segunda-feira, 15 de outubro de 2012

POLO COM VOCAÇÃO DIVERSIFICADA


Na fase atual, de obras, a maioria das oportunidades que surgem são para construção civil e área administrativa. Mas a perspectiva é que o panorama se diversifique conforme os empreendimentos começarem a operar, e o perfil da região for sendo definido. Jorge Arraes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), prevê que a área terá vocação para atrair empresas do segmento de óleo e gás, turismo e hotelaria, gastronomia e indústria criativa.
- E, certamente, a criatividade carioca levará para a área empregos que ainda não vislumbramos - acredita Arraes, que estipula um prazo de 15 anos para a região estar ocupada. - Mas essa ocupação é imprevisível, porque depende da rapidez com que o mercado desenvolve os empreendimentos.

"SERÁ UM MARCO NA CIDADE"

Há um ano trabalhando como coordenador de produção da Porto Novo, o engenheiro civil Marcelo Julião de Seixas viu as obras se acelerarem, bem como a procura por mão de obra crescer.
- Nesse tempo, passamos de um número pequeno de funcionários para quase três mil. Saímos do zero - diz Julião, que foi atraído pelo projeto por sua inovação.
Nunca teve isso no país. Do ponto de vista da engenharia, é um desafio muito grande. Além disso, será um marco na cidade e poder participar disso é algo muito gratificante.
José Conde Caldas, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), diz que esse é o maior boom imobiliário comercial pelo qual o Rio de Janeiro já passou. Segundo Caldas, são três setores principais que demandarão os escritórios na área do novo Porto.
- São as empresas multinacionais que chegaram ao Brasil e estão mal alojadas; as organizações do mercado financeiro que começam um movimento de retorno ao Rio; e grandes empresas nacionais, como a Petrobras, que precisam cada vez mais de espaço e também passaram a buscar alojamentos mais modernos, especialmente depois do desabamento do prédio no Centro do Rio - diz Caldas.
O presidente da Ademi prevê, ainda, uma tendência da área para atrair o setor de turismo e hotelaria, tendo em vista que há pelo menos dez projetos de implantação de hotéis sendo estudados, dois dos quais já estão garantidos.
- É o maior projeto de retrofit do mundo - garante Caldas.
Diante da grande transformação pela qual a área vai passar, o Sebrae, em parceria com a prefeitura e com a Cdurp, está fazendo um mapeamento das micro e pequenas empresas da região, com o objetivo de qualificá-las diante das oportunidades que vão surgir. Foram contabilizados 10.800 negócios, dos quais 2.500 estão participando do programa do Sebrae. Mas a perspectiva é que a revitalização do Porto crie 50 mil oportunidades de novos negócios.
A Rio Walks, que promove passeios a pé pela cidade, é um deles. A empresa está instalada desde janeiro deste ano em um prédio na Avenida Venezuela, junto com mais três companhias.
- Estamos apostando nessa transformação e na proposta de revitalização da área, bem como no potencial turístico da região - explica Silene Berne, sócia da Rio Walks, que hoje conta com sete funcionários. - Temos a expectativa de, num curto espaço de tempo, contratar mais gente.
O Sebrae tem um plano de criar, no ano que vem, um polo de atendimento ao empreendedor que queira abrir uma empresa na área.
- Mas já tem muita gente chegando, de vários segmentos, inclusive gastronomia, arte e cultura. É uma área privilegiada que ficou esquecida. Os negócios que olharem para isso certamente vão sair ganhando - conclui Flavia Guerra, coordenadora do projeto do Sebrae/RJ na região do Porto

(Fonte : Jornal O Globo / imagem divulgação)

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