O
mercado hoteleiro no Brasil cresce todos os anos, e depois de ser escolhido
como a sede dos maiores eventos esportivos da atualidade, a Copa do Mundo de
Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, o pais acelera ainda mais a
expansão nessa área.
O
problema é se a demanda será atendida de forma adequada aos padrões
internacionais e se teremos a chance de mostrar aos turistas uma boa imagem ou
não. É aí que esbarramos na necessidade de melhorias, não apenas na hotelaria
nacional, mas também em todo o setor do turismo.
Para
começar, o Brasil não possui quase nada de hotelaria de luxo. O que temos,
atualmente, são muitos hotéis que cobram alto e que não entregam os mesmos
serviços de um hotel de luxo no exterior, e que geralmente cobram bem menos.
Hotéis considerados de luxo, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por
exemplo, são apenas upscale nos EUA e em países da Europa.
Se
avaliarmos o tamanho do Brasil, há poucas bandeiras “de luxo” para atender a
uma demanda grande e atual. As principais bandeiras que atendem esses clientes
não estão no país por conta do chamado “custo Brasil”.
Além
disso, faltou planejamento e investimento por parte do governo para que o setor
estivesse mais à frente, contando com serviços modernos e soluções inovadoras.
O setor hoteleiro no Brasil anda estagnado há muito tempo, sem inovação ou
novidades.
Ha
quatro anos, quando foi anunciado que o país sediaria os Jogos Olímpicos e a
Copa, foi quando os profissionais hoteleiros e os investidores viram a
necessidade de melhorias nessa área. Infelizmente, muito tarde para se
equiparar aos padrões internacionais, e por essa razão os preços também
dispararam e são cobrados valores muito acima do real.
Ainda
que faltem hotéis de luxo e investimento nessa área, o que vemos é a falta de
escolas e base de conhecimento para muitos profissionais do setor. Atualmente,
a infra-estrutura hoteleira é reduzida, não há inovação e o que surpreenda os
hóspedes.
Um
clássico exemplo é o wi-fi, cobrado na maioria dos hotéis brasileiros e
disponível gratuitamente na maioria das ruas e dos hotéis de cidades como Nova
York. É claro que ainda nem todos os lugares disponibilizam o serviço
gratuitamente, mas poderíamos sair na frente e já disponibilizar este serviço
sem custo algum aos hóspedes.
Outro
problema é a língua. Muitos brasileiros não falam inglês, na verdade apenas 5%
dominam o idioma, de acordo com levantamento feito pelo British Council. Isso
faz com que seja difícil a comunicação dos turistas nos hotéis e nas cidades,
que também não contam com placas informativas em inglês.
Ainda
há a falta de moeda nacional disponível para saque nos bancos, falta de guias
turísticos, entre outros. Ou seja, falta estrutura para o turismo nacional, não
apenas novidades na hotelaria, mas também novidades em todas as áreas que
envolvem o turismo.
O
necessário é estudar diferentes perfis de turistas, para conhecer melhor as
culturas e saber como recebê-los de forma adequada, sempre surpreendendo
positivamente. Ainda é preciso investir em educação hoteleira, formação de
profissionais e seguir novas escolas do conhecimento, modernizar e se inspirar
em modelos internacionais de sucesso. Só assim poderemos nos equiparar aos
padrões internacionais de hotelaria.
Por
Patrick Vaysse / Vaysse Consultoria
(Fonte
: Monitor Mercantil)
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