terça-feira, 23 de outubro de 2012

MARACANÃ CUSTARÁ MAIS R$ 714 MI EM 35 ANOS


A empresa que administrar o estádio do Maracanã terá de gastar R$ 714 milhões em 35 anos, período de concessão previsto pelo governo do Rio. O custo combina a outorga a ser paga ao Estado e os investimentos obrigatórios.
O governo publicou no "Diário Oficial" ontem edital de convocação de audiência pública para debate sobre a concessão do estádio.
Com base nos cálculos de receita e despesa informados pela Secretaria Estadual da Casa Civil, o lucro ao fim da concessão será de aproximadamente R$ 2,5 bilhões.
As regras do edital impedem a participação de clubes na disputa nos consórcios.
Proíbe também a alteração do nome do estádio, o que impede a exploração dos "naming rights" da arena. Isso pode ser feito, porém, no Maracanãzinho e no complexo como um todo.
"Não queremos que o estádio do Maracanã seja do clube A ou B. Ele deve ser, pelo templo do futebol que é, acessível a qualquer clube de futebol", disse o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner.
Entre os investimentos exigidos está a demolição do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare. Em substituição a esses espaços, serão construídos centros de treinamento numa área do Exército próxima ao estádio.
"Precisamos abrir espaço no complexo para dar atratividade econômica. Com a Olimpíada, vamos ter um grande estádio olímpico, o Engenhão, e o Maria Lenk."
O concessionário terá de fazer obras de infraestrutura, construir estacionamento, lojas e áreas de lazer. É responsabilidade da empresa erguer também o Museu do Futebol e reformar o Maracanãzinho.
O total de investimento previsto é de R$ 469 milhões até a Olimpíada. A outorga mínima é de R$ 7 milhões ao ano. Desta forma, o Estado não conseguirá repor o gasto de R$ 859 milhões feito na reforma do estádio.
Segundo Fichtner, o estudo de viabilidade econômica feito pela IMX, do empresário Eike Batista, indica uma taxa interna de retorno de 9,8% ao ano. A concessionária começaria a lucrar apenas no 12º ano de contrato.
De acordo com a secretária de Esporte, Márcia Lins, o Maracanã até o seu fechamento para a reforma, em 2011, tinha receita de R$ 15 milhões ao ano. Esse valor poderá subir até R$ 154 milhões, segundo Fichtner. As despesas operacionais são avaliadas em R$ 43 milhões, além dos R$ 7 milhões de outorga.

EIKE QUER MARACANÃ PARA INSTALAR MUSEU, LOJA, BAR E RESTAURANTE

O empresário Eike Batista estará entre os concorrentes para obter a concessão do estádio do Maracanã e já tem planos a respeito de como pretende explorar o local nos próximos 35 anos
"O Maracanã só vai ficar viável se for um complexo como um todo, com museu do futebol, lojas, cafés, [um lugar] para a família passar o dia lá", afirmou Eike na última sexta-feira, em entrevista exclusiva para a Folha.
Entre as empresas do grupo EBX está a IMX, voltada para a área de entretenimento e responsável pelo estudo de viabilidade econômica para a licitação do complexo esportivo no Rio de Janeiro.
A IMX surgiu da associação de Eike com a IMG Worldwide e representa no Brasil eventos como o Rock'n'Rio e o Cirque du Soleil. O grupo que ficar com a concessão poderá explorar também o ginásio do Maracanãzinho.
"Nós já temos a Marina da Glória e queremos ter outras arenas no Brasil, nos moldes da HSBC Arena, na Barra, para 12 mil pessoas", disse.
"Mas a arena tem que ser desenhada não como essas coisas que fazem no Brasil. Fizeram o Engenhão sem estacionamento. Como pode? É preciso que tenha estacionamento. Se não como as pessoas vão para lá?".

(Fonte : Jornal Folha de São Paulo)

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