terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A HOTELARIA E O TURISMO NO BRASIL


 

O mercado hoteleiro no Brasil cresce todos os anos, e depois de ser escolhido como a sede dos maiores eventos esportivos da atualidade, a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, o pais acelera ainda mais a expansão nessa área.
O problema é se a demanda será atendida de forma adequada aos padrões internacionais e se teremos a chance de mostrar aos turistas uma boa imagem ou não. É aí que esbarramos na necessidade de melhorias, não apenas na hotelaria nacional, mas também em todo o setor do turismo.
Para começar, o Brasil não possui quase nada de hotelaria de luxo. O que temos, atualmente, são muitos hotéis que cobram alto e que não entregam os mesmos serviços de um hotel de luxo no exterior, e que geralmente cobram bem menos. Hotéis considerados de luxo, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, são apenas upscale nos EUA e em países da Europa.
Se avaliarmos o tamanho do Brasil, há poucas bandeiras “de luxo” para atender a uma demanda grande e atual. As principais bandeiras que atendem esses clientes não estão no país por conta do chamado “custo Brasil”.
Além disso, faltou planejamento e investimento por parte do governo para que o setor estivesse mais à frente, contando com serviços modernos e soluções inovadoras. O setor hoteleiro no Brasil anda estagnado há muito tempo, sem inovação ou novidades.
Ha quatro anos, quando foi anunciado que o país sediaria os Jogos Olímpicos e a Copa, foi quando os profissionais hoteleiros e os investidores viram a necessidade de melhorias nessa área. Infelizmente, muito tarde para se equiparar aos padrões internacionais, e por essa razão os preços também dispararam e são cobrados valores muito acima do real.
Ainda que faltem hotéis de luxo e investimento nessa área, o que vemos é a falta de escolas e base de conhecimento para muitos profissionais do setor. Atualmente, a infra-estrutura hoteleira é reduzida, não há inovação e o que surpreenda os hóspedes.
Um clássico exemplo é o wi-fi, cobrado na maioria dos hotéis brasileiros e disponível gratuitamente na maioria das ruas e dos hotéis de cidades como Nova York. É claro que ainda nem todos os lugares disponibilizam o serviço gratuitamente, mas poderíamos sair na frente e já disponibilizar este serviço sem custo algum aos hóspedes.
Outro problema é a língua. Muitos brasileiros não falam inglês, na verdade apenas 5% dominam o idioma, de acordo com levantamento feito pelo British Council. Isso faz com que seja difícil a comunicação dos turistas nos hotéis e nas cidades, que também não contam com placas informativas em inglês.
Ainda há a falta de moeda nacional disponível para saque nos bancos, falta de guias turísticos, entre outros. Ou seja, falta estrutura para o turismo nacional, não apenas novidades na hotelaria, mas também novidades em todas as áreas que envolvem o turismo.
O necessário é estudar diferentes perfis de turistas, para conhecer melhor as culturas e saber como recebê-los de forma adequada, sempre surpreendendo positivamente. Ainda é preciso investir em educação hoteleira, formação de profissionais e seguir novas escolas do conhecimento, modernizar e se inspirar em modelos internacionais de sucesso. Só assim poderemos nos equiparar aos padrões internacionais de hotelaria.
 
Por Patrick Vaysse / Vaysse Consultoria
 
(Fonte : Monitor Mercantil)

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