sexta-feira, 27 de julho de 2012

EMPRESAS TENTAM DRIBLAR DESACELERAÇÃO DO TURISMO



Três das maiores empresas de assistência viagem do país têm estratégias diferentes para enfrentar a desaceleração do crescimento das viagens aéreas, que impacta diretamente no desempenho das empresas do setor.
As empresas de assistência viagem fornecem um cartão ao seu cliente, que dá acesso a uma rede de hospitais, dentistas, entre outros serviços, sem gasto na hora em que são atendidos. Em média, acima de 80% das suas vendas são de viagens internacionais. No seguro viagem, os associados têm de pagar pelo atendimento para serem reembolsados depois.
A Europ Assistance, criada na França, está em fase adiantada de um projeto piloto de venda de assistência viagem em uma grande rede de varejo, cujo nome não foi divulgado. Atualmente, a venda de produtos para pessoa física responde por 11% do faturamento da empresa, mas a ideia é chegar a 20% até 2015.
"Temos meia dúzia de oportunidades no mercado em fase de fechamento com empresas relativas ao mercado de varejo", afirma a diretora comercial da Europ Assistance, Monica Pessoa.
Segundo ela, a companhia sentiu a desaceleração das viagens aéreas. Neste ano, a projeção inicial indicava um crescimento de 12% do faturamento da empresa, que deverá ficar em 10%. "Não diria que está sendo um ano ruim. Está sendo bom, mas houve uma pequena desaceleração, com um volume de produção um pouco menor do que o primeiro semestre de 2011", acrescenta Monica.
Além de assistência viagem, a Europ atua em outras frentes como seguro e assistência automóvel. No ano passado, o faturamento da empresa somou quase R$ 400 milhões.
A Travel Ace, fundada na Argentina, lançou, em dezembro de 2007, um produto desenvolvido especificamente para a nova classe média, o My Assistance. Ele deverá responder, até o fim do ano, por 22% das vendas, segundo o diretor da empresa, Roberto Roman.
"O mercado deu uma desaquecida no primeiro semestre. O mercado continua aumentando, mas não com a força que se esperava", afirma o executivo.
De acordo com ele, de janeiro a junho a expansão das vendas foi de 12%, sendo que a estimativa inicial era de uma taxa de 18%. Com o segundo semestre, o crescimento das vendas deverá alcançar 22%, diante de uma previsão inicial de 27%. "Foi uma conjuntura de fatores, demanda superestimada, alta do dólar e preços elevados de tarifas aéreas, por exemplo", acrescenta.
A Assist Card, de origem suíça, nomeou recentemente um novo gerente regional no Brasil, o argentino Daniel Prieto. Segundo o executivo, o foco da companhia são as classes A e B, o que dilui o impacto da desaceleração do crescimento das viagens aéreas.
A empresa reformulou o seu site em junho para poder ampliar os canais de vendas. Por meio da internet, o cliente da Assist Card já pode adquirir um produto. Atualmente, 20% das vendas da empresa são realizadas pelo canal vendas diretas, que inclui o site e a central de atendimento por telefone.
Cerca de 60% das vendas são feitas por meio de agências de viagem. Os 20% restantes são provenientes de parcerias com seguradoras. Em três anos, com a ajuda da internet, Prieto acredita que esse meio de distribuição passará a responder por 25% das assistências comercializadas. "Nosso objetivo é desenvolver o canal de vendas diretas, especialmente o comércio eletrônico", afirma o executivo.
Segundo ele, o faturamento da Assist Card no Brasil deverá crescer 35% neste ano, em comparação com o ano passado. Os valores, porém, não são divulgados.

(Fonte : Jornal Valor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário