sexta-feira, 19 de outubro de 2012

AEROPORTOS DO RIO E BH ESTÃO FORA DA EXPANSÃO PARA A COPA


Mesmo que sejam concedidos para administração da iniciativa privada, os aeroportos de Confins e Galeão (RJ) – próximos na lista de licitações – dificilmente terão as obras de expansão concluídas a tempo da Copa do Mundo de 2014. Isso porque os novos operadores só assumiriam os terminais a poucos meses do evento esportivo, o que praticamente inviabilizaria qualquer obra de melhoria voltada para a competição mundil. Até lá, a Infraero continuará a frente das obras de infra-estrutura aeroportuária que, no aeroporto internacional Tancredo Neves, em Confins, estacionaram na licitação do Terminal 3, o “puxadinho”.
Disposta a desembolsar R$ 48 milhões pela construção do terminal remoto, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária viu as empresas interessadas no negócio desistir, uma a uma, e foi obrigada a suspender a licitação. Nenhuma das sete concorrentes se dispuseram a cobrar o valor estipulado pela estatal. As propostas apresentadas variaram de R$ 79 milhões a R$ 179 milhões, valores que foram, no mínimo, 65% superiores ao que a Infraero pretendia pagar.
Depois de várias solicitações de desconto, o menor valor, de R$ 58,49 milhões, foi apresentado pela Sial Construções. Com o impasse, novo edital será aberto tão logo a licitação seja reavaliada. Ainda assim, a estatal mantêm a expectativa de concluir a construção do puxadinho até dezembro do ano que vem.
Quanto à possibilidade cada vez mais remota da iniciativa privada acelerar as obras para 2014, o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado, Luiz Antônio Athayde garante que a programação de investimentos não está subordinada à concessão do aeroporto. “Nós teremos um conjunto compacto de obras até o evento e se espera que isso atenda adequadamente o fluxo de turistas”, afirma ao citar a reforma do terminal 1, a construção do terminal 3 de caráter provisório e a conclusão dos novos acessos ao aeroporto.
Apesar disso, reconhece a importância da licitação para acelerar os investimentos pós-Copa. “Oferecerá condições mais estruturadas para os investimentos que estão previstos para que Confins atenda 20 milhões de passageiros até 2020”, acrescenta.

MODELO ANTIGO

O modelo de concessão dos aeroportos de Confins e Galeão, no Rio de Janeiro – próximos na lista de licitações para a iniciativa privada – será semelhante ao usado no leilão dos terminais de Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP). Para evitar uma debandada dos investidores, o governo abortou a possibilidade de a Infraero ter participação acionária de 51%, sendo o sócio majoritário. “Quando o estado é o majoritário, acaba tendo um diálogo desigual no momento da negociação, deixando de ser parceiro e sendo dominante. O dispêndio é muito alto por parte do investidor, para que o governo termine ditando as regras”, pondera o economista da Austin Rating, Felipe Queiroz.
As mudanças devem se restringir a um acirramento das regras. Entre elas, os interessados devem comprovar experiência na administração de aeroportos com movimento numa faixa entre 30 milhões e 40 milhões de passageiros por ano, em vez dos 5 milhões do primeiro leilão. Ainda poderá ser exigido que o vencedor do leilão contrate executivos profissionais para administrar os aeroportos.

(Fonte : Jornal O Estado de Minas / imagem divulgação)

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