "servir mercados
que podem se sustentar sem conexão."
Com
a migração de voos regionais para Viracopos, o viajante que tem como destino
final São Paulo precisa agora pegar ônibus, disponibilizados pela Azul, para
vir para a capital.
(Fonte
: Jornal Folha de São Paulo)
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