quarta-feira, 8 de agosto de 2012

QUEDA DO TURISMO NA INGLATERRA DURANTE AS OLIMPÍADAS


Enquanto o Brasil anseia pela Copa do Mundo de 2014 e pelos Jogos de 2016, Londres soma quantias irrisórias de visitantes. Segundo o jornal The Guardian, em vez de filas enormes nos lugares mais badalados da cidade, as estradas estão tranquilas e restaurantes e museus, desertos. Péssimo para os negócios, ótimo para os turistas.
Dizer que a capital é uma cidade fantasma seria um exagero, mas para uma manhã ensolarada de agosto no meio das férias escolares, “o museu de South Kensington está irritantemente calmo”, diz a matéria. “O turismo está em baixa”, disse o vendedor de sorvetes Jay Osborne, há 40 anos no mesmo ponto da capital. “O movimento caiu em 50%. Estou aqui sem fazer nada e olha que é temporada turística”. Segundo ele, os londrinos foram preparados para um apocalipse no turismo, com filas absurdas, engarrafamentos e aluguéis caríssimos.
De acordo com estimativas da associação comercial, os ganhos estão 30% inferiores ao mesmo período do ano passado, restaurantes em 40% e o uso de táxi na mesma porcentagem. Os palácios reais — a Torre de Londres e de Hampton Court — têm sido particularmente atingidos, atraindo apenas a metade do número de visitantes do ano passado. O Museu Britânico perdeu um em cada quatro visitantes, a National Gallery dois em cada cinco. E, enquanto os hotéis do leste estão indo bem, a associação britânica de hospedagem noticiou a seus sócios que a ocupação em agosto pode ser menor do que o habitual. “Londres está absolutamente vazia”, disse a fotógrafa Natasha Reynolds, sentada à mesa de um café no Museu de História Natural. “Esperávamos que estivesse absolutamente lotado, mas nunca vi o museu tão quieto”.
Um circuito que leva geralmente 45 minutos, de South Kensington a Hackney, através do Hyde Park, foi reduzido em 15. O único lugar onde as coisas ficam difíceis é perto de Park Lane, onde as delegações estão hospedadas e as estradas estão obstruídas pelos carros roxos especiais. Algumas empresas foram pegas de surpresa, como a H&M, na Oxford Street, que contratou mão de obra extra para o período das Olimpíadas, mas já teve que cancelar os turnos. Durante o almoço na Byron, uma cadeia de lanchonetes, aconteceu a mesma coisa. “Não esperávamos por isso”, disse Eugenia, gerente da creperia Pompidou. Na Galeria Nacional, por exemplo, é possível ver uma obra de Velázquez sem torcer o pescoço. No Madame Tussauds, o museu de cera, a fila, geralmente com uma ou duas horas de espera, leva somente 10 minutos. “Há apenas uma pessoa à minha frente no balcão e é o ator Morgan Freeman de cera. Já houve um momento melhor para ser um turista em Londres?”, indaga Patrick Kingsley, o repórter do The Guardian.

(Fonte : Revista Época – Bruno Astuto / imagem divulgação)

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